"Capítulo XXXI "Nova reencarnação

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Como previsto a segunda guerra mundial dava início aos primeiros conflitos e o mundo sofria com o que estava acontecendo, eram os primeiros anos. Duas famílias com filhos ainda crianças precisavam deixar o país de origem, Japão, para poder sobreviver. Seria impossível ficar num lugar devastado, sem comida. Souberam através de outros moradores da região que um navio partiria dentro de alguns dias, destino Brasil. Precisavam chegar ao porto, levariam apenas o necessário para o longo período da viagem pelo mar, aportaram após três meses de viagem e com a guerra era carta sem destino, tudo poderia acontecer, mas tinham que tentar.

 Arrumaram tudo, pegaram o que tinham de dinheiro, os adultos e as crianças, estava tudo acertado, agora precisavam partir com urgência, ninguém sabia quando o país ou mesmo a cidade iriam ser bombardeadas novamente.  Quando aportaram no Brasil, o porto ficava longe dos centros urbanos, lá encontravam senhores donos de terras, os ricos latifundiários do Brasil, os oligarcas do café. Recrutavam mãos de obra barata, precisavam de pessoas para trabalhar na lavoura de algodão e café, na época a cultura da plantação que enriquecia os donos de terras. Eles recrutavam famílias, e estas em busca de trabalho, ficavam escravas dos seus patrões e de dívidas. Para quem estava em busca de vida nova e de paz, sobreviviam. 

Moravam em casas dos donos da fazenda, onde os próprios patrões vendiam mercadorias para os funcionários, que eram anotados nas cadernetas e quando iam receber os pagamentos, eram descontados tudo, desde os móveis até a alimentação, não sobrando nada para receber. Os imigrantes chegavam de diversas partes da terra. A guerra atingia todos do planeta. Famílias vindas nas mesmas condições fugindo de uma guerra.

 Muitas nacionalidades na época imigraram no Brasil, aqui encontraram um novo lar que tanto buscavam, iniciava uma grande batalha pela vida, nas entranhas do nosso Brasil. Os anos passaram e os filhos cresciam, todos trabalhavam na lavoura, era mais mãos de obra, o que deixava o patrão feliz, mas com o passar dos tempos o sindicato dos trabalhadores foram conquistando direitos para eles, claro com intenções inclusas e a forma como eram tratados foi mudando, onde eles podiam guardar um pouco de dinheiro todo mês, sonhavam em ter sua própria plantação, e assim era o motor da vida e restava apenas o sonhar. 

 Vindo da Itália, aportavam no Brasil um casal com vários filhos, a família trazia dinheiro, queria um lugar para poder plantar e criar seus filhos, e se enraizaram no interior de São Paulo, no cinturão do café. Começaram comprando uma fazenda e tinham criação de gado, ali fizeram vida, até as moças e rapazes começarem a querer namorar e casar, nesta família encontraremos a mãe de Vivienne, que foi Eleonor, seria a mãe de Ester ou Vivienne. Mais à frente nomearei cada um deles. Em outra região aportava de Portugal/divisa com a Espanha uma família, descendentes de portugueses e espanhóis. Compraram uma fazenda e se colocaram a trabalhar, dia a sol e chuva, lutaram para merecer a liberdade que tanto sonharam, longe da máquina da guerra queriam apenas paz, para plantar, colher, vender e sobreviver e claro viver bem. 

Naquela época, todos os fazendeiros viviam muito bem. O Brasil terra próspera, trazia os ambiciosos e os que queriam paz, que fugiam do transtorno de tudo de ruim da Europa. Entre eles encontramos Nelson, que foi pai de Ester e outra vida. Em outra cidade vizinha, uma outra família com 8 filhos chegava do Japão. Apenas uma jovem moça. A qual seria a mãe do rapaz que foi Yul. Jovem criada pelos irmãos e o pai, a mãe falecera na hora do seu nascimento. E não muitos quilômetros do lugar, encontraríamos o jovem de nome Akira, cujas tradições eram tão rigorosas quanto ao da jovem Akemi. Se casaram logo em seguida com a benção dos pais, que fizeram bom gosto com ocasamento entre a mesma raça. Casavam e não se afastavam das tradições trazidas. Para eles era muito importante que todos ficassem unidos, era uma forma de preservar o que traziam do Japão. Conviviam com os brasileiros ou estrangeiros, mas não se misturavam. Na cidade vizinha... a família de Eleonor (governanta de Ester)agora seria mãe da jovem que iria nascer no futuro e Nelson (pai de Ester) se tornavam amigas, os pais se conheceram nas vendas dos bois e vacas na cidade e logo a família se tornavam amigas, fazendo com que os filhos ficassem próximos. Casamento arrumado pelos pais. Foi aí que Tereza, conheceu Nelson (pai de Ester), compraram terras e se alojaram, ali nasceu a filha mais velha esta que é Dora,  mãe falecida de Ester e mais dois meninos, e seria os que foram os irmãos de Ester na vida que ela teve recordação. E agora voltavam como irmãos. 

Tudo como planejado pelos espíritos na preparação da reencarnação. Vivian, esse seria seu nome nesta História a seguir (Viviane)que foi (Ester), nasceu no interior de São Paulo, foi a última filhado casal. O pai de Vivian trabalhava de caixeiro viajante, passando a maior parte dos dias fora de casa. Logo depois montou um açougue que veio à falência, depois uma barbearia que o levou a bancarrota, deixando a família sem dinheiro algum. Viviam com dificuldades financeiras, pois os 3 filhos que ainda eram muito jovens não trabalhavam, e apenas a mulher escolhia grãos de café para algumas empresas até altas horas da noite, juntamente com filhos menores, para poder comprar o pão e leite para os filhos. Não tinham conforto algum. Tinha dias em que dormiam em galpões da estação da cidade, até o dia da decisão de partir. A vida era incerta para eles. Vivian era um bebê, mas a jornada iniciava com problemas que ela não estava vivenciando, mas já abria para o futuro próximo. A lapidação do espírito com dificuldades, para todos é o maior bem que alguém pode querer para uma alma. Ela teria situações complicadas, e com pessoas que complicariam sua caminhada, e como planejado no mundo espiritual a elevação moral e espiritual seriam para todos. Akira e Akemi, tiveram 4 filhos, o mais velho Hiroshi (Yul), e mais 3 meninas, nasceram no interior de São Paulo. Ele cresceu e estudou, trabalhou desde pequeno nas lavouras de algodão. A família passava por dificuldades e todos trabalharam desde muito cedo, desde pequeninos, os dedos de Hiroshi sangravam colhendo algodão, mas ele não reclamava, as famílias japonesas criam os filhos para o trabalho.

 Os pais eram bons para ele, Akira era sério, mas era amável, não judiava dos filhos como se via por aquelas paragens. Não bebia, apenas fumava, tivera uma educação rígida dada pelos pais no Japão. O Senhor Akira era calado, lutador, queria o melhor para os filhos. O destino seguia encaminhado todos. Hiroshi, chegou na mesma cidade de Vivian, com 8 anos, estudava e trabalhava na feira com a família, não tinha tempo para brincar. Tinham um carro para instrumento de trabalho. Viviam bem, moravam de aluguel, casa confortável. Ele estudava de tarde e trabalhava de manhã, era o mais velho, achava que tinha que ajudar. Era ótimo aluno, boas notas, morava afastado da cidade e estudava numa escola rural. Morava numa vila perto do centro da cidade. A mãe dela era impaciente com o pai pois trazia pouco dinheiro para casa o que era motivo de brigas constantes. Ela jogava objetos nele, discutiam em espanhol, as crianças se escondiam vendo tudo aquilo. Todos na família cresciam como podiam, não tinham calçados e roupas adequadas para irem à escola.

Em outra parte da cidade uma outra família de japoneses traria mais um ser que futuramente seria um alicerce para Vivian...


Continua...

Lembranças das Minhas Outras Vidas-Livro 1 / 2   /3Onde histórias criam vida. Descubra agora