Formatura.

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    Formatura

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Formatura.

— Doutora Yandra Reis, pode subir ao palco para receber seu diploma. — Batemos palmas enquanto ela caminhava.

— Quero agradecer a todos por estarem aqui. Esse é um dos momentos mais importantes da minha vida... — começou seu discurso, e por um breve instante reinou um silêncio respeitoso no auditório — até o Bento decidir chorar.

— Shh! — coloquei a chupeta em sua boquinha, tentando acalmá-lo. — O que foi, hein? — lancei um olhar de relance para o Gabriel.

— Sentirei saudades... — Yandra prosseguiu, emocionada. — Das conversas jogadas ao vento, das risadas sem motivo, de tudo que vivemos nesse curto tempo... tempo suficiente para mudar conceitos e consolidar amizades. Dividimos não só uma sala, mas também sorrisos, lágrimas e sonhos. Talvez nunca mais estejamos todos juntos assim, mas... valeu. Foi uma experiência pra vida toda. Obrigada pelo companheirismo de todos.

As palmas ecoaram no salão. Gabriel, ao meu lado, observava o palco, com o olhar perdido em alguma lembrança distante.

— Bonito o discurso, né? — comentei, e ele apenas assentiu, esboçando um sorriso contido.

Seguimos os cerimonialistas até o local da festa. Bento, impaciente, cansou do colo da mamãe e se remexeu até me largar.

— Daqui a pouco você tem que fazer a mamadeira dele. — comentei, aninhando-o de novo, tentando fazê-lo se sentir seguro. Ele se acomodou, inquieto.

— Você que é a esposa do Gabriel? — uma senhora surgiu ao meu lado, sorridente.

— Sou! — respondi com um sorriso cordial, e ela me envolveu num abraço caloroso.

— Queria tanto te conhecer. Quando vi a foto do neném, fiquei surpresa. Nem sabia que o Gabriel estava casado e já tinha filho.

— Aconteceu tudo muito rápido... mas ele já tá grandinho. — Tirei o lenço do rostinho do Bento, revelando suas bochechas rosadas.

— Grandinho nada! — ela acariciou o rosto dele. — Ele é uma fofura. Parece demais com o Gabriel quando era pequeno.

— A senhora conheceu ele pequeno?

— Fui a primeira pediatra dele quando a família chegou ao Brasil. Ele já era um menininho, nada de bebê.

— Um moço, então. — sorri, encantada com a história.

A mãe da Yandra era um encanto, e a família toda era pura animação, dançando sem parar. Acabei nem percebendo quando o Gabriel se afastou.

— Vívian! — chamou a Yandra, com um sorriso empolgado. — Esse aqui é o Pierre, foi meu professor na faculdade. — apertamos as mãos cordialmente. — Ele é pai do Pietro.

A lembrança foi automática. O rapaz que teve aquele desentendimento com o Gabriel... ótimo. Minha memória já ativou com alerta vermelho.

— Mas eu sou do bem! — ele levantou as mãos em sinal de paz, e eu acabei rindo. Talvez fosse mesmo. Gabriel não conversaria com ele se não fosse confiável.

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