Rafa se instalou no meu quarto (NO MEU QUARTO) e por fim parecia mais aliviada. Ela queria me apresentar para alguém especial... Alguém que a fazia sorrir ainda em pensamento. Eu imaginava não se tratar da sua mãe ou de algum outro familiar, mas não tinha como saber ao certo. Ela estava fazendo mistério e nem centenas de beijos a fizeram mudar de ideia. Já disse que ela havia se instalado no meu quarto? Enfim... Marcela já havia tomado seu chá de sumiço, mas sabíamos que a reencontraríamos no início da noite. Acompanhada do Stéfan. Nas próximas horas, esperava continuar muito feliz para conseguir aturá-lo com certa civilidade. E caso ficasse triste por alguma eventualidade, me lembraria do novo fato que não canso de repetir em pensamento: Rafa estava instalada no meu quarto!!!!!!!!!!!!!! E eu nunca havia sido tão desmedido no uso de exclamações em toda a minha vida!!!!!!!!!
− Esse mistério está me matando – murmurei ao pé do seu ouvido, feliz por ver todos seus pelos se eriçando quase instantaneamente.
− Vamos conhecer alguém muito especial para mim... Alguém que tem me mostrado como uma verdadeira amizade deve nos fazer sentir – foi difícil desviar os olhos dos seus lábios rosados cheirando a framboesa. Beijá-la sempre parecia uma ótima ideia.
− Então você tem uma amiga melhor do que aquelas que me apresentou? – questionei, fingindo certa indignação. – Como você pôde esconder o jogo dessa forma? Por um momento, achei que precisaria aturar aquelas pestes até meu último sopro de vida – ela riu do meu exagero forçado e se aproximou, selando seus lábios aos meus. E não é que eu estava certo? Beijá-la era, definitivamente, sempre uma ideia maravilhosa. Rafaella parecia concordar.
O táxi finalmente parou e enquanto eu pagava ao motorista, vi a ruivinha descer do carro e abrir um sorriso gigante, de um canto da orelha a outro. Quando me juntei a ela, não pude evitar entrelaçar sua mão à minha.
− Aquelas são... – ela começou, enquanto caminhávamos na direção do que eu julgava ser um parque. Logo se corrigiu. – Eram... Minhas únicas amigas mesmo. Hoje quero te apresentar alguém que conheço há menos tempo, mas sem o qual provavelmente não conseguiria viver.
− Não vai nem me contar o nome dela? – pedi, fazendo charme. Atravessamos o portão e minhas suspeitas pareciam se confirmar. Cumprimentamos os seguranças e seguimos caminhando de mãos dadas.
− Manoel... Ele se chama Manoel.
E... Puta merda! Juro que tentei não parecer um babaca com ciúmes, mas o nome masculino me pegou de surpresa. Sem contar nas palavras enunciadas há pouco: "Hoje quero te apresentar alguém que conheço há menos tempo, mas sem o qual provavelmente não conseguiria viver." A ruivinha se deteve no meio do caminho para poder avaliar minhas expressões, o que tornou ainda mais difícil a missão de neutralizá-las. Sabe a pose do cara bacana que havia instalado sua quase-namorada em seu quarto há pouco? Havia ido para o espaço! E se o tal Manoel fosse um babaca tal qual Stéfan? E se não fosse apenas amigo dela? E se ele fosse completamente apaixonado por ela? Porque há de se convir... Conviver com aquela ruivinha e não se apaixonar é tarefa árdua. Eu a conhecia há poucos dias e já estava totalmente na dela. Não poderia culpar o pobre Manoel se estivesse na mesma. A pior parte era pensar que em alguns dias eu estaria voltando para Buenos Aires, enquanto Manoel estaria ali, ao lado da minha garota, desempenhando o papel que eu deveria ter o direito de desempenhar.
− Ei, você é do tipo que não acredita em amizade entre pessoas do sexo oposto? – indagou, parada diante de mim com certa incredulidade e as mãos na cintura.
