Estou com Fome

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Micael chegou, bem tarde, abriu a porta vendo o reflexo da TV ligada. Sophia dormia, sem jeito no sofá, deixou suas coisas na mesinha de centro e foi de encontro com a mesma, a pegando no colo e levando ela até seu quarto.

— Hum. — Remexeu-se um pouco.

— Shiii, sou eu. Estou aqui. — Beijou sua testa, a levou até sua cama, confortável.

— Fique... Aqui. — Estava em sono profundo ainda, abraçou um travesseiro. Micael sorriu.

— Vou ficar, eu vou tomar um banho e ficar com você. — Mexeu em seus cabelos.

Sophia não respondeu. O moreno foi até o banheiro tomando uma ducha quente, vestiu sua boxer junto com a bermuda lisa, quando terminou. Buscou algumas frutas na geladeira, não estava com fome, só queria descansar.

E queria saber também o por quê de Dinah mentir para ele, sendo que não desgrudava de seu pé.

Revirou alguns canais na TV e depois foi dormir, não tinha nada o que fazer, apenas descansar.


Tinha dado cano, de novo, em seu trabalho. Iria levar Sophia para o jogo dos Meets, depois disso iriam fazer piquenique. Ela estava ansiosa, com seu boné de time para dar sorte, estava falando a todo o minuto em como seria o placar, e Micael, apenas ria.

— Nossa cadeira é ali. — O moreno apontou, estavam tentando passar na multidão de pessoas.

— Pedação, eu quase deixei minha pipoca cair. — Acharam suas cadeiras.

— Segure mais firme, aqui tem bastante gente. — Micael abriu sua cerveja.

Sophia umedeceu os lábios, fazia tanto tempo que não sentia o sabor do álcool.

— Nem pense nisso, depois dos nove meses você até pode experimentar. — Micael pausou. — Ah, não pode mesmo. Você vai amamentar! — Bebeu sua cerveja.

Aquilo foi desaforo para Sophia.

— Você quer que eu amamente o seu bebê? — Teve os olhos azuis nele.

— Lógico. — Riu, com total razão. — Você é a única que pode alimentá-lo. E já sabemos o final dessa história. — Roubou uma pipoca de Sophia.

— E qual seria? — Estava com medo da resposta.

— Você fica comigo. — Sorriu. — Sabe, eu poderia ter te conhecido bem antes da Barriga de Aluguel. — Respirou fundo. — Teríamos o bebê, no modo tradicional e depois... Cuidaríamos dele, como um casal normal. Não precisaria pagar horrores pra Laund. — Riu, leve.

Sophia ficou triste, respirou fundo e encarou sua pipoca, não tinha vida em seus olhos. Estava triste!

— O que houve? — Encarou a loira, preocupado.

— Nada, eu só preciso sair daqui. Ir ao banheiro. — Observou em seus redores.

— Você tá estranha! Até agora estava feliz, e agora, está triste? O que está acontecendo? — Franzia o cenho. — Eu quero te ajudar!

— Não tem nada pra me ajudar. — Engoliu seco. — Vamos assistir o jogo e ver qual vai ser o placar. — Tinha olhado para frente, onde o telão voltou a aparecer a imagem dos jogadores.

Micael não entendeu, apenas bebeu sua cerveja e continuou a roubar pipocas de Sophia.

4 horas de jogo e finalmente, iriam fazer o piquenique. Sophia já estava morta de fome, reclamou o caminho inteiro.

— Eu sabia que o Meets ia ganhar, eu tenho muita sorte. — Apertou os dedos no volante.

— O Meets sempre ganha, meu pai dizia que tudo isso é sorte. Você só precisa ir com uma camiseta e... Lá está: Meets vencedor.

— Você foi com o boné, será que foi por isso que ganhamos?

— Pode ser, não quero ser exibida mas acho que sim. — Riram.

Micael parou o carro à poucos minutos de seu condomínio, escolheu o Central Park para fazer seu piquenique com Sophia, que se falasse pela quarta vez que estava com fome, ele a jogaria em um poço fundo.

Deixou a cesta no gramado, arrumou a toalha de mesa fazendo com que os dois se sentassem.

— Agora eu posso comer? — Abriu a cesta procurando uma fruta.

— Pode, sim senhora. — Achou graça. — Por que grávidas ficam com fome o tempo todo?

— Ah, deve ser porque tem outra pessoa dentro de mim. — Mordeu a maçã.

— Linda.

— Pedação. — Segurou o riso. — De chocolate.

— Então eu sou o seu pedação de chocolate? — Deitou-se um pouco, apoiando o peso do corpo nos próprios braços.

— É sim! — Sorriu. Fez a mesma coisa que Micael.

Os dois em silêncio, Sophia encarando o moreno que a fitava, às vezes escondendo pra onde estava olhando. Pareciam dois adolescentes, tímidos.

— Obrigado por ter entrado na minha vida desse jeito. — Soltou para Sophia, sem mais e nem menos.

— Obrigada você. — Sorriram.

Uma Mãe Para o Meu Bebê Onde histórias criam vida. Descubra agora