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• Jéssica Narrando •

Sinto alguém tentar puxar a arma de minhas mãos, mas seguro a mesma com toda minha força.

Agora que enfim eu criei coragem pra fazer isso, eu não deixaria ninguém me atrapalhar.

— Solta essa maldita arma, Jéssica — Matheus grita tentando tirar a arma de minhas mãos.

— Não... Me solta! — começo a chorar ainda mais — Me deixa em paz, me deixa morrer... Me deixa morrer em paz — soluço de tanto chorar.

Eu só quero paz... Será que é pedir muito?

Me surpreendo ao ser abraçada fortemente pelo Matheus.

— Para com isso! Eu te imploro... — diz com a voz embargada.

Ele estava chorando?!

— Eu não quero mais viver, eu quero morrer!

— Não! Não! Eu não vou deixar você fazer isso, por favor, para com isso meu amor — diz me abraçando ainda mais, eu não retribui o abraço — Me perdoa, me perdoa?! Eu fui um idiota, um otário, um cuzão. Me perdoa princesa?! — diz agora me encarando com seus olhos vermelhos, por conta do choro — Não faz isso comigo, não faz isso com você...

Só pelo abraço que o Matheus me deu, eu senti que todo seu corpo tremia.

Eu sentia falta dele, isso era fato. Quem eu queria enganar? Eu sentia falta desse idiota...

— Tarde demais! — digo decidida.

Aperto o gatilho para acabarmos logo com tudo isso, com todo sofrimento...

Matheus estava segurando em minha mão e acabamos disparando aquela arma por todo o closet. Só se ouvia o barulho do meu choro e dos tiros.

— Para com isso, Jéssica! Você vai acabar se machucando inferno.

— Mais? — pergunto o olhando bem nos olhos — Eu estou destruída Matheus e eu não quero mais viver. Se você me impedir de fazer isso agora, uma hora ou outra eu vou fazer, eu fico sozinha o dia todo e eu vou me matar!

— Para de falar besteira... — pede.

— Eu não quero mais ter que olhar pra sua cara todo dia!

Em um movimento rápido Matheus pegou a arma de minhas mãos.

Matheus se sentou em minha frente ofegante.

Eu era baixinha e não tinha muita força, porém quando eu estava nervosa eu tirava forças de onde eu nem sabia que existia e com certeza, eu dei muito trabalho para o Matheus tirar essa arma de mim.

Abraço meus joelhos e continuo a chorar, em um movimento rápido Matheus me puxa para perto dele e me abraça.

— Me perdoa? Por favor... — diz me abraçando.

Encarei Matheus por alguns segundos, que também me olhava, ambos estávamos chorando.

— Eu senti sua falta — diz se aproximando de mim e cola nossos lábios me dando um selinho demorado.

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