Histórias Cruzadas

3ª Temporada - 14

POV Eleanor Calder

Localização: Londres, Inglaterra

E toda a droga do plano estava indo por água baixo, ou melhor, por inferno à baixo, mas ainda bem que eu havia uma companheira de trabalho e que eu confia de olhos fechados, Sophia Smith, a garota inteligente e que sempre dava um jeito em tudo para mim.

Ela havia comentado que os policias acharam o carro e que Louis estava vindo com a detetive atrás de mim, então rapidamente peguei uma mala grande e enfiei minhas roupas dentro, nem me importando de dobra-las, afinal, em segundos a casa estaria rodeada de policiais e armas apontadas em minha direção, eu teria que ser mais rápida o possível e depositar todo meu esforço nesse maldito sequestro.

Quando arrumei a mala, prendi meus finos e escuros cabelos em um coque baixinho e logo cobri-los com uma perfeita peruca loira com franja, na qual batia na metade de minhas costas fazendo-me abrir um sorriso com a combinação, coloquei óculos de grau preto e aparelho móvel contra meus alinhados dentes brancos. Era um disfarce horrível, porém, perfeito até que eu entrasse em outro país. Eu usava um calça jeans preta, blusa branca e jaqueta de couro azul escura, sem contar com meu par de botas pretas, peguei na mala e sai imediatamente daquele quarto até que cheguei no porão, retirei a arma do cós da calça e desci as escadas ligeiramente apressada antes de puxar a garota pelos cabelos, na qual chorava em silêncio enquanto soluçava.

- Cala boca sua merda! - Exclamo puxando-a comigo para fora do porão com uma mão enquanto com a outra deixava a ponta da arma encostada contra as costas da mesma - Quando entrarmos no carro reserva, terá uma mochila embaixo do banco e tudo que estiver dentro dela você irá vestir, está entendendo? Se tentar fugir ou me enrolar, eu acabo com você sua vagabunda de merda. - Digo mais séria o possível enquanto a mesma me olhava contendo o soluço fazendo-me empurra-la enquanto pegava a mala com a mão livre antes de sairmos da casa - Tchau pai, tchau mãe, vou sair e não tenho nenhum pingo de hora para voltar. - Digo abrindo um sorrisinho forçado após vê-los amarrados um em cada poltrona enquanto me olhavam com tristeza no olhar.

Se eu me arrependo? Nenhum pouco, arrependimento nunca entrará no meu vocabulário. Se eu faço as pessoas sofrerem, é porque elas me fizeram sofrer antes e isso é apenas a vingança que eu tenho com elas. Eles nunca me deram uma coisa chamado: amor. Queriam sempre me ver como a filha modelo, o que era estúpido porque eu realmente nunca pensei em virar modelo, eles pensavam apenas neles mesmos, não passavam de velhos egoístas que me colocaram nesse mundo de merda pra sofrer por pessoas que eu amei, mas que não me amavam na mesma intensidade. Isso, essa pessoa se chamava Louis e eu amei ele como se fosse o melhor homem do planeta, se eu era uma pessoa boa? Mas é claro, eu era tão boba e ingênua, acreditava que o amor fosse durar pra sempre, mas nãoooo, o amor é uma coisa idiota e que só sabe ferrar as pessoas. E foi ai que a verdadeira Eleanor veio à tona, vingativa, corajosa, uma verdade obra-prima, sem contar que quando eu reconhecia quem eu realmente era, Sophia havia aparecido em minha vida e me encorajado ao ato da vingança, meses de conversas e planejamentos em uma cafeteria e aqui estamos nós...duas bad bitch's em um sequestro, o maior sequestro da Inglaterra.

Bom o mais engraçado era que eu não havia medo nenhum da morte, afinal, eu era a própria demônia viva.

- Como você está linda, Jane. Jane não é mesmo? Não é assim que Louis te chama? - Pergunto enquanto a mesma olhava para a janela ao seu lado. Ela usava roupas iguais às minhas, o objetivo era que parecêssemos gêmeas quando passássemos no aeroporto, na qual acredito que estava cheio, pois nesse horário era onde as pessoas onde mais desembarcavam - Sabe Jane, você vai gostar de Berlim, iremos nos divertir tanto. - Digo enquanto dirigia alternando meus olhos entre ela e a estrada.