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• Matheus Narrando •

Eu me nego a acreditar que meu filho não está mais aqui com a gente.

Isso não pode estar acontecendo.

Sai da sala do doutor André, praticamente correndo a procura do quarto em que a Jéssica estava.

Larissa vinha atrás de mim, mandando eu me acalmar.

Mas eu não queria me acalmar, eu só queria minha mulher e meu filho aqui comigo, seguros e bem.

Abri a porta de vários quartos até que enfim achei o dela.

Jéssica estava deitada, aparentemente dormindo tranquilamente, ela estava cheia de cortes, roxos, mais ainda assim, continuava linda.

Me aproximei da cama e acariciei sua barriga.

— Filhão, você ainda tá aí né? — digo limpando as lágrimas — Dá um chute pro papai dá...

Abracei a barriga da Jéssica e me permitir chorar.

Chorei como nunca antes.

Era meu filho porra, meu bebê... Meu moleque...

Eu tinha tantos planos pra nós três...

Eu que nunca gostei de fazer planos, nunca gostei de pensar no futuro.

Eu planejava um futuro maravilhoso para nós três...

Quando o doutor disse que seria um meninão, eu já pensei no nome, já imaginei daqui a uns anos, eu brincando com ele de bola, de carrinhos... Ele me chamando de papai...

Se ele fosse parecido com a Jéssica, ele seria incrivelmente lindo! Mas independente de tudo, eu já o amava mais que tudo!

— Filho... Filho... Vamos meu moleque, chuta pro papai vai... — suplico.

— Matheus, por favor, vamos lá fora... — Mariana diz tentando puxar meu braço.

— Meu filho ainda tá aqui — digo ainda abraçado com a barriga da Jéssica.

Eu não vou aceitar perder meu filho assim.

Deus não me deu ele pra agora tirar ele de mim, não mesmo. Eu não aceito isso!

— Por favor, espere lá fora, ela ainda não pode receber visitas... — André pediu.

— Me diz que meu filho ainda tá aqui comigo! - digo pegando o doutor pelo jaleco e pressionando o mesmo na parede.

— Não... Tô... — diz com dificuldade.

— Para com isso, Matheus! — Mariana diz me empurrando.

— Você precisa se acalmar... — Larissa pede.

— Eu não quero me acalmar, eu só quero meu filho! — digo ajoelhando no chão chorando.

— Eu sei que é difícil, mas você precisa se acalmar.

Sai do quarto com raiva.

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