VERSÃO ANTIGA

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ATENÇÃO!

Se você optou por não ler os capítulos 10 e 11, poderá ler o 12 sem problemas. Em sua conversa com Nico, Noah explica a importância do ocorrido nos capítulos anteriores. Boa leitura!

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Acordamos no quarto de hóspedes, onde Marcela estava instalada. Precisamos fazer uma pequena mudança durante a madrugada. Todo o meu corpo estava moído. Era como se um enorme caminhão tivesse me atropelado. Mas não qualquer atropelamento... Um atropelamento intenso, visceral e magnífico. Quando eu me movia, cada mísero músculo parecia protestar, mas a verdade é que eu ainda queria mais. A noite anterior havia sido uma das mais libertadoras de toda a minha – complicada – vida.

O corpo magro e delicado da Marcela repousava bem perto do meu. Estávamos nus, abraçados e eu podia sentir suas costas em meu peito. Permiti-me admirá-la por incontáveis minutos... Apesar de saber que não estamos perdidamente apaixonados um pelo outro, sei que ela sentiu o mesmo que eu. Toda a intensidade, cumplicidade e liberdade. Eu nunca havia sentido um prazer tão feroz.

Acariciei seus cabelos, na tentativa de acordá-la de maneira delicada. Um bocejo lhe escapou dos lábios e seu sorriso frouxo logo me iluminou. Pela forma como ela se espreguiçava, era óbvio que eu não era o único todo dolorido. Ela virou e ficou de frente para mim... Apenas lhe sorri. Marcela me pegou de surpresa, subindo em cima de mim e acomodando meu corpo entre suas pernas. "Mas já?", pensei com um sorriso. Ela sorriu de um jeito travesso, aproximou seus lábios dos meus e ameaçou me beijar. Aquela era um tipo de ameaça que eu adoraria continuar a receber.

Seus lábios estavam muito, muito próximos dos meus e... A porta se abriu. Com um ranger bizarro que escancarou a presença da minha cunhada: Nina! Aquilo foi estranho e ninguém soube muito bem o que fazer. Nina apenas nos encarava um pouco chocada... Ela parecia pensar em uma reação apropriada, mas escovava os dentes, nos encarava em choque e ficava constrangida. Tudo junto e ao mesmo tempo. Eu e Marcela estávamos completamente nus. Ela em cima de mim, vale enfatizar. Quando Nina finalmente parecia pronta para dizer algo ou simplesmente fechar a porta, bem... Ela se engasgou. Suas desculpas se fizeram audíveis de maneira desconexa.

Assim que a Nina fechou a porta e saiu do nosso campo de visão, Marcela e eu caímos na gargalhada. Apesar de ter sido bastante constrangedor, também foi hilário. Senti os macios lábios de Marcela contra os meus. Ela forçou sua cintura contra a minha de um jeito provocante e só então me lembrei... Meu packer. Olhei para os lados, em desespero. Minha companheira de aventuras sexuais pareceu notar. Ela segurou meu rosto entre suas mãos, roubando minha atenção.

− Você continua sendo o mesmo homem maravilhoso de algumas horas – sussurrou-me de um jeito doce. – Não se envergonhe do seu corpo, Noah. Ele é perfeito exatamente como é – sua rápida piscadela veio acompanhada de um beijo. Ela se levantou e seguiu em direção ao banheiro, onde instantes depois a encontrei.

****

Chegamos à cozinha e retribuímos, ao menos em parte, o flagra daquela manhã. Nina estava sentada no balcão de granito da cozinha, trocando intimidades com meu irmão mais velho. Eu pretendia pigarrear para anunciar nossa presença, mas Marcela, nada delicada, apenas puxou uma cadeira e se sentou como se nada estivesse acontecendo. Quando notaram nossa presença, os dois se afastaram e pareciam levemente constrangidos.

Passaríamos todo o dia juntos. O que era ótimo, considerando que precisaríamos nos despedir de Marcela no dia seguinte. Seguíamos para a melhor cafeteria de Buenos Aires, que fica bem perto do Jardim Japonês, onde também pretendíamos passear. No caminho, Nina me perguntou a respeito do ocorrido. Na noite anterior. E... Bem, aquilo era constrangedor. Não me parecia apropriado lhe revelar detalhes, mas tentei, em poucas palavras, explicar que tudo naquela noite fora uma grata surpresa. Foi só, horas depois, que tive essa mesma conversa com Nícolas. Com ele foi diferente... Pude me abrir um pouco mais porque ele é o meu irmão e sempre me apoiou de forma incondicional.

SINGULAR (degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora