Angeline, ainda nas regiões umbralinas sofria, queria apagar de suas lembranças, às tristezas, às noites que foi dormir com fome, de quando dormia no chão gelado sem cobertas, e tudo isso ela odiava cada vez mais aquela que foi à única culpada. Ela queria destruir Josephine ou Viviane, seja lá qual nome usa, ela encontrara ela e ninguém iria impedir, levaria ela a destruição, era o que ela ia fazer. Mas agora, Angeline estava perdendo às forças. A organização que Angelina fazia parte, tinha membros perigosos, ela não tinha medo, tratava eles de igual para igual, lembrou do dia que ali chegou, chorava copiosamente num canto escuro, cheio de lama enegrecida, não tinha noção de quanto tempo estava ali, não tinha sol, era muito escuro sempre de noite e perdia a noção do tempo, também não importava, ela iria pagar. Ela recordava do último dia que viu a irmã viva, tiveram uma discussão feroz, e ela voltou a casa de Josephine alguns dias depois, iria falar mais verdades para ela, mas viu a casa cheia de gente do lado de fora, ficou na esquina assistindo à retirada do corpo da irmã da casa, e sentiu uma frustração, não ia poder mais fazer mal. E depois lembrou quando à polícia bateu em sua porta:
— Senhorita Angelina está presa, por colocar fogo no bistrô da sua irmã, temos testemunha que viu à senhora saindo do prédio antes do incêndio, logo depois tudo ardeu, agora você vai sofrer as consequências do seu ato, demoramos, mas te achamos. Foram meses de investigação, um rapaz que trabalhava no bistrô, chegava muito cedo para o trabalho, fazia os pãezinhos, massas para o bistrô, viu quando ela saía de um corredor que ficava nos fundos do bistrô com um galão na mão, achou muito suspeito, chamou a atenção dela e ela correu. Descreveu ela para à polícia e um dia encontraram ela. E foi no dia que Josephine morreu que viram ela saindo da rua da casa da moça, ligaram à história e passaram à segui-la até encontrá-la. Foi presa e condenada, mas não aguentou ficar aprisionada e se enforcou na prisão. Ela passava a mão no pescoço e sentia o ardor na pele, à garganta ainda queimava pela pressão da corda. Ela era inocente, queria se vingar daquela que tinha lhe feito mal, não era crime. Lembrou de quando eram meninas, o dia que jogou tinta na roupa da irmã... A primavera chegara, todas iriam dançar com flores na cabeça e um vestido florido. O vestido de Josephine era lindo, o dela achou sem graça, por inveja pegou uma lata de tinta, jogou em cima, e saiu apressada para quem ninguém soubesse que fora ela. Josephine levou à culpa, e não se defendeu, sabia ser à irmã que fizera e se os pais descobrissem bateria nela, então preferiu levar a culpa.
A menina Viviane, e Louis estavam com oito anos, era tempo de iniciar os estudos, em casa os membros da família, ensinaram o que à família deve ensinar em casa, como a moral, educação de como tratar os outros, costumes e respeito amor par com todos. O(a) professor(a) que devemos dar valor aos ensinamentos. Escolheram à escola e a data estava especificada para o início, os dois estavam eufóricos. Não falavam em outra coisa:
— Mamãe, quero os cadernos de menina, com capa enfeitada com flores, quero eu mesma fazer, encapar e pediu os materiais para que à mãe providenciasse. Yvi ficava admirada como ela tão criança tinha habilidades que nunca ninguém ensinou? O irmão da mesma idade era tranquilo, ia conforme à vida lhe levava, era manso, ela sabia o que queria, era exigente. À mãe comprou tudo o que à menina pediu e o resultado foi algo que ninguém na família acreditava no que via, ela encapou os cadernos com tecido florido, ninguém sabia como fizera, mas o resultado era excelente. Yul sempre que passava na frente do cabaré, algo dentro dele incomodava, sentia o peito apertar, estava disposto a descobrir o que havia lá dentro, que mexia com ele tanto assim. E um dia convidou o irmão para irem a um show de noite, todos falavam dos espetáculos, às maravilhas aos olhos de quem assistia. Genghis aceitou o convite na hora, à mãe foi logo dizendo:
— Filhos aquele lugar não é para vocês, dizem coisas horríveis do lugar, que é antro de prostituição.
