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• Matheus Narrando •

O clima na casa da Mariana estava horrível, eu apenas estava pensando em como falar uma coisa dessas pra Jéssica, ela vai me matar, se duvidar é capaz dela até cortar meu pau fora.

Tenho tantas coisas pra resolver do morro e agora mais isso...

Estávamos em silêncio, até que Jéssica e Larissa chegam.

— Boa tarde povo — diz animada como sempre.

Olhei rapidamente pra elas, sem expressão nenhuma.

Não respondemos nada.

— O que aconteceu? Morreu alguém gente? — Larissa pergunta ao ver a gente.

Antes de respondermos qualquer coisa Mariana aparece na sala, confesso que nessa hora, meu coração gelou por alguns segundos.

Eu estava com medo da Mariana jogar a merda no ventilador, ali, naquele momento...

— Confesso pra vocês que estou muito cansada! — Jéssica diz se aproximando de mim — Oi, amor — diz me dando um selinho.

— Oi, princesa — digo dando um sorriso forçado.

Jéssica ficou alguns segundos me encarando séria, parece que queria desvendar apenas com o olhar o que estava acontecendo.

— E o churras de domingo? — pergunta puxando assunto.

— Jéssica a gente pode subir lá em casa um pouco?

— Sim. — diz apenas.

Sem esperar mais nada sai da casa da Mariana, sem falar com ninguém, esperei por alguns minutos a Jéssica sair da casa da Mariana.

— Vamos no meu carro. — Jéssica diz ao aparecer no portão.

Não falei mais nada, apenas entrei no carro.

Meu primeiro pensamento seria ir até meu barraco, mais ao ver que a Jéssica estava de carro, mudei a nossa rota, indo até a Prainha, pelo menos lá, ninguém nos atrapalharia e eu poderia conversar melhor com ela, quem sabe ela não me deixe explicar né?!

— Aonde a gente vai?

— Nesse momento, eu queria fugir com você pra sempre, pra bem longe...

— O que tá acontecendo Matheus?

— Confia em mim — digo apenas.

Como eu posso pedir pra ela confiar em mim depois do que eu fiz?

Ficamos o restante do caminho em silêncio.

Chegamos na praia e descemos do carro.

Segurei firme na mão da Jéssica, sentindo meu coração acelerar cada vez mais, como eu apertava sua mão, mais e mais, não sei, talvez será a última vez que eu toque em sua mão.

Caminhamos sobre a areia ainda em silêncio. Eu nunca senti tanto medo de perder alguém, mas eu precisava falar, eu tinha que falar, mesmo que depois disso ela nunca mais queira me ver na frente.

Não queira me conhecer Onde histórias criam vida. Descubra agora