Após receber um convite do chá revelação da prima Vívian de ver doida ao ter que reencontrar a família após anos do pior acontecimento de sua vida, ao se ver num beco sem saída ela não tem outra escolher a não ser levar seu vizinho o apresentando co...
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— Está cheiroso, Bento — murmurei, depositando um beijo suave na sua cabeça macia.
Sente no banco, observando o movimento ao redor enquanto preparavam a festa de um ano. Os cachorros permaneciam diante de nós, atentos, e Vivian, ao meu lado, entretinha com o telefone, alheia ao burburinho.
— Festa de um ano... — disse, com um sorriso tênue, ao notar o pula-pula sendo cuidadosamente montado.
Ela voltou os olhos para mim, com um olhar que mesclava desafio e afeto.
— Se quiser, posso mandar todo mundo embora — propôs. — É isso que deseja?
Neguei lentamente, o coração apertado.
— Ah... — continuou, fitando-me intensamente. — Dinheiro não falta, não é? Então vamos gastar. Quero fazer algo bonito agora que a "ingênua" aqui sabe de tudo. Fica até mais fácil para você gastar seu dinheiro, sem aquela culpa constante, sem ter que falar que a casa ou a moto foram presente dos seus pais.
Mulheres, pensei, são detetives da alma. Sabem tudo, mesmo quando tentamos esconder.
— Não fiz isso com más intenções, Vivian — disse, a voz baixa. — Mas, se se sente confortável gastando nosso dinheiro, faça-o, então, à vontade.
— O dinheiro pode ser seu — replicou com firmeza —, mas não quero ter que prestar contas à polícia se eles vierem bater aqui.
— Ora — respondi, levantando uma sobrancelha —, pode até não ser "nosso", como você diz, mas a casa é. — Apoiei-me no banco, tentando imprimir tranquilidade à voz. — Não se preocupe, ninguém baterá à nossa porta. Parece que o destino tem conspirado a nosso favor.
Ela desviou o olhar, os olhos carregando um misto de tristeza e inquietação.
— A cartomante disse que você vai morrer. Não sente medo?
Neguei com serenidade.
— Não temo a morte — falei —. Não me arrependo do que fiz. Quando ela chegar, irei em paz. Só peço para não sofrer, para não ficar preso a uma vida que não seja viva.
Ela fitou a festa que ganhava forma diante dos nossos olhos, silenciosa.
— Você não é mais o homem que subiu ao altar comigo.
O pequeno Bento roçou o nariz no meu, um gesto simples que trouxe conforto.
— Hoje sou pai do Bento — afirmei com voz firme e terna ao mesmo tempo. — Por isso mudei tanto.
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