"Capítulo XXXV" De Cássio ate Hiroshi

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No início do mês de julho, iria ter uma festa no clube que seria dançante, se colocou à disposição de dar carona para ela, já que moravam na mesma rua e assim o fez, Hiroshi foi buscá-la, mas não a encontrou em casa. Mais tarde a encontrou na festa, ela estava como sempre, simples e bonita. Ela era diferente das outras meninas, ela brilhava, achava que era isso que todos viam nela. Dançaram  e conversaram, o Cássio não tinha ido, aliás fazia muito tempo que ela não  via, e depois de perguntar para um amigos constatou que Cássio havia sumido fazia bom tempo, meses? Era duas da madrugada uma das meninas a qual Hiroshi costumava ficar no passado, estava na festa, e ela era bem avançadinha, veio logo agarrando ele na frente de todos, Vivian ficou furiosa, não gostou do assédio da garota e foi dando bronca nele, porque tinha deixado ela o agarrar... ataque de ciúmes...seria? 

Os dois ficaram sem jeito até o fim do bailinho dançante, levou ela para casa e na despedida beijou ela. E ela correspondeu...O  coração de Hiroshi ia saltar, acelerou tanto, parecia que a qualquer momentos saltaria rua abaixo e ele teria que correr atrás do coração rua abaixo...que emoção! Aquele beijo selava e dizia, que ele estava perdido, foi um beijo selinho, mas sentiu seu coração sair pela boca, seu sangue ferver. A pulsação fazia barulho e logo ela escutaria. Se despediu indo embora sem dizer uma palavra, não conseguiu dormir, passou a noite sentado fumando, relembrando e vivenciando o beijo, sentindo cada instante de novo e de novo. Cedinho tomou um banho e foi procurar seu amigo de noitadas de farra, contou tudo a ele, fazia muito tempo que não se viam. Ele o aconselhou para  não deixar passar, mas ir em cima na sequência, para não esfriar.

— Cara vai lá, convida ela para tomar um sorvete, leva ela para passear no parque, ao ar livre é muito romântico e sei lá tem algo para lhe oferecer, com certeza será agora. Essa menina é romântica, ela vai cair no seu amor, mas cuidado se fizer algo errado pode perdê-la, românticos tem que ter cuidados, são sensíveis demais...e pelo que conta ela é especial. 

Saiu da casa do seu amigo que morava do outro lado da cidade, nunca demorou tanto no trajeto da casa dele até a sua rua, mas esse dia parecia dar voltas no mundo. Chegou na casa dela e a mãe dela dissera que ela dormia, eram 11:00 horas da manhã, voltou para sua casa e ficou na varanda de tocaia, ela não fugiria dele. Ele sabia que todos os domingos de tarde ela ia na casa de uma das amigas da turma e se ela fizesse isso, sairia correndo, iria atrás dela, precisava conversar com ela, não esquecia aquela beijo que fora simples mas que mexeu tanto com ele... Passava das 14:00 horas quando a viu subindo a rua, sua amada Vivian, correu tanto até chegar na rua que tinha sentido contrário da qual ela sairia, assim ele estaria ali quando ela passasse e fingiria um encontro casual. Estava lá, tinha acabado de chegar, tentou se acalmar, seus pulmões estavam rufando, foi serenando até que ela chegou perto dele, estava debaixo de uma árvore sentado, como se não tivesse visto ela.

— Oi Hiroshi!

— Oi Vivian...se levantando com a maior cara de pau, apagou o cigarro, fez cara de descontraído...

— Que coincidência, onde você vai?

— Estou indo na casa da Ju, sempre vou lá aos domingos, gosto de conversar com ela, sempre fazemos resumos das festas que vamos...sorriu, em outras palavras pode ser fofocamos... Ela estava jovial com os cabelos molhados, bem se via que tinha saído do banho. Com aquele frio notava a ponta do nariz vermelho.

— Vivian, gostaria de conversar com você sobre ontem, vamos sair juntos, passear no bosque da cidade ou no horto florestal, podemos tomar um sorvete...Deixa sua amiga por hoje, vamos comigo?

— Hum, já marquei com ela. Ela pensou e pensou e disse: — Ok, podemos sim, como nós vamos? Ele teve a ideia de pegar o carro dos pais, eles estavam em casa, então os dois desceram a rua e foram até a casa do Hiroshi. Ela ficou na esquina esperando que ele pegasse as chaves do carro. Ela sentou-se ao seu lado parecia uma criança, com as pernas cruzadas no banco, usava uma calça branca e uma blusa de lã grossa rosa, estava mais bela do que das outras vezes. Pararam no portão do bosque, e resolvemos que ali estava muito lotado e foram para o horto florestal, o que era mais romântico e ficariam mais à vontade. Chegaram e desceram o caminho a pé, lá não entrava carro. No caminho estreito desciam muitos casais de mãos dadas, e ele se atreveu:

Lembranças das Minhas Outras Vidas-Livro 1 / 2   /3Onde histórias criam vida. Descubra agora