Capítulo 54

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            Cama? Quem precisa de cama quando o tapete está bem abaixo dos pés? Aconteceu de repente, confesso. Depois de receber a tão sonhada carta branca, dei alguns passos pelo tapete cinza felpudo, guiando a Rafa de costas, até poder pressionar seu corpo contra a parede. Meus lábios abandonaram os seus e desceram, passando pelo seu queixo, pescoço, colo, até chegar aos seus (deliciosos) seios. Quer dizer, eu sabia que eles seriam deliciosos, mas não os tinha provado de fato. Até aquele momento.

Abocanhei seu seio esquerdo e instantaneamente senti o corpo da ruivinha ser tomado por um espasmo contra o meu. Ela mordia o lábio inferior na falha tentativa de conter os gemidos, mas mal sabia ela que eu adorava ouvi-los.

− Quero ouvi-la gemer – pedi, um pouco autoritário (só um pouco) pelo breve segundo em que não mantive seu mamilo na minha boca.

E aquilo surtiu efeito, graças a Deus. Rafaella entendeu que não havia nada de errado (muito pelo contrário) com seus gemidos e que eles me deixavam de pau duro, ainda que... Ah, vocês entenderam. Praticidade masculina, aprendam!

Minha boca manteve-se concentrada em sugar aquele mamilo até que ele não pudesse estar mais enrijecido. O outro foi carinhosamente massageado com as mãos. Ok, talvez carinho não seja a palavra certa. Eu estava um tanto... Hm... Selvagem, eu diria. Rafa não estava reclamando, era isso que importava. E então havia outro sabor que eu estava louco para provar. Mas iria com calma, idolatrando cada centímetro daquele corpo maravilhoso que estava a dispor do meu (nosso!) prazer.

Minha língua percorreu suas sinuosas curvas e foi agraciada com diversos arrepios em resposta. E os suspiros... Cada um mais arrebatador e selvagem que o outro. Gosto de como seu corpo inteiro reage ao meu toque, à minha língua. Gosto ainda mais porque fica bastante nítido que para a Rafa é tudo inédito. Não sei explicar muito bem, mas me sinto especial por poder proporcioná-la tudo aquilo, principalmente considerando o pouco, mas intenso, tempo que tivemos.

Minha língua já está na sua coxa quando ela entrelaça os dedos nos fios do meu cabelo e os puxa, com urgência. Embora queira me lambuzar na sua intimidade pulsante, sei que não é hora de ter pressa. Distribuo beijos demorados pelo interior de suas coxas, arrastando os lábios de forma preguiçosa, ainda que não haja espaço para real preguiça naquele momento. Ergo a cabeça por um instante e meus olhos encontram os dela e há tanta cumplicidade e confiança ali... Como é possível desenvolver dois sentimentos tão intensos em menos de quatro dias? Como é possível desenvolver a sensação de que uma pessoa sempre fez parte da nossa vida quando há algumas horas ela era uma total desconhecida? É tudo intenso e louco e avassalador como, finalmente percebo, somos Rafaella e eu. Aquele olhar me diz tanto, ainda que entre nós não haja nenhuma palavra sendo dita. Quero seu aval para seguir em frente e ele vem em seguida.

Rafaella afasta uma perna da outra e eu me delicio na fragrância de sua pele recém-saída do banho. Aproximo meus lábios da sua intimidade e basta um beijo suave pare sentir o primeiro louco e desesperado pulsar clamando por mais. O quarto é tomado por novos gemidos e é óbvio que estou indo à loucura junto com ela.

− Por favor... – ela sussurra de repente, me pegando de surpresa. Interrompo tudo para, por um instante, provocá-la com o olhar e com as palavras. Não gosto de joguinhos nos relacionamentos, nunca mencionei nada sobre o sexo.

− O que você quer, Rafa? – pergunto e há certa diversão no meu olhar. Deixo um sorriso frouxo e malandro escapar. Seu rosto inteiro fica ainda mais vermelho e nem assim ela deixa de ficar incrivelmente sexy.

− Você sabe o que eu quero, oras. Não me faça falar... – ela pede, e o tom de súplica de sua voz é divertido, apesar do constrangimento. E bem, Nícolas havia sido um bom mentor no quesito sexualidade. Uma vez, havia me contado do enorme prazer que lhe dava escutar uma mulher falando sacanagens no seu ouvido, mas talvez a minha Rafaella precisasse praticar para que o ato também lhe proporcionasse tão integrante prazer. Eu estava disposto a esperar. Ainda que não soubesse como faríamos, geograficamente falando.

− Não precisa dizer nada, Rafa – devolvi, com um beijo maroto a cada palavra. – Mas eu prometo que descobriremos juntos todas as formas possíveis de fazer amor.

Não esperei por nenhuma resposta. Finalmente me entreguei à tentação de ter sua intimidade ali, tão perto do meu rosto, chamando por mim. E sem pressa, saboreei cada centímetro dela. Ao primeiro toque da minha língua úmida, todo seu corpo se contorceu. Sua pele se arrepiou inteira e os sons que emanavam de sua garganta eram incrivelmente sensuais. Tudo naquele momento estava absolutamente perfeito. Os movimentos alternados e incansáveis a levaram direto para um orgasmo intenso e quase violento. Aparentemente, ela não estava preparada para ele. Sua intensidade a pegou de surpresa e antes que pudesse pensar de forma racional, seu corpo amolecia contra a parede. Rapidamente, me pus de pé para poder ampará-la. Sua respiração era difícil e seus músculos pareciam incapazes de trabalhar. Eu a carreguei feito um bebê para a cama. Curiosamente, naquele momento, ela não se preocupou com o peso do próprio corpo; não se mostrou constrangida por ser pesada; naquele momento ela apenas confiou em mim e se entregou por inteiro. E isso é o que eu chamo de sexo de verdade. Não a penetração ou o ato em si... Mas a forma como os seres humanos se desnudam e se entregam de corpo e alma em busca de um sentimento muito além do prazer.

Na cama, aninhei seu corpo nu junto ao meu e abracei cada nova sensação que lhe arrebatou. Felizmente, estávamos apenas começando!

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Cheguei atrasada? Sim. Com um capítulo menor do que vocês desejavam? Sempre. Mas muito mais satisfeita e tranquila com o desenrolar da cena. Apesar do sono e do cansaço, terminei o capítulo logo quando pude e cá estou eu. Espero que gostem do resultado <3 E ah, não poderia deixar de agradecer por ter os melhores leitores que qualquer escritor poderia querer. Disse que não estava muito bem e fui inundada por lindas mensagens e muita positividade. Ainda não consegui responder a todos, mas MUITO OBRIGADA. Enche o meu coração de alegria saber que muitos se sentem envolvidos com a história, mas nunca esquecem do ser humano por trás de cada palavra ♥ Amo cada um de vocês e não é da boca pra fora. Dito isto, desejo uma excelente semana, muito amor, positividade e realizações para vocês! Fiquem com Deus e até a próxima quarta! 

Obs.: ESTOU MORRENDO DE RIR COM OS CONSELHOS QUE VOCÊS ESTÃO PEDINDO PARA A NINA! 

Câmbio,
desligo. 

SINGULAR (degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora