Após receber um convite do chá revelação da prima Vívian de ver doida ao ter que reencontrar a família após anos do pior acontecimento de sua vida, ao se ver num beco sem saída ela não tem outra escolher a não ser levar seu vizinho o apresentando co...
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— Fazenda é o melhor negócio para você investir — afirmei, pensando em quantas terras minha família possuía, muitas delas usadas apenas para lavar dinheiro. — Café é algo que sempre vende bem. Pode até faltar arroz na mesa, mas café não falta na garrafa térmica.
Lancei um olhar de soslaio para Vivian, que ria discretamente ao meu lado.
— Então, senhor, acha que abrir uma cafeteria seria uma boa ideia?
Ele sorriu, confiante.
— No Rio, uma cafeteria com café mineiro seria muito bem recebida. Posso fornecer o café e os queijos; isso você já tem. Basta contratar bons funcionários e o negócio vai deslanchar.
Aproveitei o ensejo para esclarecer dúvidas, anotando cada detalhe. Aquela conversa era uma oportunidade rara: aprender com quem sabia. Por ora, abrir uma empresa na área de tecnologia da informação parecia distante dos meus planos.
— Vou mostrar a vocês a minha coleção! — anunciou ele, conduzindo-nos até o que chamava de escritório. Esperei encontrar troféus de rodeio, talvez fotos do touro campeão, pois sua voz egocêntrica não falava de outra coisa senão de si mesmo.
— Esta espingarda foi a primeira que tive, passada de pai para filho — disse, entregando-me a arma com um orgulho que quase me desconcertou. Por um instante, hesitei entre fingir desconhecimento ou revelar que sabia manusear aquilo.
— Pesada — comentei, devolvendo-a ao meu sogro.
Apontando para uma arma pendurada na parede, perguntei:
— ParaFAL?
Ele arqueou as sobrancelhas, surpreso com minha pergunta.
— Como sabe?
Sorri sem jeito, atônita, enquanto a mente me dava um branco.
— É do jogo — Gustavo entrou na conversa. — No jogo dele, tem essas armas.
— Quanto custa? No jogo é bem caro.
— Não lembro exatamente. Comprei no último governo, foi minha melhor aquisição.
Era doloroso assistir à vaidade com coisas tão triviais. Havia algo quase patético naquele orgulho exibido. Mais de metade das armas ali certamente era ilegal, embora ele insistisse, com convicção, que tudo era de sua posse legal. Quando a esposa dele apareceu, interrompendo o momento, nos retiramos.
— Não confio naquele homem — comentou Gustavo, desconfiado.
— Biotipo de quem faz o que não deve — acrescentei.
— Sobre o que cochicham? — Tália perguntou, curiosa para saber o que estávamos conversando.
Deixei-os ali e me aproximei de Vivian, que ninava Bento nos braços.