Capítulo 44

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            Ela sugeriu um passeio de pedalinho e eu aceitei, sem saber no que exatamente estava me metendo. Escolhemos um que imita um cisne branco precisamos de força para chegar em uma área mais isolada. Tentei pedalar mais rápido e mais forte para que a Rafa não precisasse se esforçar muito. Quando ficamos afastados dos demais, finalmente relaxamos. O sol começava a se despedir de nós e o céu parecia em dúvida sobre os tons de laranja e rosa que se mesclavam com perfeição.

Respirei fundo.

Eu precisava contar. Precisava contar de uma vez. Não era justo nos envolvermos sem que ela soubesse tudo sobre mim. Ela precisava saber onde estava se metendo. E se ela reagisse mal, então eu precisaria ser forte para entender que havia me encantado pela pessoa que imaginei que ela era, e não pela pessoa que realmente é. Na teoria? Moleza. Na prática? Não tenho certeza.

− Eu sou transexual, Rafa... Sou um homem que nasceu no corpo de uma menina – despejando aquela confissão ali, no meio da Lagoa, ela não teria para onde fugir. Seria obrigada a conversar comigo, pelo menos. O problema é que eu não queria ter que obrigá-la a nada. Como eu saberia qual é o momento certo? E como começaria a contar?

− Está tudo bem? – questionou-me com um sorriso terno e os olhos preocupados. Era óbvio que havia muita coisa passando pela minha cabeça naquele momento.

− Acho que preciso de um pouco de privacidade com você essa noite – sussurrei e ela instantaneamente corou. Ah Rafa! Ficar a sós com ela também me despertava aquele efeito, mas antes eu precisava lhe contar toda a verdade. E o que aconteceria a partir dali, não dependia de mim. – Você pode me encontrar no meu apartamento? Tomamos um banho, descansamos um pouco... Que tal?

− Seus amigos não estarão lá? – quis saber.

− Estarão, provavelmente. Mas podemos trancar a porta do quarto e não seremos incomodados – ela pretendia responder, mas sua frase morreu antes mesmo de ganhar vida. Ela pareceu apreensiva de repente. – Ei, não estou tendo pensamentos impróprios... – tentei acalmá-la. Ela ergueu a sobrancelha direita na minha direção e um sorriso desafiador tomou sua face. – Ok, talvez um pouco... – me rendi e acabei ganhando um leve tapa em resposta. E um sorriso. O sorriso mais bonito que eu já havia visto em toda a minha vida.

− Noah? – chamou, me arrancando do meu estado abobalhado, que era de total e absoluta responsabilidade dela.

− Sim?

− Essa é a hora que você me beija... E me deixa sem fôlego até a próxima geração – ela sussurrou bem baixinho, ainda que não houvesse ninguém por perto para nos ouvir. Aquilo era tão sexy, será que ela fazia ideia?

Ignorei todo e qualquer pensamento para me concentrar na magnífica tarefa de beijá-la. Minha mão direita adentrou seus fios alaranjados até encontrar seu pescoço. O simples contato parecia capaz de fazer meus dedos formigarem. Puxei-a em minha direção, não tão gentil quanto de costume, e fui invadido por um turbilhão novo de emoções quando nossos lábios se encontraram outra vez. Cada beijo com ela era inédito... Eu sentia que nunca me acostumaria; que nunca perderia a graça; e que eu nunca ficaria satisfeito.

****

− Meia hora é suficiente? – perguntei, parado no corredor enquanto segurava Rafaella pela cintura, incapaz de largá-la.

− Para tomar banho, comer e relaxar? – ela riu, como se eu tivesse acabado de contar uma piada. Estava falando sério.

− Vou sentir saudades... – confessei embora soubesse (muito bem) o quão meloso e irritante devia estar sendo. Bem, que se dane. Não é da conta de ninguém, de todo modo. Rafaella parecia gostar e é só o que importa.

− Não vou demorar... Mas vou ficar um pouco com as minhas amigas, não quero que elas me encham o saco – ela revirou os olhos, me deu um rápido selinho e tratou de se virar para seguir em direção ao seu apartamento.

