"Capítulo VI" Decálogo /Toscana-Itália

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Allan Kardec explica-nos que há três Revelações Divinas: a primeira está no Decálogo, recebido por Moisés no monte Sinai; a segunda é a do Cristo, que não veio destruir a Lei, porém cumpri-la, isto é, a Lei de Deus, inscrita nos Dez Mandamentos; e a terceira é a do Espiritismo, que também "não veio destruir a lei cristã, mas dar-lhe cumprimento".

O Espiritismo, ao contrário das revelações de Moisés e de Jesus, não está personificado numa só pessoa, mas sim, nos Espíritos emissários do Cristo, em cumprimento à sua promessa contida em João, 14:15 a 17:

Se me amardes, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e Ele dar-vos-á outro Consolador, para que fique convosco para sempre, o Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco e estará em vós.

O Espiritismo é, no entanto, presidido por Jesus, segundo Kardec (2017, p. 40, it. 7). Tudo o que contém os Dez Mandamentos foi desenvolvido pelas leis morais de Jesus, que precisou, muitas vezes, usar de alegorias, parábolas e simbolismos para ser entendido, não segundo a letra, que mata, mas consoante o espírito, que vivifica (Paulo, II Coríntios, 3:6). Coube ao Espiritismo, terceira e última revelação, esclarecer o sentido oculto das palavras do Senhor, que presidiu todas as manifestações mediúnicas, codificadas por Allan Kardec, e foi representado pelo Espírito de Verdade.

Analisando o que o Decálogo nos expõe, percebemos que todos nós fazemos parte de uma só família espiritual, que tem Deus por Pai. É importante não perdermos isso de vista, pois foi dito pelo Cristo à samaritana, assim como em seu ensinamento da prece Pai Nosso e, mais claramente, nas palavras do Senhor ressuscitado a Maria Madalena: "Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai, mas vai para meus irmãos e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus" (João, 20:17).

Os Dez Mandamentos, recebidos por Moisés, que o Messias Divino jamais modificou, são orientações de Nosso Pai Eterno, segundo, Jesus. Entretanto, o que eram leis mosaicas, "Ele, ao contrário, as modificou profundamente, quer na substância, quer na forma".

A metade dos dez mandamentos refere-se, direta ou indiretamente, à família espiritual e humana, a começar pelo primeiro mandamento, que nos mostra a Paternidade Divina:

I. Eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos tirei do Egito, da casa da servidão. Não tereis, diante de mim, outros deuses estrangeiros. Não fareis imagem esculpida, nem figura alguma do que está em cima do céu, nem embaixo na Terra, nem do que quer que esteja nas águas sob a terra. Não os adorareis e não lhes prestareis culto soberano.

Também somos deuses, confirma Jesus em João, 10:34, o que disse Davi no Salmo 82:6 "Eu disse: Vós sois deuses, e vós outros sois todos filhos do Altíssimo". Assim como o Cristo, puro em relação a nós, é Filho de Deus, também somos filhos desse Pai Altíssimo. Nessa condição, temos de amá-Lo sobre todas as coisas, e nos conscientizarmos de que fazemos parte da família espiritual, cujo Pai é a "Inteligência Suprema, causa primeira de todas as coisas".

O segundo mandamento de nosso Pai Eterno a nós, seus filhos, criados para a perfeição, é o seguinte: "Não pronunciareis em vão o nome do Senhor, vosso Deus".

Como todo bom filho tem o dever de respeitar seus pais, jamais lhes fazendo qualquer crítica ou comentário maldoso, muito maior é o dever de todos nós, filhos de Deus, em somente pronunciar seu nome com toda a veneração, submissão e amor. A nossa família é universal e o Amor Divino rege nossas vidas.

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