Prazer, Sophia!

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Micael estava parado em frente ao seu prédio, era tarde quando saiu do trabalho, tinha as mãos no bolso da bermuda, impaciente.

— O que está esperando? — O porteiro, amigo de Micael, o avistou. Estava aflito, agora andando de um lado para o outro.

— Minha Barriga de Aluguel.

— Então você conseguiu?

— Consegui, quer dizer. — Coçou a nuca. — Eu tive que gozar em um potinho minúsculo, sujei a minha mão e agora estou esperando a minha Barriga de Aluguel, que está... — Verificou seu celular. — Bem atrasada.

— Ela deve estar vindo de trem.

— Ela me disse que viria de carro. — Voltou a encarar a rua, um carro vinha vindo, o som alto fez os miolos de Micael fervilharem.

— Acho que a sua Barriga de Aluguel está vindo aí. —  O porteiro franziu a sobrancelha quando viu o carro, um pouco velho, parou em frente ao prédio. O som de J Cole estava mais alto do que tudo, e de lá saíram duas pessoas: Uma loira e um rapaz, alto, cabelos bagunçados e um ar de aproveitador. Tinha um tribal nos braços e uma roupa suja, parecia estar concertando carros em alguma oficina.

— Não é ela. — Sussurrou baixinho antes da mulher aproximar-se mais. — É ela sim!

— OI, VOCÊ DEVE SER O CARA QUE QUER UM BEBÊ. — Estava gritando, por conta do som. — KARL, DESLIGA ISSO!

— CALMA, GATA. — Berrou de volta. Correu até o carro desligando o som. Micael estava perplexo, aquela não poderia ser a sua Barriga de Aluguel.

— Oi, senhor...

— Micael. — Deu as mãos para a loira que balançou, diversas vezes, Micael teve que parar. — Você é...?

— Sophia Abrahão. — Sorriu. — E esse é o meu namorado, Karl.

— E aí, cara. — Se cumprimentaram. — É você que vai trepar com a minha mina?

— Karl! — Sophia o repreendeu.

— Vamos subir, temos muito que... Conversar. — Sorriu, falso. Pegaram o elevador até estarem no apartamento de Micael.

Sophia e Karl observaram o local, boquiabertos, Micael tinha dinheiro de sobra, e estava sozinho. Uma mina de dinheiro! Sophia estava no céu.

— Então, Sophia. — Tinha as mãos no bolso da bermuda, novamente. — Você está preparada para fazer os procedimentos?

— Que proce... O que? — Franziu a sobrancelha, não entendendo. — Fala mais fácil, é que eu não sei essas palavras de rico.

— Você tá preparada pra ser a minha Barriga de Aluguel?

— Claro que eu tô! — Sorriu. — Você foi a nossa terceira pessoa, já visitamos uns cinco casais. — Explicou, encarou Karl que mexia nas gavetas de Micael, vendo seus vinis importados. — Para de mexer nas coisas, Karl. Que coisa!

— E você, Karl? — Micael perguntou. — O que faz da vida?

— Eu sou engenheiro empresário, eu crio coisas. — Jogou-se no sofá de Micael. — Eu invento produtos para a população inteira.

— Ele ficou muito triste com a criação do IPad. — Sophia lamentou. Micael estava incrédulo, eram dois doidos.

— Era pro IPad ser a minha invenção. — Karl lembrou-se. — Cadê a sua mulher?

— Eu sou solteiro, e gostei de Sophia, pedi pra que ela fosse a minha Barriga de Aluguel.

— Tu não vai trepar com a minha mina não, né? Por que se for... — Karl levantou, rapidamente.

— A Sophia vai fazer uma inseminação artificial, eu não vou ter nenhum contato com ela. — Micael explicou, calmo. Sophia o encarava, sorrindo.

— Sendo assim. — Karl remexeu os lábios. — Aí, gata. — Tocou o braço de Sophia. — Eu vou lá em baixo buscar um negócio, se esse cara fizer alguma coisa com você, eu mato ele. Morou? — Ameaçou Micael antes de deixar seu apartamento.

— Não liga pro Karl, ele é enxerido e sem educação. — Caminharam até a varanda.

— Estou acostumado com gente assim. — Riu leve. — Está disponível amanhã? Eu quero fazer a sua inseminação o mais rápido possível.

— Estou sim, a gente pode se encontrar de tarde. Você pode me buscar.

— Isso, combinado! — Sorriram. — Assim que você ficar grávida eu te darei todos os benefícios, e assinarei seu cheque.

— Você tem tudo isso de dinheiro? Caraca. — Micael achou graça. — Eu vou conseguir pagar o meu aluguel atrasado.

— Está com aluguel atrasado? Karl não trabalha?

— Ele trabalha de vez em quando. O nosso aluguel está atrasado faz uns 2 anos. — Micael arregalou os olhos. — Ainda bem que o dono não liga, a gente finge que não está lá.

— Ah. — Desviou o olhar. — Então, nos vemos amanhã. Eu te mandei mensagem e iremos até a clínica fazer a sua inseminação.

— Tá bom. — Sophia assentiu, sorrindo. Deram as mãos novamente.

Estava pronta para ter um bebê!

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