Ainda não.

Puxei-a pela cintura e pressionei seu corpo contra a porta do elevador, levantando seus braços para que ela não tentasse me afastar. E, adivinha? Ela não tentou. Meu corpo pressionou o seu com gana e o suspiro que recebi em resposta confirmou as minhas suspeitas: eu estava no caminho certo. Eu não sabia se era possível, mas com um único beijo tentei tragá-la inteira para dentro de mim, como se pudéssemos nos misturar e nos confundir um no outro. Suas unhas arranharam minhas costas por debaixo da camiseta e aquilo elevou meu tesão à níveis inéditos. Mordi seu lábio inferior e delonguei-me em sua mandíbula, seguindo sem pressa em direção ao seu pescoço... Branco, com sardas e incrivelmente convidativo.

Depositei, de maneira gentil, o primeiro beijo... O segundo... O terceiro... Vieram as mordidinhas e elas acabaram arrancando gemidos baixos e sôfregos da ruivinha que, para a minha felicidade, estava totalmente entregue. Certifiquei-me de que não havia mais ninguém por ali e desci meus lábios até o limite de sua camiseta, ameaçando invadi-la e não encontrando nenhum tipo de resistência. Audacioso, segui em frente, quase explodindo de prazer quando coloquei seu mamilo esquerdo na minha boca. E aquilo... Puta merda... Aquilo não podia ser descrito em palavras. Não havia nada no universo que pudesse ser mais intenso e prazeroso que aquilo. Bem, na verdade devia haver, mas eu ainda não havia descoberto. Descobriria em breve.

Seu corpo todo ficou tenso e foi tomado por espasmos. Eu pressionei ainda mais meu corpo contra o dela. Os gemidos eram baixos e foram silenciados por nossas bocas coladas. E então, depois de um pico inesperado e avassalador de prazer, ela relaxou nos meus braços. Eu mal podia acreditar que ela havia tido um orgasmo com tão pouco... E um lugar completamente inusitado.

− Isso foi... – ela sussurrou com dificuldade contra o meu ouvido. – Foi tão... Tão... UAU!

Abracei seu corpo relaxado e espalhei dezenas de beijos pela sua face, torcendo para que ela não se esquecesse daquela reação horas mais tarde.

− Não se esqueça... – pedi em um sussurro.

E então tomei seus lábios mais uma vez. Uma última vez antes de lhe contar todas a verdade.

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ANTES DE MAIS NADA: NÃO ME MATEM. Eu sei bem como vocês estão ansiando o grande momento da ~revelação~, mas eu não posso acelerar o rumo das coisas e deixar os detalhes de fora. Não dessa vez, então me perdoem, sim? Não quero torturar vocês nem nada, mas quero que essa história siga no seu tempo, afinal, quanto mais depressa seguimos, mais depressa veremos o Noah se despedindo das terras tupiniquins </3 

E, bem, Noah é um homem caliente e qualquer coisa é uma excelente desculpa para pegar a Rafa de jeito :x E a Rafa parece estar completamente de acordo com isso hahahaha!

Amanhã estarei no clube do Livro da Saraiva, da querida Frini (não sei escrever nem falar o sobrenome dela hahaha) no shopping Rio Sul. Sempre quis conferir os eventos dela e a vida corrida meio que não me permitia, mas amanhã irei com a graça de Deus *amém* kkkkk Será que vejo alguns de vocês por lá? :p E domingo tem picnic no parque Guinle, em Laranjeiras, às 13h. Quem quiser é só chegar junto, vai ser muito bacana <3 <3 <3 E se quiser encomendar um dos meus livros e economizar no frete, tá liberado também *-* Última novidade: amanhã e domingo tem DOZE POR DOZE DE GRAÇA NA AMAZON! Baixem e espalhem a novidade pros amigos (inimigos e todo mundo kkkk) Bom final de semana e espero vocês na próxima semana (com a cena que vocês tanto querem, prometo kkkk). 

Câmbio,desligo.

SINGULAR (degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora