• Jéssica Narrando •
Acordo sentindo todo meu corpo doer, completamente tudo doía, principalmente minha intimidade.
Eu só queria o Matheus.
Meu Deus.
Que pesadelo!
Olho para todo meu corpo e vejo que estou sem as partes debaixo da minha roupa.
Não... Isso não podia ter acontecido novamente.
Não pude deixar de perceber também várias marcas roxas por todo meu corpo e alguns chupões.
Levantei assustada sentindo ainda mais dor e uma pontada em minha intimidade, olhei ao redor e eu estava em um quarto vazio, era frio, a única coisa que tinha nesse quarto era o colchão, aonde eu estava jogada a minutos atrás.
Escuto um barulho e olho em direção a porta vendo a mesma ser aberta e um homem entrar me olhando fixamente.
Eu tenho certeza que eu o conhecia de algum lugar. Mas de onde?
Vi o mesmo me olhar e encarar principalmente a parte debaixo do meu corpo, meus olhos lacrimejaram e eu me envolvi em um canto ali.
Chorei ainda mais ao imaginar no que tinha acontecido enquanto eu estava desacordada.
– Oi, Jéssica. — diz se aproximando de mim.
Esse homem se aproximou tanto de mim a ponto de ficarmos muuuuuito perto mesmo, e então eu pude ver o César.
O que ele faz aqui?
— César? — o olhei assustada.
— Fico feliz em saber que tu ainda se lembra de mim — riu de lado — Agora eu vejo porque o Matheus não desgruda mais de ti, tu é gostosa pra um caralho! — diz se afastando de mim.
— O que você fez comigo? — perguntei mesmo já sabendo a resposta.
Por mais que fosse idiotice, ou tolice da minha parte eu tinha uma pequena esperança de não ter acontecido nada do que eu acho que tenha acontecido.
— O que você acha? — pergunta rindo — Ou você acha que só o Matheus pode abusar desse teu corpo aí?
— O que você quer comigo? — pergunto com a voz trêmula. — O que eu te fiz? Eu nem te conheço! Me deixa em paz! — grito com raiva.
— Fica tranquila... Meus problemas não é contigo não, mas enquanto isso vamos nos divertir muito. — diz acariciando meu rosto.
Virei meu rosto com raiva.
— Não quero te machucar então, cuidado com suas atitudes. Enquanto tu estiver aqui vamos fazer da seguinte forma, colaborou será tratada bem. Pisou na bola vai sofrer o pão que o diabo amassou.
Não quer me machucar?
É pra rir ou pra chorar?
Ele abusou de mim, me deixou toda roxa, eu estou grávida e o filho da puta tem coragem e a cara de pau de dizer que não quer me machucar?
Não respondi nada, apenas fiquei em silêncio remoendo a raiva que eu estava sentindo nesse momento.
César então saiu do quarto me deixando sozinha ali novamente.
Meu Deus... O que vai ser de mim? Do meu filho?
Por que isso de novo?
Eu não mereço tanto sofrimento...
O que ele quer comigo, aliás?
E se o Matheus nunca descobrir onde eu estou?
Eu iria morrer ali sozinha, com meu filho?
Chorei, chorei ao ver que eu morreria ali sozinha, com meu bebê...
— Meu filho — alisei minha barriga que já estava grande — Me perdoa tá? Perdoa a mamãe? — chorei — Infelizmente eu não fui capaz de te proteger como eu prometi durante esses 5 meses. Infelizmente eu não sei o que será da gente daqui pra frente, não sei o que teremos que passar, não sei se vamos aguentar passar por tudo isso juntos. Só me perdoa tá? Eu juro que tentei durante esses meses de proteger para nenhum mal te atingir, e eu falhei, falhei como mãe. Minha única missão nessa vida, era te proteger, e eu não cumpri...Senti uma dorzinha no pé da barriga e respirei fundo diversas vezes.
Mesmo sendo difícil, eu precisava me manter calma pelo meu filho.
Eu só queria o meu amor, eu só queria estar aconchegada em seu abraço aonde eu sabia que eu estaria segura e protegida.
Escuto novamente a porta sendo aberta e agora entra um homem com uma máscara preta tampando completamente seu rosto.
Sem dizer nada o mesmo se aproxima de mim e agarra em meu cabelo me levantando.
— O que eu fiz? — pergunto nervosa.
O mesmo não disse nada e começou a me bater.
Era tapas e socos na cara, nos braços e na barriga...
Meu deus...
Eu só queria que meu filho ficasse bem, apenas isso.
A todo segundo em cada soco eu pedia a Deus que protegesse meu filho, apesar que depois de tantos socos na barriga, não sei se ele ainda continua vivo, tão pequenino e já passando por tantas coisas, mesmo apesar de tudo, eu tinha uma esperança bem no fundo que ele estivesse ainda vivo.
O tal cara me jogou no chão e saiu do quarto fechando a porta.
Eu estava sem forças para se quer me mecher, esse seria meu fim...
Senti um chute na barriga e abri um sorriso com dificuldade.
Apesar de tudo, ele ainda estava aqui...
Meu filho.
Apesar de tudo que estávamos passando ele se mostrava presente comigo. E esses chutinhos fazem eu ter forças e não desistir de vez.
— Eu vou tentar pela gente meu bebê, aguente firme aí tá bom? Eu sei que é difícil isso que estou te pedindo, mas por favor... eu não posso te perder... — acaricio minha barriga chorando — você deu sentido pra minha vida, se você desistir eu também não vou aguentar...
Espero que o Matheus me ache logo, eu não aguento mais ficar aqui. Eu nao vou suportar por muito tempo ... meu bebê também não...
Eu me sinto derrotada parece que nada vai passar parece que tudo vai piorar minha alma chora pedindo para se libertar. Eu me sinto suja, a pior do ser humano. Eu só queria dormir e que tudo isso não passasse de um pesadelo. Eu só queria acordar desse pesadelo... Só quero minha casa, minha família, meu amor...
"É ele o meu porto seguro, que me tranquiliza, e me faz sentir segura quando tudo desmorona à minha volta."

VOCÊ ESTÁ LENDO
Não queira me conhecer
RomanceMatheus é dono do morro da Rocinha. Ele é um cara frio, calculista, cheio de ódio e rancor. O único amor que ele conheceu foi de sua mãe, mas ela foi assassinada friamente em sua frente. Depois desse dia, ele jurou vingança. E desde então ele não da...