Capítulo 55

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(por Rafaella)

Eu não estava preparada para aquele mar arrebatador de novas sensações. Imaginava que era bom, mas não tinha uma dimensão real da coisa toda, se é que me entendem. Noah deixava um rastro de desejo por onde passava e levava meus suspiros, gemidos e prazer consigo. Quando começamos, a luz ainda estava acesa e sou incapaz de traduzir, em palavras, o quão libertador era saber que ele ainda se sentia atraído por mim com todas as minhas imperfeições.

Nunca, em toda minha vida, imaginei me relacionar com um homem como ele, mas percebo que não faz a menor diferença. Não há um pênis de verdade entre suas pernas, eu sei, mas juro que se pudesse mudá-lo, não o faria nem sob tortura. E é só ao lado dele que percebo que nossas diferenças são exatamente o que nos tornam único.

Estou deitada de lado na cama, de costas para ele que, por sua vez, me aninha carinhosamente em seus braços. Todo o seu corpo está colado ao meu, e é difícil ignorar as reações físicas que ele me causa. Quando meu corpo finalmente abandona os espasmos agressivos, sei que estamos perto de recomeçar a brincadeira. Sei que ainda há muito para descobrir e quero que o façamos juntos, mas não me sinto pronta para a penetração em si. Quando ele começa a beijar minhas costas, faço a confissão e soa estranho. Com qualquer outra pessoa eu me sentiria desconfortável, insegura. Mas não com Noah. Não temo sua reação e sinto que posso ser eu mesma com ele. Ele sorri – aquele fucking sorriso de lado, meio cafajeste e fofo ao mesmo tempo – e percebo que ainda nos divertiremos muito nas próximas horas.

E é, de fato, o que acontece.

Já passa das cinco da manhã quando nós finalmente nos cedemos à exaustão. Nas últimas horas, me senti amada, sexy e atraente. Fui dominada durante a maior parte do tempo, o que acabou sendo um alívio, levando em conta minha inexperiência na área. Ainda assim, quero aprender tudo sobre o Noah e sobre como agradá-lo... Estamos sonolentos, com os corpos moles enroscados um ao outro, mas encontro forças para perguntar, aos sussurros:

− Não quero ser tão passiva na próxima vez – não estou me queixando, de maneira nenhuma e as sobrancelhas do Noah se erguem em preocupação. – Fique calmo! Eu adorei cada segundo, mas... – ele aguarda a conclusão, ansioso. – Quero saber como te dar prazer também. Existe um manual de coisas que posso e não posso fazer? – minha testa está franzida, mas felizmente meu rosto está escondido na curvatura do seu pescoço.

− Senti tanto prazer quanto você, Rafaella. Disso, você não precisa duvidar. Mas uma boa dica é: faça em um homem trans o que você faria em um homem cis – sua resposta evidencia que ele não entendeu o fator real da minha pergunta.

− Não estou fazendo distinções entre esses dois tipos de homens. É só que... – minhas bochechas queimam, mas estou agradecida por ainda estar escondida no seu pescoço. – Nunca estive com homem nenhum. E me peguei incerta sobre o que fazer em determinados momentos – a unha do meu dedo indicador brinca no peitoral definido e tatuado dele, e percebo que ele se arrepia ainda mais quando me aproximo de suas cicatrizes. Encolho-me nos seus braços para poder beijá-las e é impossível ignorar o grau de intimidade daquele momento.

− Você sabe exatamente como fazer... – ele sussurra em resposta, com a voz rouca de desejo. Há também uma agradável sensação de exaustão. – Apenas siga os seus instintos e faça o que tiver vontade.

Continuo beijando seu peitoral, mas deixo uma das minhas mãos deslizarem pelo seu corpo. Elas deslizam suavemente até chegarem ao seu packer. O termo me foi explicado meticulosamente. Ele está preso por uma cinta, que a princípio, me causou certa estranheza. Não mais. Chego ao seu membro e basta um toque para que Noah suspire e se contorça bem ao meu lado. Gosto de saber que sou a responsável por tais sensações.

Então, apenas continuo. E não sei bem como faço, mas acabo lhe proporcionando um novo orgasmo (além de todos os outros que ele alcançou junto comigo). E a sensação é tão esplêndida, que finalmente me dou por satisfeita e me permito adormecer em seus braços.

