Rosa, quarenta e seis anos, nascida em Nova Iorque.
Trabalhou dois anos na casa de Lidiane, era a empregada dos sonhos mas demitiu-se depois de não receber toda a quantia certa. Decretou que nunca mais trabalharia na família Borges.
Ela estava errada!
— Rosa, desculpe te trazer aqui. — Estava no corredor do hospital com Rosa, negociando. — Eu sou irmão da Lidiane e gostaria que fosse a babá da minha filha.
— Irmão da Lidiane, é? Aquela caloteira! — Arrumou a bolsa nos ombros. — Eu não trabalho pra ninguém dessa família.
— Eu não sou caloteiro!
— Mas sua irmã é! Tá me devendo bastante.
— Você acerta com ela depois. — Respirou fundo. — Minha mulher está grávida e passou mal, está de observação e não tem ninguém que olhe minha filha.
— Você tem mais um filho, é? Jesus! Esse povo da sua família gosta de fazer filho.
— Então... Podemos conversar? — Queria resumir o assunto.
— Eu fico com a sua filha. — Pausou. — Mas primeiro o pagamento.
— Certo. — Micael pegou sua carteira, tirou o preço que Rosa havia lhe oferecido. — O nome dela é Annora, uma linda menina! — Pausou. — Annora é deficiente auditiva, ela não escuta e nem fala.
— Como eu faço pra falar com ela então?
— Ela usa um aparelho específico, está todo o dia com isso, só tira na hora de dormir. — Explicou. — Em hipótese alguma Annora não pode dormir com esse aparelho, dá interferência se ela adormecer com aquilo no ouvido.
— Meu Deus, tadinha dela! — Ficou triste. — Quantos anos ela tem?
— Quatro.
— Nossa seu Micael, que triste! E como eu faço pra ficar com ela?
— Annora está com outra babá lá em casa, mas não pode ficar a noite toda, terá que sair. — Pausou. — Vou te levar até lá pra passar a noite com Annora.
— Tudo bem, eu vou adorar conhecer a sua filha. — Assentiu.
— Muito obrigado, Rosa! Eu realmente precisava disso. — Sorriu à mulher que fez o mesmo.
Conversou com Michelle antes de sair do hospital, levou Rosa até seu condomínio e explicou as regras que Annora tinha. A mulher demorou para se adaptar com a menina, mas depois, não se importou, afinal, Annora era normal como todo mundo!
Micael voltou ao hospital, o dia já estava indo quando chegou na porta do prédio elegante. Colocou o adesivo identificando o que era de Sophia, voltou ao quarto vendo ela acordada, encarava o teto, entediada.
— Amor. — Chegou mais perto. — Você está melhor?
— Um pouco, minha boca tá seca. — Reclamou. — O que aconteceu comigo?
— Você não lembra de nada?
— Só lembro que eu vomitei na Eli. — Franziu o cenho.
— Você desmaiou quando estava saindo do banheiro, queixou-se de que não estava bem. — Micael despejou um pouco de água no copo descartável, deu na boca de Sophia que bebeu o líquido rapidamente. Estava com sede!
— Eu odeio desmaiar, é horrível! — Colocou as mãos na cabeça.
— A médica disse que é nervosismo! Pediu pra que você ficasse de... Repouso.
— Manda ela conversar com o idiota do Gregori. — Revirou os olhos.
— Médica muito da grossa, hein! — Cruzou os braços.
— Ela não pode fazer isso.
— Pior que ela pode, meu amor. — Respirou fundo. — Eu vou conversar com o Gregori se for possível. — Sentou na cadeira ao lado da maca.
— Vai perder tempo, amor! Nem adianta discutir com aquela praga de homem. — Bufou. — Ele morreu de raiva quando soube que eu estava grávida.
— Aquele cara é estranho. — Umedeceu os lábios.
— Quando eu vou poder ir embora?
— Amanhã de manhã. — Mexeu em seus cabelos. — Eu contratei uma babá pra ficar com Annora.
— Outra?
— Sim! O nome dela é Rosa.
— Você levou ela até à nossa casa?
— Levei! Annora adorou ela, vão se dar super bem. — Sorriram.
— Tô com saudade da minha pequena! — Queixou-se. — Eu quero ir embora logo, odeio hospital.
— Iremos ir, em breve! — Beijou Sophia. — Eu te amo.
— Eu também te amo!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Uma Mãe Para o Meu Bebê
RomanceMicael, um jovem empresário de marketing tinha um sonho muito estranho, ser pai solteiro. E para isso, teve a incrível idéia de contratar uma barriga de aluguel. Ele achou que seria fácil, só que estava totalmente errado. Baseado no filme Baby Mom.