Chantagem Emocional

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— Aqui está o papel, eu não irei esperar ninguém. — O oficial entregou um papel para Ken. — Ele poderá assinar e depois a justiça...

— Eu não irei assinar nada. — Micael havia chegado, tinha a respiração falha. — Pode parar com essa palhaçada, Sophia! Annora não vai ir pra casa com você.

— Nós temos um mandado de prisão pra você, senhor Borges. — O oficial de aproximou. — Deixe minha cliente ver a filha dela, ou se não, o senhor será preso.

— Preso? Eu cuidei da menina mais do que ela, e eu serei preso? — Estava incrédulo. — Quer saber? — Encarou Sophia. — Fala pra mim o que você quer. Anda! Fala pra mim, nos meus olhos.

Sophia olhou o oficial, depois olhou para Micael, aproximou-se.

— Eu quero te mostrar que ainda somos uma ótima família. — Silabou. — Por favor, me de uma chance!

— Uma chance? — Cruzou os braços. — Tem certeza que está pronta pra isso?

— Lógico que estou!

— Então me prove. — Umedeceu os lábios.

— Vamos jantar hoje, no restaurante perto da Times Square. — Micael se surpreendeu. — Eu pago, e ainda farei você ter outra idéia sobre mim.

— Certo. Então, peça pra esse homem retirar o papel contra a mim e... Pensarei em como você vai se sair. — Abriu as mãos para o oficial que rasgou o papel, assentiu à Sophia e saiu. — Pode ir também!

— Te encontro hoje à noite. — Deu meio sorriso e saiu, pedindo um táxi.

Ken estava confuso em relação ao que tinha acabado de acontecer.

— No que você tá se metendo? — Perguntou à Micael.

— Nem eu sei. — Bufou. — Vou deixar Annora longe dela enquanto isso.

— Então ela voltou realmente?

— Voltou, pra fazer a minha vida um inferno. — Coçou a nuca.

Micael não teria sossego. Não mesmo!

Nove horas mais tarde.

Sophia estava perfeita naquele vestido preto com brilho, elegante, os saltos caros, deixou seu cabelo comprido solto, o loiro reluzia ainda mais pela coloração recente, fora sua franja. Ela estava impecável! E esperava por Micael, na mesa do restaurante onde tinha reservado.

Pediu um vinho tinto na espera do moreno, que por sinal, já havia chegado. Usava uma calça jeans e uma blusa de botões, na cor azul, em um tom escuro. Sophia sentiu calor quando viu a manga um pouco arregaçada, as veias de seu braço lhe deram calor.

— Chegou cedo. — Micael sentou-se. — Tem certeza que vai conseguir pagar? — Chamou um garçom. — Uma taça, por favor. — O garçom assentiu, indo pegar o pedido.

— Você irá ver o quanto eu mudei. — Sorriu. Estava feliz dele estar ali, com ela. Já era o máximo!

— Assim espero. — Suspirou. — Eu andei pensando no que fazer com você. — Abriu a rolha do vinho, cheirou a bebida.

— Sou toda ouvidos. — Remexeu os ombros.

— Eu te darei uma chance, mas com uma condição. — Preparou-se pra dizer. — Você irá conhecer Annora e ficar no meu apartamento, vai tentar ser uma mãe que ela nunca teve na vida. Vai dar amor, carinho, tudo que ela sempre precisou na parte materna.

Sophia assentiu, tinha achado uma luz no fim do túnel.

— Enquanto à mim... — O garçom trouxe sua taça. — Não poderá chegar perto com outras intenções, caso contrário... Te expulsarei! — Pausou. — Terá que ser forte comigo, mostrar que é uma pessoa mudada, mostrar que não cairá nos meus encantos. Mostrar que todo esse tempo estava se preparando.

Uma meta difícil à Sophia, ela engoliu seco depois de provar o vinho, assentiu nervosa e olhou o cardápio.

— Eu aceito! — Silabou. — Aceito tudo que você falar.

— Ótimo. — Bebeu o vinho. — Já começamos com um ponto péssimo, você tem mal gosto com vinhos. — Fez uma cara feia. — Mas dá pra tomar.

— Então será assim?

— Quer viver ao lado de Annora ou não?

Sophia ficou quieta, de novo.

— Me conte mais dela, por favor. — Sorriu gentilmente, estava ansiosa por esse momento.

— Annora? Ah, uma incrível menina. — Sorriu, adorava lembrar da filha. — Ela nasceu com deficiência, Annora tem deficiência auditiva e por isso usa equipamentos caros pra poder nos escutar. — Sophia chocou-se, doeu seu coração saber disso. — Eu fiz dois anos de curso, consigo conversar com ela em linguagens de sinais. Você poderia fazer um também, irá ter bastante contato com Annora.

— E como ela lida com isso?

— Normalmente. Pra Annora não é nada demais, e eu tenho a mesma opinião que a dela. — Olhou o cardápio. — Eu gostaria de comer o prato mais caro daqui, se me permite, é claro.

Sophia sorriu, iria ser cruel até provar à Micael que era uma pessoa mudada.

Uma Mãe Para o Meu Bebê Onde histórias criam vida. Descubra agora