Uma Mãe Para o Meu Bebê

Essa Droga é Da Boa?

Eram 6:45 da manhã quando Micael parou o carro em frente ao pequeno prédio onde Sophia se alojava, junto com Karl. O fato dela morar no Brooklyn deixava ele meio tenso, não deveria morar ali, ainda mais para alguém como ela.

— Você acorda muito cedo. — Sophia entrou no carro. Usava uma calça jeans, tamanco, uma blusa regata e por cima um colete com botões. Não tinha um pingo de moda. — Pra onde vamos mesmo?

— Vamos fazer a sua inseminação. — Sorriu, ligou o veículo.

— Ah. — Deu de ombros. — Será que depois a gente pode comer alguma coisa? Eu to cheia de fome. — Tinha as mãos na barriga.

— Claro! Mas você não tomou café antes de sair?

— Tá vendo o meu rosto? Eu acabei de acordar. — Espreguiçou-se. — Vem cá, eles não vão enfiar aquele troço de metal na minha vagina, né? Eu tenho um trauma disso, a última vez que eu fui fazer exame médico, acho que eu tinha uns dezesseis anos...

— E quantos anos você tem agora?

— Vinte e três. — Micael deu uma pequena freada, os pneus fizeram barulho.

— Deveria ter ido ao médico, é bom se... Prevenir.

— Minha mãe dizia isso pra mim, eu não ligava. — Encarou a janela. — Você é gay?

— NÃO! Claro que não.

— Graças a Deus! O Karl ficou com ciúmes de você, mas não podemos negar, você é bonito! Parece um pedação de chocolate. — Sophia gargalhou enquanto empurrava Micael de leve, ele tinha os olhos castanhos direcionados a mesma. — Foi mal, eu me empolguei. — Deu um último sorriso.

Micael estacionou na frente da clínica de fertilização, entrou com Sophia e deu sua ficha para a recepção, em minutos foram chamados pelo Doutor Jordan.

— Bom dia, meus queridos! — Foi alegre ao atende-los. — Como vão as coisas?

— Muito bem. — Micael sorriu. — Estamos prontos?

— Claro! Só basta saber se ela está pronta. — Encarou Sophia que mexia no calendário, em cima da mesa.

— Que foi? — Observou os dois. — Ah, eu estou pronta sim! Vai doer muito?

— Você nem vai sentir. — Alertou. — Eu vou te entregar esse roupão, você irá vesti-lo e me encontrar aqui na sala. Enquanto isso Micael vai para a outra, ele te acompanhará no processo. — Sorriu.

— Ok. — Estava tensa quando levantou-se, pegou o roupão descartável do hospital e entrou no pequeno banheiro que se alojava. Micael saiu das vistas do Doutor Jordan, andou até a sala de fertilização e esperou por Sophia, já vestido, usava uma roupa descartável e uma máscara.

Ela chegou, uns vinte minutos depois, junto com uma enfermeira.

— Sente-se aqui e coloque os pés, apoiando os dois lados. — Ajudou Sophia a sentar na cadeira, ela lembrou de quando foi ao dentista, com seus 12 anos. — Vou colocar o soro em você! — A enfermeira sorriu tirando uma agulha descartável, procurou a veia de Sophia que fez um escândalo.

— AH, AH, AH, AH. — Gritou. Micael segurou suas mãos.

— Tá doendo? — Perguntou cauteloso.

— Não. — Ela sorriu, viu o soro cair em sua veia.

— O Doutor Jordan já está chegando. Não mexa no soro! — Alertou a enfermeira antes de deixar os dois, a sós.

— Vou segurar a sua mão durante o processo, tudo bem? — Micael sorriu, tinha as mãos de Sophia consigo.

— Aí, essa droga é da boa? — Revirou os olhos quando a metade do soro correu em suas veias.

Doutor Jordan havia chegado, tinha uma seringa enorme junto com uma agulha que dava arrepios, ao lado duas caixas com os fertilizantes, incluindo o esperma de Micael.

— Tudo certo, Sophia? — Perguntou a mulher que assentiu, tonta.

— EU TÔ VENDO PONEY. — Gritou. — EU TO NO COACHELLA.

— Isso é normal, doutor? — Micael encarou Jordan.

— Vamos abaixar o soro dela, está indo rápido demais.

— TUTS TUTS, QUERO VER! MÃO PRA CIMA, PRA VALER. — Deveriam abaixar o soro.

Doutor Jordan posicionou-se na frente de Sophia, com a seringa, achou o fundo da mulher antes de aplicar o esperma, em uma jatada rápida. Sophia não havia sentido nada, estava sedada pelo soro forte que fazia festa em sua veia. O procedimento durou segundos, um sucesso! Jordan era ótimo nisso.

— Acabamos. — Sorriu à Micael. — O soro dela vai parar de fazer efeito, em breve. — Explicou.

Uma parte havia dado certo.