— Não mãe, meu amigo falou ser o "show", maravilhoso, não tem nada disso lá. Julliet que ouvia intercedeu junto dos meninos...
— Yvi, tive uma amiga, quando jovem que trabalhava lá, é uma casa de show, elas se apresentam apenas isso, são artistas, não creia em tudo que ouve, as pessoas gostam de falar do que não conhecem, ficam imaginando e já jogam pedras. O fato era que durante o "show" que era um pouco extravagante para a época, faziam comentários.
— Isso tia, foi o que meu amigo falou, quem assiste nem tem contato com as bailarinas, elas não ficam entre à plateia. O senhor Niin que a tudo ouvia interpelou:
— Vão sim, meninos, vocês são jovens e precisam ver o que tem vontade, são homens. E lá realmente não tem nada que desabone o lugar, e endosso às palavras da minha irmã, você disse a verdade Nicolle, as pessoas denigrem a imagem de pessoas e lugares, mas nunca foram ao local ou conheceu tal pessoa, temos que cuidar do nosso julgamento, vão e nos conte como é o lugar meus filhos.
— Vamos no sábado, dizem ser o dia mais cheio, e o melhor ' show' da semana, vai até a meia noites, com um 'show' extra à 01:00 hora da madrugada, que dizem ser fenomenal. E assim à semana transcorreu normalmente, tirando Viviane, que trazia sempre novidades. Agora ela dizia:
— Mamãe, sabe aquela moça morena que você deixou tomando conta de nós ontem a noite quando saiu com papai? Eles se entreolharam, e a mãe falou:
— Filha que moça você está falando, foi Yul quem ficou com vocês ontem...
— Não mãe, ele dormiu e ela ficou no lugar dele, ela é alta e morena, linda, ela contou história para nós, pede para ela voltar sempre que você sair. À mãe junto da família, estremeceram, eles sabiam que não deixaram ninguém, isso não fazia parte dos costumes deles, e foi Niin que indagou:
— Filha me conte o que mais aconteceu.
— Pai ela disse que vai voltar, que é minha amiga, que sempre estará por perto. Que é minha irmã, mas sabia ser mentira, pois só tenho irmãos, mas a deixei falar. O homem parecia receber uma bofetada, ela estava vindo de noite ver Viviane, precisava intervir nisso, não podia ser ela, mas se não fosse, quem seria? Às aulas iniciaram e as crianças adoravam estudar, aprendiam tudo com facilidade, como crianças normais que eram. Eram sempre elogiados por todos da escola, quando alguém da família os buscavam. Mas um dia a professora pediu que um dos pais comparecessem na escola que ela precisava conversar:
— Senhora boa tarde, bem-vinda à nossa escola.
— Obrigada, à senhora quer conversar comigo ou meu esposo, estou pronta para ouvi-la;
—Senhora Yvis, sua filha conversa com uma moça que ela chama de Angeline, diz ser à irmã dela, de imediato acreditava que ela estava brincando. Como as crianças fazem muito isso com a imaginação..., perguntei ao seu filho, e ele disse que a senhora não tem filhas, então quero saber quem é Angeline, que ela conversa, e claro deixar vocês ciente disso... A mãe ouvia aquilo e agora tinha certeza. O sábado chegou e os dois irmãos, aguardavam na fila da portado cabaré para o 'show', o coração de Yul queria sair pela boca, ele sentia a cabeça girar, julgava que teria que ir embora, começou a sentir-se mal, mas foi quando à porta se abriu e eles puderam entrar, e Genghis muito atencioso, pois o irmão sentado na cadeira à mesa que lhes era de direito, em frente ao palco. O 'show' começava e Yul melhorou, assistiu tudo de boca aberta, ele se sentia parte do 'show', parecia que ali era sua casa, e foi quando olhou para cima, avistou uma imensa escadaria do lado direito do palco que, avistava todos os andares acima, sentiu tudo girar e gritou...
— Nãooo!!!!, vindo a desmaiar.
Continua...
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Lembranças das Minhas Outras Vidas-Livro 1 / 2 /3
SpiritualUma alma com várias vidas. A evolução de um espírito experenciando a vida humana com conflitos, alegrias e tristezas, tudo fazendo parte para a evolução espiritual. Uma alma forjada nos sentimentos mais íntimos, aprendendo muitas vezes sofrendo, lap...