Não queira me conhecer

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• Jéssica Narrando •

Matheus estava correndo tanto com a moto que por várias vezes, cheguei a pensar que eu iria cair.

Em cada lombada que passávamos eu sentia que a qualquer momento eu poderia me espatifar no chão.

Nunca tive medo dessas adrenalina, eu até gosto. Mas dessa vez, o Matheus está correndo pra caramba, não está respeitando nenhuma sinalização.

Estranho ao ver o Matheus saindo da cidade, como ele estava correndo muito, não adiantaria eu perguntar pra ele aonde iríamos, ele não ia escutar, por causa do barulho da moto.

Mas alguns minutos e enfim o Matheus começou diminuindo a velocidade da moto, vejo ele entrar em uma estrada de terra.

Matheus parou a moto, e eu fiquei sem entender.

— O que a gente tá fazendo aqui no meio do nada? — pergunto tentando manter a calma.

— Desce da moto. — ordenou.

Será que ele vai me abandonar aqui no meio do nada?? Ou será que vai me matar?

— Claro que não.

Pela primeira vez, senti medo.

— Para de birra e desce Jéssica. — diz sem paciência.

Contra a minha vontade, eu acabei descendo e logo em seguida Matheus desceu da moto também.

Bom, pelo menos eu acho que ele não vai me abandonar por aqui né?!

— O que a gente tá fazendo aqui? — pergunto novamente para ver se pelo menos agora ele me responde.

Novamente não tive respostas, o que me deixou extremamente irritada.

Não tenho paciência.

— Quer saber? Vai tomar no cú! Agora vai fazer greve de silêncio? Ah, vai se fuder, palhaçada...

Escuto Matheus rir, o que só aumentou minha raiva.

— Por que você tá rindo idiota?

Matheus se aproximou de mim, ainda em silêncio.

— Você é muito nervosa, Jéssica.. — diz me dando um selinho — Confia em mim, beleza?

— Está aí uma coisa difícil, confiar... Eu não confio nem em mim e vou confiar em você?

— Cabeça dura você em. Vem! — diz pegando em minha mão.

Matheus deixou a moto por ali mesmo, e pegou em minha mão.

Começamos a andar até que me deparei com uma prainha, totalmente deserta.

— Que lugar lindo! — digo boquiaberto observando o lugar. Ual.

— Aqui é o lugar que eu mais gosto de ir e se sinta previlegiada de estar aqui, pois ninguém nunca veio a esse lugar comigo.