Mostros.

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  Dois dias depois

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  Dois dias depois.

       Estava na adega com meus pais, eu estava com o telefone na mão acertando contas e acordo, até que chegou uma foto de um corpo carbonizado onde era possível ver apenas os pés que era um dos únicos membros que não estava carbonizado.

—Enrolaram ela no colchão e colocaram fogo, fizeram parecer suicidio tem até carta. - li em voz alta, meu pai me olhou sem entender e minha mãe deu de ombros.

— Menos um problema pra minha cabeça, pra sua pra nossa! - do jeito que ela falava parecia não ser nada. - Deixei um bom dinheiro pra família dela.

— Era uma vida, ela tem filho, família. - neguei.  - Dinheiro não compra tudo! - meu pai apenas abaixou a cabeça. - Não vai dizer nada. 

— Já foi feito!

— Já foi feito!? - falei alterado. - Vocês não fazem nada e quando mete a PORRA DA MÃO PRA FAZER ACONTECE ISSO DAÍ! - minha mãe foi da um gole no whisky eu peguei o copo e joguei na parede.

—É isso que eu quero de você, nesse trabalho ser bonzinho não te leva a nada.

— Vai embora da minha casa! - Vívian apareceu na porta enrolada na toalha, estava sem entender nada. - Não quero olhar na sua cara! 

— O que aconteceu! - perguntou pro meu pai.

— Nada! - fui pra porta a peguei pelo braço e fui entrando puxando ela.

— Para Gabriela! - falou firme e eu continuei. - Para! - me empurrou. - O que que está acontecendo?  - me olhou sem entender.

— Nada!

— Como nada? Você estava gritando lá com os seus pais. - apontou para a direção da adega. - Você está estranho Gabriel. - saiu dali pisando fundo.

   Passei a mão no rosto nervoso, olhei para o lado e o João me olhava com o Bento no colo sem dizer nada.

— Não adianta mais! - negou. - Ou fala agora ou não fala mais nada. - subiu.

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