"Capítulo XXXVI" Hiroshi - despedidas

790 37 0
                                    


Acidente com Vivian

Um dia Vivian estava indo para o colégio, estava com várias pessoas juntos, no quarteirão do prédio onde estudava, nesse momento passou um carro com uns garotos da mesma escola, uns bagunceiros que estudavam na parte da manhã. Quando passavam um deles gritou com o grupo de meninas que era o da Vivian, pareciam uns malucos, deram meia a volta e encontraram o mesmo grupo na metade do quarteirão, Vivian que estava do lado da rua, foi pega pela mão esquerda e arrastada por uns dois metros, com o carro em movimento. Todos entraram em pânico, temiam que quando a soltasse o carro a atropelaria. Começou uma gritaria e Vivian foi solta e ao ser jogada ao chão ralou os braços, e os joelhos, mas nada que fosse preocupante. Ela chorava e todos preocupados alevantaram de volta para casa, não parecia que tinha acontecido algo grave a nível físico com ela. Não demorou muito para que a notícia se espalhasse na vila, na escola era comentada a história até chegar na diretoria que tomando as providências expulsa os garotos da escola. Quando Hiroshi chegou na casa dela estava apavorado, a irmã menor de Hiroshi  que estudava com Vivian contou o que aconteceu, estava eufórico. Foi a mãe de Vivian que atendeu o rapaz.

— Dona Tereza, como ela está?

— Está bem Hiroshi, um pouco assustada, mas está bem, vou deixá-la sem ir à escola por alguns dias, amanhã vou até lá explicar o que houve, as  amigas dela falaram que contariam para a direção o ocorrido. Ela dormia, Hiroshi foi até o quarto a viu e se tranquilizou, não acordou ela, foi até o portão da escola, queria saber mais detalhes da história.

— Me falem quem foi o desgraçado que fez isso, eu conheço? Um grupo de pessoas que ele conhecia contaram como foi, mas ninguém sabia exatamente quem era, apenas um rapaz sabia, mas evitou falar, sabia que iria dar briga, contaram apenas na direção da escola, e juntamente com o depoimento dos que assistiram o caso os rapazes foram expulsos da escola. Depois de dois dias, Vivian voltava pra escola, agora Hiroshi a levava para escola, ou os irmãos. Todos ficaram com medo que o rapaz voltasse para se vingar. O plano da mudança da família de Hiroshi estava caminhando, mas havia sido adiada para o fim do mês...Os dois conversam sobre isso:

—Como vamos ficar Hiroshi, e agora?

— Eles ainda não decidiram quando vão, já tentei fazer eles mudarem de ideia, mas meu pai quer ir embora daqui.

— E nós, como vamos ficar, São Paulo é tão longe. Vivian chorosa, sentia seu coração doer, perder o seu amor, seria como tirar parte dela,lembrou de Cássio e agora perderia o Hiroshi, ate parecia destino ficar só.

— Vamos ficar noivos! Os pais de Hiroshi nem sabiam que ele namorava, e ainda pior, com uma menina que não tinha descendência japonesa, isso não daria certo.

— Como vai ser isso? Você já falou com seus pais, de que vai adiantar ficar noivos se não vamos nos ver, e quem sabe nunca mais se ver. Para Vivian, tudo aquilo era tenebroso.

— Calma Vivian, daremos um jeito, para tudo tem um jeito. Amor não é se envolver com a pessoa perfeita, aquela dos nossos sonhos. Não existem príncipes nem princesas. Mas fazemos esses personagens, as criamos no dia a dia. Os dois se amavam, a vida é mesmo assim, o amor mais ainda, quem ama, ama e espera, mesmo no silêncio. E se dói, é porque se entrega, porque pensa menos em si e mais no outro. O amor entra pelo peito e não sai por nenhum lugar. A simples ideia de separação os deixavam loucos de amor. Queriam ficar juntos, casar, ter filhos, e sonhavam. Sonhavam em ter uma casa com um quintal grande onde os filhos pudessem brincar como eles quando crianças sem perigo. E tudo isso corria risco, e como não podiam fazer nada e quando podiam passavam horas se amando. Enquanto estavam juntos o mundo não existia. Apenas os dois e nada mais. Os dois viviam um encantamento, era o amor vivido e nunca ter sido concretizado, mas corriam riscos. Os pais de Hiroshi não aceitariam, acreditando que nunca daria certo, pelo fato dos pais dele serem japoneses não aceitariam o casamento, coisa da cultura. Não eram maus, apenas a cultura deles era diferente, agiam diferentes, e eles seguiam à risca. E casar o único filho com uma brasileira seria uma afronta. Para o mês de fevereiro, ainda tinham algumas surpresas, o casamento do irmão mais velho, que foi uma festança e Hirosh inão estava, viajava com o pai, então o Mário se aproveitou, queria Vivian de todas as formas, não largou a garota um instante, se tornando inconveniente.

Lembranças das Minhas Outras Vidas-Livro 1 / 2   /3Onde histórias criam vida. Descubra agora