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• Jessica Narrando •

Era madrugada e eu estava no meu quarto comendo Nutella, escutando uma música que me deixava ainda mais na Bad e pensando no Matheus.

Não era novidade, eu, pensando no idiota do Matheus. Mas eu estava com o coração apertado sabe? Um sentimento foda, aperto no peito e tudo mais...

De repente, senti uma vontade, uma necessidade em ouvir a voz do Matheus, de falar com ele, até mesmo vontade de brigar com ele.

Eu sei que eu não deveria, eu sei... Mas eu precisava... eu preciso disso...

Respirei fundo e decidi ligar para ele me chingando mentalmente de todos os nomes por estar fazendo essa loucura. Desliguei a música, porque o único som que eu queria ouvir era da sua voz.

No terceiro toque, ele atendeu.

Ligação on:

— Alô? — diz ao atender.

Nesse momento, nem sei mais como se respira direito.

— Quem é porra? — diz novamente já sem paciência. Eu amo esse jeito dele.

Escutei ele chingar baixo e quando eu vi que ele ia desligar eu decidi me pronunciar.

— Oi — digo baixo.

A ligação ficou em silêncio por alguns segundos e só se ouvia o som das nossas respirações.

— Jéssica? — pergunta sem acreditar.

— Como você tá? — devolvo uma pergunta.

— Sinto sua falta, amor...

Ah amor... meu amor...

— Eu preciso te contar uma coisa... — digo receosa.

Eu não poderia esconder dele que eu estava gerando um fruto do nosso amor. Depois de muito pensar, eu decidi que ele tinha que saber, mas eu deixaria claro que minha gravidez eu passaria aqui em Londres mesmo. Eu não voltaria do Brasil por nada nesse mundo, pelo melo menos não até meu filho nascer.

— Pode falar, princesa.

Amava quando ele me chamava com apelidos carinhosos. Nem parece aquele cavalo idiota todo grosso e arrogante.

— Eu tô...

Antes que eu terminasse de falar escuto a voz da piranha no fundo.

— Aí amor estou tão cansada, com quem você tá falando aí? — pergunta.

— Ninguém — diz apenas.

Sem esperar mas nada desliguei.

Ligação off.

Eu não vou ficar me chingando e dizer o quanto eu fui burra em decidir ligar pra ele... Eu só queria que ele soubesse que eu estava grávida, que ele seria papai. Mas, como ele mesmo disse pra Patrícia, eu não sou ninguém... Ninguém importante. Não sou ninguém na vida dele e ele também passará a ser NINGUÉM em minha vida.

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