E não, definitivamente não é esse o tipo de pessoa que sou. Afinal, Marcela e Nina estavam aí para provar exatamente o contrário. Ok, sei que cheguei a confundir as coisas com a minha atual cunhada, mas não vou ficar me culpando por isso eternamente. Nina me enxergou quando mulher nenhuma (além da minha mãe, da tia Mel e da Dra. Madalena; mas elas não contam, não é?) parecia capaz de fazê-lo. Então é normal que eu tenha metido os pés pelas mãos e julgado tudo errado. Enfim... Manoel.
− Não sou esse tipo de pessoa... Mas você é maravilhosa e cedo ou tarde qualquer homem perto o suficiente vai perceber isso. Talvez até algumas mulheres – eu fiz beicinho fofo e um olhar de cachorro abandonado para demonstrar que eu não era um desgraçado machista, mas um cara com algumas inseguranças. E bem, sou homem o suficiente para admiti-las. Fazer joguinhos? Não é a minha praia.
− Ah, acredite, Manoel jamais olharia para mim dessa forma – eu tentei rebatê-la, mas ela não permitiu. Seus lábios vieram ao encontro dos meus e todo o fuzuê mental foi silenciado com espantosa rapidez. Fomos interrompidos pelo aviso sonoro do celular da ruivinha, que informava a chegada de uma nova mensagem. – Manoel está atrasado... – ela bufou enquanto movia os dedos de forma ágil pelo aparelho. – E o pior é que isso nunca é uma novidade!
Fiquei feliz com aquele atraso, confesso. Eu precisava de algum tempo para digerir o... Bem, o Manoel, para ser sincero. Se fosse um babaca no melhor estilo Stéfan de ser, seria fácil. Moleza! Mas e se ele fosse gente boa, bonito (acreditem, também sei reconhecer quando caras são bonitos e isso não afeta a minha masculinidade, uau!), simpático e outras tantas coisas? Seria difícil competir principalmente considerando o quesito distância.
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− Que tal bolo de cenoura com cobertura de chocolate? – Rafa me perguntou, minutos depois, quando estávamos sentados na cafeteria do parque. Assenti com um sorriso. Ela também pediu dois cafés e logo em seguida conferiu seu celular, para anunciar com entusiasmo: − O Manoel finalmente chegou!!!
Tentei parecer empolgado, mas... Eu estava me saindo pior que a encomenda.
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Cheguei tarde mas, como prometido, cheguei ♥ O capítulo novo ficou curtinho, mas foi escrito com amor e carinho. As coisas andam meio complicadas na minha vida, mas tentarei não romper com o compromisso que temos com o Noah por aqui, combinado? Finalmente apresento o Manoel a vocês e já quero saber quais são as expectativas. Não resisto a uma pequena dose de suspense, rs.
O vídeo de capa desse capítulo é o mais recente do meu canal, onde compartilho as dicas que me ajudaram aqui no wattpad. Espero ajudar outros escritores :) E a propósito, abri os comentários do vídeo para divulgação de histórias. Volta e meia alguém me pede para conferir uma ou outra e nem sempre tenho tempo, mas estou me comprometendo a olhar todas que estiverem nos comentários do vídeo!!!
E bom, no próximo sábado tenho um bate-papo na Saraiva do Plaza Shopping, em Niterói, às 15h, juntamente com as escritoras Bruna Fontes e Yohana Sanfer. Se tiver alguém das proximidades por aqui, está mais do que convidado <3 É na Saraiva do terceiro piso, viu? Sexta-feira ainda passo por aqui, então, até lá...
Câmbio,
desligo.
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SINGULAR (degustação)
RomanceSINGULAR é um spin-off independente de PODER EXTRA G; narrado pelo Noah, personagem secundário da trama que ganhou muitos admiradores. Se você ainda não conhece a Nina, trate de ler sua história e dar boas risadas. Sinopse: Noah sempre quis s...