O monge estava na cafeteria na rua de Verdade, esperava por Yves. Ela combinara com ele de que se encontrariam ali para marcar a data do casamento dos dois. Haviam chegado em Paris faziam alguns meses, a estadia na casa do Monge junto da irmã dele estava sendo maravilhosa, ela nunca imaginaria que viveria num lugar tão apaixonante e ainda se apaixonar! Desde que chegaram eram paparicados pela irmã do Monge, a Juliette, ela era quase da mesma idade de Yvis e se tornaram grandes amigas e confidenciavam tudo. Os filhos, Yul e Genghis se adaptaram na cidade perfeitamente, parecia que moravam ali à vida toda, estavam felizes. Genghis arrumou uma namorada, iam se casar em breve e iriam morar ao lado da casa dos pais. Fora Juliette quem apresentara à moça, de boa família e rica. O monge, sempre amigo e cortês com todos, transformou Yul num jovem que sabia quase tudo da espiritualidade, decidiu ser estudante da doutrina espírita na cidade. Paris era o berço do espiritismo e tendo o monge com toda sabedoria ia ser fácil, era compenetrado, sábio... (O Livro dos Espíritos/Data da primeira publicação em 8 de abril de 1857) à França era palco das reuniões espiritas, diversos lugares havia reunião e Ninn ia em quantas ele podia e Yul o acompanhava. Niin, assim ele queria que fosse chamado por ela, não usava mais aquela roupa própria de monge, agora era o homem mais elegante da cidade, era assim que Yvis o via. O início do relacionamento se deu devido à aproximação de outrora. O monge teve um amor no passado e devido a traição havia se fechado, mas os encantos dela o despertou, e um dia estavam sozinhos tomando chá na varanda da casa ele decidiu falar o que lhe ia ao coração.
— Yvis, não quero ser indelicado, mas tenho um sentimento profundo por você, queria te pedir em casamento, aceita? A mulher não ficou surpresa, já notara olhares, e ela também estava gostando dele, a viagem e a morada deles, na Mongólia, aquela convivência fez com que eles ficassem próximos, e o sentimento nascer.
— Aceito, fico lisonjeada com esse pedido, mas precisamos contar para meus filhos, não quero criar situações constrangedoras, tem apenas dois anos da partida do marido, quero ver se eles concordam.
— Está certo, eu sou da mesma opinião, não quero desavenças por minha causa, gosto muito dos seus filhos. E assim foi feito, no jantar...
— Meus filhos, hoje o Niin me pediu em casamento, quero saber o que vocês acham? Os filhos Genghis e Yul se entreolharam com caras sérias, mas a felicidade logo apareceu na cara dos rapazes, que se levantaram para abraçá-los, todos ali estavam felizes. Yul por um segundo ficou quieto, pensou em Saran e como queria ela ali, seriam felizes juntos também, mas Deus não quis assim e ele respeitava, sabia que cada um tem um caminho para percorrer e o de Saran não era com ele, não naquele tempo.
— Monge, quero que seja feliz com minha mãe, faça ela feliz, já foi muito triste tudo até aqui. Disse Genghis
— Estou feliz, vou ter você como meu pai, aliás foi o pai que nunca tive, você entende, não é?
— Sim, meu filho, eu também os considero meus filhos.
— Ah! Meu irmão, que felicidade ver que agora será feliz, encontrou uma mulher de verdade, e quero ter sobrinhos, disse Yul.
— Meu deus, está pedindo demais não está? Todos se abraçavam, sempre se deram bem, era hora mágica da família a hora da refeição. Uns dias mais tarde.
O monge Niin estava ficando nervoso, Yvis não chegava, pensou em retornar para casa, mas parou, porque viu quando ela desceu do táxi.
— Meu amor desculpe, mas fiquei presa na rua de cima, teve um acidente e tivemos que esperar a remoção do corpo.
— Que os bons espíritos o socorram, que o recebam no plano espiritual.
— Pronto, que dia podemos marcar o casamento na igreja, porque o cartório já marquei.
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Lembranças das Minhas Outras Vidas-Livro 1 / 2 /3
SpiritualitéUma alma com várias vidas. A evolução de um espírito experenciando a vida humana com conflitos, alegrias e tristezas, tudo fazendo parte para a evolução espiritual. Uma alma forjada nos sentimentos mais íntimos, aprendendo muitas vezes sofrendo, lap...