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Eu havia finalmente tirado um peso de cima dos ombros e não poderia estar mais aliviado. Rafaella reagira muitíssimo bem, havia me preocupado à toa. Só nos separamos quando ouvimos a porta sendo aberta. Era Marcela, que daquela vez – aparentemente – não havia esquecido a chave. Ficamos olhando uns para os outros, sem graça, já que havia ficado bastante óbvio que ela estava interrompendo alguma coisa.
Logo em seguida Nina e Nico chegaram. Minha cunhada não parecia feliz, o que não fazia o menor sentido, considerando que ela e o meu irmão iriam para Paraty na manhã seguinte, numa breve lua-de-mel improvisada. Ela encarava Marcela de um jeito bizarro e bufava na direção da melhor amiga. Nunca tinha visto nada parecido. Apesar de Nina e Nico terem saído para comer, pedimos comida chinesa pelo telefone e nos esparramamos pelo tapete da sala, enquanto escutávamos música. Nina continuava emburrada, enquanto Nico se esforçava para amenizar as coisas. Eu mordia um rolinho primavera quando as palavras enfezadas dela lhe escapuliram pela boca, atingindo Marcela de forma nada sutil:
− Vi você e Stéfan se agarrando perto da piscina – soltou, com o olhar fixo na melhor amiga, pegando todo mundo de surpresa. Principalmente Marcela.
Houve um breve momento de constrangimento. Mas antes mesmo de que eu conseguisse engolir o rolinho que mastigava, Marcela já havia se livrado do choque e agia com a costumeira indiferença. Ela não disse nada, apenas deu de ombros. Eu sabia que suas fugas eram suspeitas e tinham relação com o babaca em questão, mas eles haviam pulado para a parte da Pegação: O Retorno com surreal rapidez.
− Por falar no Stéfan... – ela se virou na minha direção ainda com uma maldita expressão blasé. – Ele tem ingressos para os desfiles da Sapucaí amanhã... Cortesias para a imprensa, com comida e bebida liberadas. E estão todos convidados.
− Então quer dizer que agora vocês são melhores amigos? Já perdi o posto? Devo chamá-la de chefe ou ainda é a Eugenia? – aquela sinceridade cheia de ironia da Nina doeu até em mim. Ela havia, sem dúvidas, aprendido muito bem com a própria Marcela.
− Stéfan e eu estamos curtindo o carnaval. Ele diz que não está mais com a Eugenia e para mim tanto faz, na verdade. Ele deixará a Argentina em breve e cada um seguirá com a sua vida, como tem que ser – disse para todo mundo, até mesmo para a Rafa, que parecia desejar uma versão real da capa da invisibilidade. Em seguida, olhou diretamente para a sua melhor amiga. – Estive do seu lado enquanto você esteve com o babaca do Marco. Te chamei de estúpida? Sim. Quis jogar você do décimo andar? Com certeza. Mas não deixei de ser sua amiga um minuto sequer. E nesse momento, isso é tudo que eu quero de você.
Não gosto do Stéfan, é verdade, mas não posso amarrar a Marcela ao pé da cama e impedi-la de fazer o que quiser da vida. Além disso, as palavras direcionadas a Nina faziam sentido... Ela não estava em busca de aprovação, nunca esteve. Ela só esperava manter os amigos por perto enquanto fazia uma idiotice sem precedentes. Uma escolha incrivelmente sem noção, eu diria.
Nina odiava dar o braço a torcer, mas como contra argumentar as verdades ditas pela melhor amiga? Bufando e com olhos cheios d'água, ela envolveu Marcela num abraço sufocante nunca antes visto por mim. Sério, achei que ela fosse quebrar a amiga a qualquer momento (o que poderia, muito bem, ser um plano maligno previamente arquitetado pela Nina), mas Marcela apenas ficou sem ar enquanto tentava se livrar de excessiva demonstração de afeto.
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SINGULAR (degustação)
RomanceSINGULAR é um spin-off independente de PODER EXTRA G; narrado pelo Noah, personagem secundário da trama que ganhou muitos admiradores. Se você ainda não conhece a Nina, trate de ler sua história e dar boas risadas. Sinopse: Noah sempre quis s...