Capítulo 33

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− Por que vocês não levam a droga da cha...? Ah, oi.

Essa era Rafaella, atendendo a porta com uma camisa larga, cabelo preso em um coque frouxo e óculos de grau. A frase começou com um esporro, seguiu para um cumprimento tímido e terminou com um ataque daqueles!

− AH MEU DEUS, EU... EU... – e então ela saiu correndo para dentro do apartamento.

Que tipo de reação é essa? Fiquei confuso e não soube exatamente como agir. Esperei por um instante para ver se alguém, principalmente a Rafa, aparecia, mas... Nada. Chamei pela minha vizinha e não obtive resposta. Então resolvi entrar, já que a porta estava aberta. Não tenho certeza se sou bem-vindo, mas... Tarde demais. Examinei a sala vazia, passei pela cozinha deserta e finalmente me deparei com uma porta de onde era possível ouvir alguns ruídos. Bati uma vez e instantaneamente o barulho cessou.

− Não entre – Rafa gritou, parecendo afobada e desesperada. – Eu acabei de acordar, estou horrorosa e sem chances de...

Que se dane! Abri a porta e fui recebido por uma expressão incrédula da ruivinha, que tratou de se esconder debaixo do edredom amassado. Aquilo tudo era porque ela havia acabado de acordar? Não era possível. Pelos três segundos em que pude olhar para ela, na porta da sala, só consegui pensar no quanto ela estava linda (e sexy).

− Sai daí, Rafa – murmurei de um jeito amigável que não causou nenhum efeito, já que ela continuou muda e escondida. – É sério! Ou você sai por bem, ou sai por mal. Qual vai ser?

− Só me dê alguns minutos – suplicou de um jeito nervoso que, para mim, parecia engraçado.

− Se fosse por algo realmente importante, eu sairia. Mas você está surtando por ter acabado de acordar e ter me recebido de um jeito... Hm... Sexy?!

Sexy? – perguntou, caindo na gargalhada em seguida. Não adiantaria discutir com ela, de modo que apenas me aproximei de forma sorrateira e tratei de puxar o edredom na minha direção, impedindo-a de se esconder de mim novamente. Sua risada cessou e ela me encarou constrangida. – Estou descabelada, sem maquiagem, vestindo uma camiseta velha, de óculos... Achei que fossem as minhas amigas na porta.

Ela se sentou na cama e tentou se esconder com algumas almofadas... Aproximei-me e me sentei ao seu lado. Suas bochechas ficaram vermelhas e ela ficava cada vez mais sexy, sem previsão de parar. E o ruim disso tudo é que ela não se dava conta. Nem um pouquinho. Nem por uma fração de segundo sequer.

− Você está linda, Rafaella. E eu te trouxe um presente... – estendi a sacola que trazia na mão esquerda e ela pareceu surpresa. E desconfiada.

− Presente? – questionou com uma sobrancelha erguida na minha direção. – Não é meu aniversário e a gente mal se conhece...

− Cale a boca e abra de uma vez – instruí, não querendo dar mais explicações. Eita garota desconfiada, viu?!

Apesar do receio, Rafa rasgou o embrulho e lá estava ele: o livro que havia escolhido com tanto carinho para ela. Seus olhos estavam brilhando e, em certa altura, ficaram cheios d'água. Ela abriu o livro e folheou as páginas preguiçosamente, para logo em seguida inalar o cheiro delas. Passou a ponta dos dedos pela capa, contornando cada detalhe, ainda sem dizer uma palavra. Entendo que ela estava admirada e tudo mais, mas eu estava nervoso pra cacete e meio que queria ouvir algo, sabe? Algo positivo, de preferência.

− Nunca, em toda a minha vida, ganhei algo tão incrível – ela finalmente se pronunciava, já com lágrimas escorrendo pelo rosto. – Não pelo valor ou pela edição maravilhosa, mas pelos detalhes. Você está me presenteando com um livro da minha autora favorita, depois de ter destruído meu exemplar de "Orgulho e preconceito". E nesse, não tenho apenas uma história, mas três. Dá para ver que você o comprou pensando em mim... E não por simples acaso. Muito, muito obrigada – seus olhos castanhos, contornados por cílios longos, se voltaram para os meus. – Eu nem sei como agradecer.

Com um beijo, talvez. Era isso que eu queria dizer, mas... Não disse. Atormentava-me o fato de saber que teríamos apenas alguns dias juntos. E o fato dela ser uma garota realmente incrível. Eu não queria que ninguém saísse machucado dessa história. Nem ela nem eu. Mas foi difícil pensar nisso com tamanha clareza quando ela se aproximou e me abraçou. Fui envolvido por seus braços e meu nariz ficou muito próximo do pescoço dela. Instantaneamente, fui envolvido pelo cheiro de cravo de seus fios alaranjados. Aproximei-me e meu nariz, meio que por vontade própria, roçou bem de leve em seu pescoço. Ela se arrepiou no mesmo segundo e eu também. Afastamo-nos.

− Eu gostaria que você viesse para a praia comigo e meus amigos – convidei, antes que realizasse uma loucura. Finalmente me ocorreu que as amigas dela não estavam lá. Ou, pelo menos, não todas. Será que estávamos sozinhos? Droga, eu precisava parar de pensar nisso. E nas coisas que gostaria de fazer se esse fosse o caso. Aquilo estava me desconcertando e...

− Não sou muito fã de praia – ela confessou. – Mas posso acompanhá-los se puder levar meu livro novo – ela voltou a encarar o presente que estava em seu colo e seu sorriso se alargou, deixando-a com covinhas. E a palavra sexy continuava pairando por ali.

− Certo, já pode trocar de roupa – concordei satisfeito, com um sorriso mais largo do que achei que pudesse dar.

− Essa é a hora em que você me espera lá na sala... – indicou com um sorriso fofo e as bochechas (de novo) coradas. Sexy (de novo) (mais ainda) (estou ferrado).

− Ah, claro, eu... Bem... Estou indo – e fui. Embora quisesse ficar. Embora não me importasse, nem um pouco, de vê-la se despir. E, bem, as coisas estavam ficando realmente estranhas.

Uma parte de mim pensava no carnaval, na curtição e na festa. A outra, totalmente nova e para qual não me preparei, não conseguia parar de pensar na garota de cabelos alaranjados e sorriso de covinhas. 

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Oi gente lindaaaaa, como vocês estão? Eu estou numa correria danada, mas consegui passar cedo por aqui *-* O evento no último domingo foi MARAVILINDO e eu AMEI ter encontrado alguns de vocês lá (reencontrado, em alguns casos, rs). Durante as quatro horas, me diverti muito e  fui cercada de amor e carinho ♥ Já estou na correria para o repeteco, mas, dessa vez, em Sampa!!! Será que vou encontrar tanto amor assim também na terra da garoa? Será que encontrarei PODEROSOS por lá? Anotem na agenda: 23/01, às 16h, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, na Av. Paulista. Quem quiser garantir meus livros impressos, poderá comprá-los na livraria ou fazer um pedido através do blog para eu entregar lá. Comprando pelo blog, rola um desconto bacana :p 

E, voltando para o carnaval carioca do Noah e da Rafa, o que estão achando? Espero que estejam se divertindo tanto quanto eu (e olha que eu nem gosto de carnaval hahaha). Aproveito para compartilhar com vocês o novo vídeo lá do canal... 50 fatos sobre mim! Tem CADA COISA CONSTRANGEDORA, QUE SÓ JESUS, HAHHA! Tomara que vocês continuem gostando de mim, rs!

SINGULAR (degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora