• Matheus Narrando •
Eu estava tentando manter o máximo de controle possível, mas... era impossível. Eu necessitava dela, queria ela perto de mim, queria ouvir sua voz e sentir seus cabelos macios entre meus dedos. Poder tê-la ao meu lado, segura e bem.
Eu vou matar o César, mas antes eu quero fazer ele sofrer, mas sofrer tanto, tudo o que a Jéssica está passando nas mãos desse filho da puta ele com certeza, irá sofrer o dobro ou até mais.
A única certeza que eu tinha naquele momento era que eu iria arrancar a cabeça daquele desgraçado.
Nesse momento, estou na boca e todos os meus soldados estavam aqui falando e falando sem parar sobre essa invasão na madrugada.
Eu já tava querendo mandar todo mundo pra puta que pariu.
Ter tantas pessoas ao meu redor estava me fazendo ficar pior ainda, pois a única pessoa que eu queria e necessitava não estava, não estava perto de mim e isso me doía, parece que arrancaram algo de mim, algo muito importante, minha metade, porque era isso que a Jéssica era. Ela e meu filho são minha metade. E eu preciso deles ao meu lado para estar completo. Sem eles eu não sou nada.
Eu queria ficar sozinho, talvez beber e fumar um baseado. Mas eu precisava me manter focado na invasão e eu sei que se eu colocasse o primeiro gole de bebida na boca eu não iria parar até nem lembrar quem sou. Porque foi assim que encontrei abrigo nessa última semana, eu bebia para tentar vê-la, foram tantas alucinações, mas pelo menos eu via ela por um momento.
Balancei a cabeça negativamente, peguei a chave da minha moto, minha arma e sai da boca escutando o Arthur me chamar, mas nem dei atenção.
Eu só quero ficar sozinho.
Subo em minha moto e dou partida indo até o barzinho da Dona Ermínia.
— Só uma... — digo pra mim mesmo.
Desço da moto e vou até o balcão.
— O que vai querer? — pergunta o cara que tomava conta do bar.
— 5 garrafas de tequila
O cara que estava me atendendo balançou a cabeça e pegou as garrafas, paguei e sai dali indo até a laje.
Desci na laje, bolei um baseado e dei meu primeiro gole na tequila.
— Mãe... — digo chorando — Me ajuda, por favor, me ajuda...
Sinto alguém me abraçar, olho pro lado e vejo a Mariana sentada ao meu lado.
Ficamos em silêncio por vários minutos.
— Eu quero ir — Mariana diz quebrando o silêncio.
— Ir aonde?
— Na invasão.
— Ficou louca?
— Não.
— Você já sabe minha resposta.
— É minha amiga! — diz com a voz falha.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Não queira me conhecer
RomanceMatheus é dono do morro da Rocinha. Ele é um cara frio, calculista, cheio de ódio e rancor. O único amor que ele conheceu foi de sua mãe, mas ela foi assassinada friamente em sua frente. Depois desse dia, ele jurou vingança. E desde então ele não da...