Diga a Verdade

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10:45 AM.
Hard Rock Café.

Sophia entrou, como combinado, avistou Karl em uma mesa, que bebia algum tipo de cerveja misturada com café. Sorriu ambicioso para a ex-namorada.

— E aí, loirinha! — Mexeu os ombros. — Como é que vai?

— Muito bem, sem você. — Mexeu em seus cabelos.

— Tô vendo que o cara te deu um banho de loja, hein. — Observou ela de cima a baixo. — Não é mais a minha Sophia, com graça.

— Graça e burra?

— Burra você sempre vai ser. — Terminou de beber. — Como é que tá sendo essa experiência? Ele é um tremendo bocó.

— Micael é muito legal, ele não merece isso!

— E você tá fazendo o que? Deveria ter ido embora! Ah, pera aí. — Riu sarcástico. — Não tá conseguindo sair das custas dele, não é mesmo?

— Você me dá nojo.

— Você acha que ia ser esperta até quando? — Encarou os olhos azuis. — Já vão fazer dois meses que você tá lá, até agora sua barriga não apareceu. Como que tá fazendo pra consulta? Ele tá indo? Ou você tá pagando a médica pra dizer que você tá grávida? — Gargalhou. Sophia queria morrer. — Você não é tão inteligente quanto parece.

— Eu sabia que isso ia dar errado quando pegamos aquele teste da sua irmã!

— O combinado era você e eu dividirmos o dinheiro. Dávamos o golpe no cara e pronto. — Gesticulou. — Mas você ficou interessada demais, voou pra cima do cara. E agora tá com remorso.

— É claro que eu tô. Ele não merece isso, eu fiz a maior burrada da minha vida.

— E pelo visto o idiota tá acreditando. — Encarou os dedos. — Até que você foi útil, conseguiu segurar ele até aqui.

— Eu como comidas que me dão enjoo, minto pra ele o tempo todo, fora que tô sendo obrigada a me alimentar do jeito que ele quer.

— Se o trato seguisse, você não estaria desse jeito.

— Eu preciso contar pra ele, Karl.

— Eu não tô mais nessa parada, agora é você sozinha. Mas tá ligada que ele é poderoso, ele pode fazer o que quiser com você. — Umedeceu os lábios. — Você pode ir pra cadeia, pelo processo que ele pode te dar. Ele pode fazer tudo o que quiser, e você, não vai poder fazer nada. Porque é burra! — Terminou de rir. — Eu quero ver isso, de camarote, e nunca me esquecer que fui o melhor namorado do mundo pra você.

— Eu odeio você! — O choro estava em sua garganta, Sophia segurou.

— Gata, eu fui a melhor coisa na sua vida. — Pausou. — Mas gostaria de ver você caindo, do pedestal até lá em baixo. No apartamento do senhor Borges, o cara mais mauricinho que existe.

— Ele é um homem tão bom.

— Você tá apaixonandinha por ele. Mas não passa de uma vadia, por sua causa eu não consigo ir mais no apartamento dele. — Mexeu os ombros. — Era gostoso quando a gente transava no sofá, que ele comprou, enquanto ele não estava em casa. E você fingia que estava fazendo tudo certo, mas na verdade tava transando comigo.

— Chega, Karl! — Cerrou os dentes, nervosa. As lágrimas caíram.

— Se eu fosse você, engolia esse choro e vinha comigo. — Levantou-se da mesa. — Vamos conversar gata, em um bom motel, ou se não...

— Se não o que?

— Eu visito o Micael, ele vai adorar conversar comigo. Saber que você não está grávida e que tudo isso foi uma linda armação, que não vai a diante.

Sophia respirou fundo, fechou os olhos e levantou-se, sem nenhuma vontade no mundo. Saiu do Hard Rock Café e entrou no veículo velho de Karl, sumindo para algum motel em beira de estrada.

Uma Mãe Para o Meu Bebê Onde histórias criam vida. Descubra agora