"Capítulo XII " - O Amor é divino

552 35 4
                                    

Deus é Amor. O "Amor constrói", sempre! Constrói na proporção que acolhe e liberta sem julgamento, que promove e oportuniza a livre expressão da Vida. Se não é amor é assassinato! É pelas vias do Amor que temos acesso ao universo interior, onde reencontramos a Filiação; pessoal e universal. É a partir deste espaço sagrado que percebemos as pontes que nos acessam a todas as almas. O ciumento, por sua vez, vive na dependência do objeto externo, entende que não pode ser feliz nem sobreviver sem a posse do outro. Transfere para o outro o direito, o dever e o privilégio de realizar-se em si mesmo. Considerando que a única pessoa que realmente podemos ter controle – isso, se desenvolvemos o autoconhecimento – é sobre nós mesmos, é inevitável a frustração, o desespero e o sofrimento do ciumento. Mas onde nasceu o ciúme? Antes de todos os dualismos e ambiguidades, antes que o ego se separasse do Eu, tudo era unicidade. Viva nos fragmentos oriundos da separação permanece a lembrança de um eterno, amoroso e livre pertencer. As divisões como as de gênero, por exemplo, advêm desta fenda na unidade.

Deste vácuo nasceu a solidão com o seu irrefreável desejo de reconquistar a unicidade aparentemente perdida. Assim, o ciúme é, em sua base, um desejo de sermos unicidade. Entretanto, corrompido pelo ego, o desejo de pertencer volta-se para o fragmento e não para a totalidade. Daí a impossibilidade de planificação do ser, a partir das demandas do ego. A maior perda, facilmente constatada na maioria dos seres humanos, é a perda de si mesmo. Tornamo-nos fugitivos do nosso próprio Ser. Fugitivos do paraíso da alma! O ego nos faz acreditar que estamos separados do Criador e em guerra com a Criação; sobretudo, com os de nossa própria espécie. Dessa crença do ego as religiões bebem e se embriagam. Surge das profundezas da solidão a ânsia de possuir uma pessoa ou um objeto.

A solidão gera a necessidade de apego e desses sombrios buracos cheios de insegurança nasce o ciúme. O ciúme é um dos caminhos propostos pelo ego para suprir a vacância deixada na aparente ausência da unidade. Paradoxalmente o apego que promove separação, e exige exclusividade, é defendido como garantia de "união". Para o ego unir significa separar. No ciúme, portanto, a motivação para se manter a união não é o Amor e sim o medo. Para o ciúme quanto mais "unido", mais apegado um casal, mais se impõe o desejo de distanciamento de parentes, amigos e objetos. Só quando esta "união" se desfaz é que se percebe que o isolamento só fez por expandir a solidão. Diferentemente do Amor que é eterno, o ego alimenta-se do tempo, da necessidade de permanência e continuidade.

Como o que permanece é a impermanência, o ego arma-se das ventosas do ciúme para poder segurar, dominar e se alimentar. Vidas, enganos nos labirintos da desilusão. O homem em busca da sua parceira, os trai, ou destrói , mata. Centenas de século, ao caminho evolutivo os leva a perdição, por causa dos vícios da carne, ainda se deixa levar pelos sintomas da paixão desvairadas, dos sonhos esquecidos, e dos amantes desfreados. Tudo em nome do amor.

Um telefonema, apenas algumas palavras a tiraram do seu eixo. Ela que estava equilibrada, com a ausência daquele que era seu apoio. "-Ele está doente, com problemas no coração, e bebe muito. Litros e litros de uísque vazios foi visto em casa, ele vivi nas casas noturnas, com mulheres"...essas foram as palavras de Natália para a mãe. "-Ele te trai mãe, virou um mulherengo, todos falam disso, tenho vergonha". Aquelas palavras a machucaram, feriu sua alma. Para ela o sono, a tranquilidade depois que ouviu aquilo a derrubou. A filha não teve caridade por ela, sua filha a jogou no chão.

Amizades com o sexo oposto para pessoas casadas já é uma forma de traição. Intimidades, sentimentos, desejos e amor não devem ser compartilhados com outras pessoas além de sua esposa. A esposa deve sempre ser a prioridade Amizade com o sexo oposto é diferente porque sempre vai haver uma possibilidade de atração sexual. Um homem normalmente se aproxima de outra mulher por que, de certa forma, a acha atraente. Como todo casamento tem seus altos e baixos, ele pode procurar na amizade com outra mulher, consolo e ajuda. Criando assim uma intimidade muito perigosa.

Lembranças das Minhas Outras Vidas-Livro 1 / 2   /3Onde histórias criam vida. Descubra agora