Lembranças das Minhas Outras Vidas-Livro 1 / 2 /3

" Capítulo XXVI " - Desfecho trágico

Hiroshi, continuava com as imagens a sua frente, ele vê Naomi sentada no jardim seus pensamentos estão determinados, ela pensa em suicídio, ele se apavora, pois Ken naquela vida nem de longe percebeu a dor que ela levava na alma, a solidão. Agora ela se arrepende do dia que se envolveu com ele e a morte era sua saída. Não ia aguentar ver a felicidade de Sakura e ele com um filho, deixaria sua filha sabia que seu marido amava a menina, não como deveria. Hiroshi, quer fazer algo precisava deter aquilo, mas não pode ele é apenas um telespectador.

Sakura é inteligente e estrategista, desde que saiu de Sapporo vivia em cima do marido, tinha certeza que ele tinha algo com a madrasta, mas queria ter certeza, ficou grávida de propósito para segurar o marido, havia lido uma carta que um dia chegou em sua residência, Naomi pedia que ele fugisse com ela, essa foi a única que vez que achou uma carta, tinha certeza do caso. Pensou em acabar com tudo e contar para o pai dela, mas isso seria um escândalo na família, aos negócios do pai. Então decidiu pela gravidez, desconfiava da criança de Naomi não ser do pai, pensou em dar veneno para ela, queria vê-los sofrer. Queria matar a criança, até arrumou veneno, mas não foi avante. Arquitetou cada detalhe, iria começar dando pequenas doses no chá a menina, claro que ninguém ia ver, faria com cuidado. O dia que começaria dar o veneno, seu pai entrou na sala de jantar e ela não continuou com a trama, e logo depois disso resolveu ir embora.

Sakura era meiga, uma filha que todo pai gostaria de ter, ela amava Ken desde os primeiros anos de escola, os dois sempre juntos. Quando começou a namorar Ken queria casar logo e ir embora, mas ele não queria, pensava em fazer faculdade, depois se casaria. Ken gostava dela, mas não era amor, era bom estar com ela, e quando conheceu Naomi um fogo acendeu dentro dele, ela sim ele amava, mas não podia ficar com ela. Seria a honra afetada, seria uma vergonha trair alguém que estava casado, sabia que foi leviano. Fazia uma semana que eles estavam na casa do pai de Sakura.

-Ken, o que você tem que ficar bajulando Naomi e a filha dela, não gosto delas. Ken gelou, será que ela percebe algo? Sakura era astuta, e estava se tornado venenosa. Estava na hora de irem embora.

-Você está vendo coisa onde não tem, gosto da menina.

-Sim e da mãe também? Aquelas palavras entraram nele como uma faca, ela sabia alguma coisa, agora ele tinha certeza. E mais dois dias se passaram, despediram e voltaram para seu lar.

Naomi cada dia mais triste, nem a filha e as novidades da menina lhe traziam alegria. O marido preocupado queria leva-la o médico, mas ela se negou a ir, ela sabia o que tinha, e nenhum médico a curaria, o remédio dela estava em outras mãos, o qual não seria dado a ela.

Em Tóquio, o filho de Ken e Sakura nascia, a felicidade que devia brotar com esse nascimento, transformava Sakura em ciumenta e perversa. Ela controlava os horários do marido, e muitas vezes o fazia passar momentos constrangedor no escritório, ia sempre por lá, ficava sentada esperando o horário de ir para casa, ele se sentia sufocado e humilhado. Ele não saia mais sozinho, quando não estava trabalhando estava com ela. Aquilo se transformava em uma obsessão. O pai queria visitá-los ela impediu, pois Naomi viria junto. A doce Sakura agora era um animal pronta para atacar, parecia que estava envenenada pelos pensamentos, ruminava ideias e achava que eram verdadeiras. Ela se sentia ameaçada, a existência de um rival real ou imaginário; a defesa em relação aos riscos de perda do amor. Estava ficando doente quanto as preocupações infundadas começavam a ter recorrência. Ela precisavam ela precisava crescer... 

Você pode ter as melhores instruções do mundo e seguir uma vida tranquila, mas você só conhecerá a tua força e a tua sabedoria quando fores submetido a dor, ao sofrimento. Ela era orgulhosa e dona de si. Suas vontades estavam sempre em primeiro lugar, a não ser quando existia um interesse velado que o fazia tornar-se gentil.