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Jéssica Narrando •

5 meses depois:

Hoje estou completando 5 meses de gravidez e sem dúvidas nenhuma foram os melhores meses de toda a minha vida.

Eu que sempre pensava que eu já havia vivido de tudo ou quase tudo para uma guria de apenas 19 anos, me enganei.

Eu na verdade, não conhecia absolutamente nada, eu apenas achava que já havia vivido de tudo.

Mas o melhor com certeza, estava reservado pra esse momento.

Durante esses 5 meses eu vivi aprendizado após aprendizado.

Cada mês eu aprendia uma coisinha diferente.

Claro, se alguém me falasse a 7 meses atrás que com 19 anos eu estaria grávida, ainda mais do dono do morro, eu iria rir da cara da pessoa e dizer que com certeza, ela tinha fumado alguma droga.

Eu não sabia que poderíamos amar tanto uma pessoa que ainda nem conhecemos, mas eu conheci o maior amor de todos quando senti meu bebê mecher pela primeira vez.

Eu não tenho nem palavras para dizer o que eu senti naquele momento, foi um misto de emoções e sentimentos. Na verdade, não existe palavras que defina esse sentimento.

Agora que eu estou grávida, eu fico todos os dias me perguntando, como aquelas pessoas tiveram coragem de me abandonar?

Mesmo sem conhecer eu já amo mais que tudo meu filho e com certeza, eu faria de tudo por ele. E não ficaria em um mundo em que ele não existisse, eu suportaria tudo menos ficar longe do meu bebê.

E como aquela mulher que diz ser minha mãe, conseguiu nós abandonar assim? Sem um teto? Sem comida? Sem nada...

Como será que ela consegue dormir sabendo que podíamos estar jogadas na rua, com fome, com frio, ou até mesmo, sem saber que estávamos vivas?

Realmente, eu não consigo entender e na verdade, eu nem quero.

Hoje conhecendo o verdadeiro amor, mais do que nunca eu quero distância dessas pessoas.

Eu só quero os verdadeiros ao meu lado.

E o resto?

Bom, como a palavra mesmo diz o RESTO, é apenas o RESTO. E eu realmente quero que eles se fodam.

Depois do dia em que fiquei sabendo que eu estava com eclâmpsia, eu mesma, decidi ficar de repouso total.

Eu não queria que nada acontecesse com meu filho e eu faria qualquer coisa por ele.

Três dias depois dessa notícia o doutor enfim me deu alta, graças a Deus, pois eu não aguentava mais levar furadas ou fazer exames e muito menos ter que aguentar aquelas enfermeiras oferecidas olhando para o meu HOMEM.

Sai do hospital diretamente para o morro, sem chances de ir até a casa aonde eu morava para buscar minhas coisas. Matheus não quis saber de papo e estava completamente decidido que eu ficaria ali sobre seus cuidados.

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