Capítulo XV O reencontro com Thierry

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Marie pensando na visita decide ir até à mercearia, para fazer compras, agora com hóspedes em casa iria precisar de suprimentos, ela pediu para o moço da mercearia colocar tudo em caixas, para não quebrar ou esparramar, estava de carroça. O moço, muito simpático, ajeitou de uma forma que nada balançasse. Agradeceu e partiu em direção ao sítio, sua residência. Ela seguiu para sua casinha, e ia pensando, que agora sim, iria viver, chegava de ser escrava daquela menina má. Lembrou de Angelina e sentiu mal-estar de lembrar do rosto dela. 

No plano espiritual, os dois monitores, Raquel e Jorge, estão do lado de Saran ou Josephine, a moça parecia dormir tranquila, agora ela estava vivenciando à vida dela, onde ela teve seu amor,  e Paris. Jorge impõem a mão sobre a cabeça da moça e faz uma oração, uma luz azul começa cobrir a testa dela, e a fisionomia da moça se tranquiliza, ainda mais... As sensações da vivência lhe trazem sentimentos escondidos...

— Raquel, suponho que devemos dar uma pausa nas lembranças dela, o que acha, receio que não esteja preparada, entrará em depressão em saber do desamor da família dela?

— George, ela está bem. Acredito que ela esteja pronta, ela precisa conhecer seu passado, suas reencarnações para poder seguir na próxima com mais consciência, vamos continuar... 

Na casa da família de Marie, sua mãe que recebeu Josephine, estava cozinhando e das panelas saía um aroma adocicado que despertou a curiosidade da moça que se aproximou, ela olhou para dentro da grande panela e viu grandes pêssegos avermelhados cozinhando, o cheiro se intensificava, e olhou curiosa para senhora, que logo tirou sua dúvida:

— Josephine, esses pêssegos são da fazenda de um senhor daqui de perto, são especiais, eu compro e faço compotas para vender. Nós nos preparamos para quando a minha filha deixasse sua casa. Marie agora saindo da casa dos pais da sua família, vai precisar ter outras rendas, e vamos fazer o estoque aumentar, para podermos vender em todas as redondezas, hoje estamos vendendo pouco, mas está crescendo gradualmente.

— Se precisar de ajuda conte comigo, vou viajar logo, enquanto estiver aqui, disponha.

— Não precisa minha menina, o trabalho é prazeroso e sem dificuldade como pode ver, e você é nossa hóspede;

— Quero agradecer a hospedagem e carinho de vocês, sem isso, seria  difícil. Nesse momento, ouvem dois toques na porta, e a senhora larga o que está fazendo e vai em direção a porta da entrada, abre e vê um lindo jovem, com um lindo sorriso no rosto.

— Boa tarde senhora, estou à procura de Josephine, fui informado que ela está nesta casa, Marie me mandou o endereço.

— Sim, é aqui. Entre por favor, ficar na rua pode despertar olhos curiosos que no momento não são bem vindos. O rapaz tirando o chapéu, entrou e ficou ali parado no hall de entrada olhando à linda jovem que estava no ponto extremo da sala. Os dois ficaram ali, não diziam nada, apenas às almas se comunicavam. A velha senhora se sentindo inútil no ambiente, saiu devagarinho em silêncio. Do outro lado da estrada, uma sombra se esconde atrás das imensas folhagens de pastos. A mulher tem um intuito, ver à casa, torce e retorce o corpo, tem vontade de ver no interior da residência, mas vai ficar ali, quer ouvir tudo, e vê quando a sua babá para em frente ao portão e ela entra na casa... Agora estava fácil, era só esperar, ela não fugirá dela, e fosse onde fosse, ela a acharia. O mal espreitava. O coração de Josephine, se alegrava com a surpresa à sua frente, naquele momento, queria correr para ele, mas algo a segurava, como se os pés estivessem colados no chão, e foi ele quem foi ao seu encontro, dando-lhe um abraço reconfortante e um beijo abrasador. Depois de algum tempo sentaram para conversar.

— Thierry, quero contar o que houve.

— Não precisa, estou sabendo de tudo, sua babá contou-me por um bilhete, por isso vim o mais rápido que pude.

Lembranças das Minhas Outras Vidas-Livro 1 / 2   /3Onde histórias criam vida. Descubra agora