Micael, O Cara Triste

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Uma semana depois.

[Sinais Sophia] — Seu pai ficou de fazer o jantar.

As duas estavam na banheira, Sophia mexia nos cabelos de Annora enquanto a menina se divertia com alguns patinhos de borracha na água.

[Sinais Annora] — O papai não sabe cozinhar. Ele queima a batata!

Sophia riu.

[Sinais Sophia] — Vamos contar segredos? — Annora ficou animada. — Eu vou te perguntar uma coisa, tudo bem? — A menina assentiu. — O papai trouxe alguém aqui quando eu não estava?

Annora forçou os olhinhos, tentando lembrar de alguma coisa. Sophia esperava pela resposta, e com medo dela.

[Sinais Annora] — Uma vez, o papai me levou pra comer fora daqui, e uma moça bonita também estava lá. Ela me beijou no rosto e perguntou o meu nome.

[Sinais Sophia] — Bonita como? Bem mais bonita que a mamãe? — Annora negou.

[Sinais Annora] — Ela era legal!

[Sinais Sophia] — Você lembra o nome dela?

[Sinais Annora] — Ela não me disse. — Voltou a brincar com os patinhos.

Sophia relevou, afinal, Micael não aguentaria ficar quatro anos sozinho, ele precisava de alguém, ele precisava estar com alguém.

E ela queria descobrir quem foi esse alguém.

— Eu já ia chamar vocês. — Avistou as duas virem.

— O banho estava muito bom. — Brincou. — Annora afogou todos os patinhos.

— Coitados. — Ele riu. — Então, vamos jantar?

— Eu vou servir Annora. — Sophia foi na frente, tirou o prato da filha que logo comeu.

Não demorou muito para que Annora fosse até à cama, escovou os dentes antes de dormir. Sophia lavou os pratos e organizou a cozinha, Micael tomava banho. Tudo em excelente estado.

— Não me contou como foi seu dia hoje. — Sophia estava no quarto, arrumava a cama.

— Meu dia? — Micael parou em frente ao guarda-roupa, escolhia uma calça abrigo. — Nada demais.

— Não pareceu. — Afofou os travesseiros. — Você tava meio perdido no jantar.

— Eu? Perdido? Claro que não, meu amor. — Riu leve, vestiu sua boxer e logo após a calça abrigo.

— Micael, eu te conheço!

— Tá tudo sob controle. — Foi até o seu lugar na cama.

Os dois se deitaram. Sophia desligou o abajur.

— Você sabe que pode contar comigo. — Virou-se de frente para Micael. — Eu sou a sua mulher, lembra?

Ele assentiu, segurou nas mãos da loira.

— Eu fui despedido.

— Despedido? — Ficou surpresa. — Como assim, despedido?

— Despedido. — Disse, simples. — Eu não tenho mais o meu emprego.

— O que você fez de errado?

— Nada, simplesmente nada! — Remexeu os lábios. — Eu acho que nasci, esse foi o problema.

— Micael, o Bottin te ama. Como ele te despediu? Tem alguma coisa errada nessa história.

— Ele apenas me despediu, disse que não pôde contar o motivo e que a empresa dele iria fechar as portas futuramente. — Explicou. — Eu realmente não sei o que aconteceu.

— Mica, isso é horrível! — Passou a mão nos braços do marido. — Eu nem sei o que te dizer.

— É.

— Amor, não fica assim. — Mexeu em seus cabelos. — Você é um ótimo representante de marketing, alguma empresa vai te contratar logo!

— Eu não queria outra empresa, eu queria a empresa do Bottin.

— Vai ver a empresa do Bottin faliu.

— Impossível, Sophia! Eu mexia em todos os papéis, mexia nas contabilidades, Bottin sempre foi cuidadoso. Aquela empresa não vai fechar as portas tão cedo! — Bufou. — Eu sabia que esse negócio de chegar atrasado me daria problemas.

— Não se culpe por algo que você não sabe! — Reprimiu. — Talvez o Bottin esteja doido, ele realmente não bate bem da cabeça. Só sei que... Ele perdeu um homem muito importante.

— Então eu sou importante? — Ainda sim, estava triste.

— Pra mim? Você é sim! — Beijou o moreno. — O que eu posso fazer por você? — Continuava mexendo em seus cabelos. — Não gosto de te ver triste.

— Você pode tirar essa camisolinha e ficar pelada, em cima de mim, de preferência. — Sophia gargalhou quando sentiu o peso de Micael em cima dela.

Os dois se beijaram, as mãos fervorosas passeando pelo corpo de ambos. Sophia ficou mais tranquila quando lembrou de trancar a porta, fora isso, deixou se levar com as estocadas de Micael, e os gemidos que saíam de seus lábios. Gemidos tranquilizados para não acordar Annora!

Uma Mãe Para o Meu Bebê Onde histórias criam vida. Descubra agora