****

Ainda estamos abraçados quando acordo, sobressaltada. Pesadelo. Fujo dos braços do Noah para poder me sentar na cama e inspiro lentamente, prendendo o fôlego por alguns segundos para só então soltar. Sei que se trata apenas da minha mente tentando me assustar, mas dessa vez sei que não se trata apenas de um pesadelo, mas de uma premonição. Sonhei que Noah subia em um avião e me deixava para trás no Rio de Janeiro, como realmente vai acontecer.

Vasculho a cama bagunçada em busca do meu celular e me assusto ao constatar que já passa do meio dia. Meu coração se aperta ainda mais ao perceber que a partida do Noah se dará no dia seguinte. Temos apenas mais uma noite juntos na Cidade Maravilhosa e quero transformá-la em algo especial, ainda que não saiba como. Meu cérebro funciona praticamente em modo avião e sei que precisarei de uma boa xícara de café se quiser colocá-lo para funcionar de verdade. Em silêncio, me levanto da cama, visto o pijama amassado que havia enfiado de qualquer jeito dentro da mala, e saio do quarto, em direção à cozinha.

Ingresso no ambiente ainda de olhos fechados. Abro a geladeira, bocejo e fico me perguntando o que estou procurando.

Café.

Resmungo sozinha e finalmente abro o armário, encontrando o pé escuro em seguida. Coloco a água para ferver em uma panela e sei que meus olhos ainda não estão realmente abertos. É só quando me aproximo da bancada que percebo que não estou sozinha. Stéfan está ali, sentado em um dos bancos, com a cabeça apoiada sobre a ilha de granito. O momento é desconfortável por duas razões:

1- Não temos intimidade.

2- Ele está de cueca.

Não sei se Stéfan está bem, pois sua cabeça continua baixa, escondida entre os braços. Tento um "ei, psiu", seguido por um gentil cutucão. Nada. Tento chamá-lo pelo nome, mas não funciona. Curvo-me sobre ele e pego seu rosto com delicadeza nas mãos. Não sei o que fazer... E se estiver morto? E se estiver precisando de ajuda? E se...?

− O que está acontecendo? – é Noah quem pergunta, aparecendo de surpresa na cozinha e me arrancando um grito.

− Não faço a menor ideia. Mas tem algo errado com ele.

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Pois bem, CHEGUEI! Nada de atrasos hoje, viu minha gente? ♥ Quero agradecer a todos que me encheram de mensagens lindas e enviaram toda positividade possível. As coisas vão se ajeitando aos pouquinhos e eu pretendo não furar mais com vocês, hahaha. Tenho alguns recadinhos, mas antes disso: ME DIGAM O QUE ESTÃO ACHANDO? Apesar de ter um esqueleto da história com começo, meio e fim, é sempre essencial saber a opinião de vocês. Agora vamos lá: tem vídeo novo no canal e estão todos intimados a conhecerem a FOFUUUURA que é a minha sobrinha <3 Sério gente, é overdose de arco-íris, tá? Rs! O sorteio do exemplar chiquérrimo da Jane Austen (aquele que o Noah dá para a Rafa *-*) já foi finalizado e o resultado será divulgado no vídeo de amanhã, o segundo do LOOK PLUS! E sabe todos os conselhos amorosos divertidíssimos que vocês estão pedindo para a Nina? Então, resolvi fazer diferente. Não consegui escolher apenas alguns para responder e resolvi que tentarei responder TODOS, mas aos pouquinhos. Vou criar um quadro novo lá no canal, onde a Nina responderá todos vocês com muito amor e carinho o/ Isso significa que TODOS que pediram seus conselhos dentro do prazo ganharão marcadores. Quando o primeiro vídeo for ao ar, explico direitinho como vai funcionar, combinado? 

E último lembrete do dia: A BIENAL DE MINAS É NA SEMANA QUE VEM. Os 15 primeiros leitores a comprarem o meu combo de livros ganharão um kit recheado de brindes exclusivos, incluindo de PEG e Singular ♥ É PRA MORRER DE AMORES, MEU POVO! Beijo com gosto de doce de leite e atá sexta o/

Câmbio,desligo.

SINGULAR (degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora