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• Jéssica Narrando •

Acordo sentindo a cama afundar.

Abro meus olhos e vejo Matheus sentado me olhando.

Tento me levantar, mas me lembro do meu pé quebrado.

— Sentindo remorso? — pergunto rindo.

— Eu nem fiz nada. — levanta as mãos em forma de rendimento.

— Por sua culpa eu quebrei meu pé! Eu deveria quebrar sua cara, sabia?

— Tá com fome? — pergunta mudando de assunto.

— Morrendo... — resmungo.

— Vou buscar algo pra você comer — diz se levantando.

Antes dele sair eu o chamo.

— Matheus?

— Fala...

— Cadê as meninas? Eu não ia ficar na casa do Arthur? — pergunto.

— As meninas estão dormindo e você vai dormir por aqui hoje. Amanhã a gente vê o que faz...

Sem dizer mais nada o Matheus saiu do quarto me deixando sozinha.

Procuro meu celular no bolso e não acho, então vejo minha bolsa em cima do criado mudo, estico meu braço e pego a mesma.

Começo vasculhar minha bolsa a procura do meu celular, puta que pariu, preciso fazer uma limpeza na minha bolsa. Tem tantas coisas... tantas coisas desnecessárias.

Finalmente, achei meu celular!

Guardo a bolsa novamente e vejo as horas.

São exatamente 2:30 da madrugada.

Eu dormi pra caramba.

Matheus entra no quarto me tirando dos meus pensamentos, vejo que ele está cheio de sacolas .

— Trouxe coxinha, refrigerante e alguns doces — diz me entregando as sacolas.

— Nossa valeu, tô morta de fome mesmo. — digo com os olhos brilhando.

— Qualquer coisa grita que as meninas vem te ajudar — diz se virando pra ir embora.

— Fica um pouco aqui comigo, pra gente conversar.

— Não sou de ficar com muita conversa com ninguém não, guria. — diz grosso como sempre.

— Poxa, dá um desconto né? Eu tô com o pé quebrado e entediada. — faço drama.

— Tá bom. — diz bufando e se sentando na cama.

— Me fala de você... — digo dando minha primeira mordida na coxinha. Estava uma delícia.

— Não tenho nada pra falar de mim, fala de você ué.

— Como você virou dono disso tudo? — pergunto curiosa.

— Meu pai era o dono disso tudo aqui, mas infelizmente ele faleceu, deixando apenas minha mãe e eu no mundão. Quando ele morreu eu era novo ainda e estava estudando, queria assumir logo o morro, mas minha mãe sempre dizia: Quer ser traficante? Não vou me opor na sua decisão, mas seje pelo menos um traficante com estudo. — diz rindo — Enquanto eu não terminava meus estudos um antigo amigo do meu coroa ficou no comando, assim que terminei os estudos assumi isso tudo.

Não queira me conhecer Onde histórias criam vida. Descubra agora