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• Jéssica Narrando •

Acordei me sentindo um pouco melhor, meu corpo já não doía tanto, agora meu coração... Estava estrassalhado.

Eu não estava acreditando que eu tinha perdido meu bebê... Que ele não estaria mais aqui comigo e que eu nunca pegaria ele em meus braços.

Só de lembrar isso uma vontade enorme de chorar novamente me invadiu.

Eu queria sair por aí, sem rumo, apenas ir...

Olho ao redor e paro meu olhar nas pessoas que estavam em um canto do quarto me observando e conversando baixinho.

Matheus estava com uma expressão indecifrável, ele estava com os olhos vermelhos e cabisbaixo. Eu nunca havia visto o Matheus tão abatido daquela maneira.

Larissa estava abraçada com o Arthur, que alisava seus lindos cabelos loiros. Os dois eram tão fofos juntos.

Mariana estava sentada na poltrona olhando para suas mãos imóvel, ela parecia pensativa e triste.

Minha irmã também estava aqui... Ela falava alguma coisa com o Rodrigo que concordava balançando a cabeça positivamente, Rodrigo a abraçou e beijou o topo da sua cabeça. Eu sei o quanto esses dois se amam...

E em um canto isolado estava Lucas, mechendo em seu celular e com um semblante triste.

Olhei para meus braços que estavam todos marcados com roxos, cortes e várias furadas... Com certeza eu havia tomado muita injeção enquanto estava desacordada aqui no hospital, eu estava com soro em meu braço.

Tentei tirar o mesmo, mas fui impedida pelo toque suave e calmo do Matheus.

— O que você tá fazendo? — pergunta.

Agora todos estavam me encarando.

— Quero ir embora! — digo apenas.

— Você tem que ficar aqui mais um pouco amor, ainda não está cem por cento recuperada.

— Eu não quero ficar em um lugar aonde querem tirar meu filho de mim!

— Amor — diz suspirando — Queremos apenas o seu bem...

— Meu bem? — pergunto irônica — Tirando meu bebê de mim?

— Ninguém está tirando ele de você princesa. Infelizmente...

Antes do Matheus continuar de falar bosta eu o interrompi com raiva.

— Não continua o que você ia falar porque eu não quero te ouvir.

Percebo que doutor André estava agora no quarto, me olhando triste.

Será que todos vão ficar me olhando dessa maneira?

— Que bom que você está acordada, amiga! — Larissa diz animada se aproximando da cama.

— Eu quero ficar sozinha.

— Jéssica, você não pode ficar brava dessa maneira, ninguém aqui tem culpa... — Juliana falou.

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