Seja o Meu Par

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— Micael, é sério! Presta a atenção em mim.

Sophia estava jantando com Micael, na companhia de um vinho. Annora já dormia, era tarde.

— Tô prestando, e espero que você me explique bem o que aconteceu com a Annora de tarde.

— Aquela filha do Chay é uma ameaça. Ela vem brincar direto com Annora?

— Ela quase não vem aqui, é muito raro.

— Pelo bem da nossa filha, eu não quero a Laurel sozinha com a Annora, você me entendeu?

Não foi um aviso, foi uma ordem!

— O que a garota fez? Dá pra você me explicar?

— Ela simplesmente disse que viu os pais se beijando, nus. E sabe o significado de Motel.

Micael engoliu seco, aquilo sim foi uma ameaça.

— Ela disse isso pra Annora?

— Ela perguntou pra mim se eu e você nos beijávamos sem roupa, da pra acreditar?

— E você disse o que? — Bebeu seu vinho, tinha um sorriso gostoso nos lábios.

— Eu não vou responder isso pra uma criança.

— Você poderia responder, poderia dizer assim. — Se largou na cadeira. — Eu e o tio Mica não fazemos sexo a mais de... Quantos anos? Uns quatro?

— Tá me testando?

— Quando eu olho pra você, me dá vontade de transar. — Abriu a garrafa, despejou mais vinho. — Por que você não fica peladinha pra mim, bem aqui, nessa mesa. — Abriu as mãos fortes, bateu na mesa de madeira.

— É isso que você quer?

— Desde o dia que você passou por aquela porta. — Umedeceu os lábios. — Mas você já disse que não quer, então, eu respeito.

— Já disse que você tá me seduzindo.

— Eu não seduzo ninguém, fica por sua conta e risco. — Espreguiçou-se. — Já que essa conversa não vai dar em nada... Até amanhã!

— Micael, espera! — Pegou em seus braços. — Eu tenho um convite pra te fazer.

— Convite?

— É, convite. — Sorriu. — Meu assessor me ligou e disse que terei um evento aqui em Nova Iorque, um baile de gala. Eu não posso perder a ida.

— E você tá me chamando pra ir como seu par?

— É, quer dizer, é só pra me acompanhar. — Teve tanto medo da resposta. — Por favor, é um convite especial, de coração.

Micael ficou quieto, respirou fundo e encarou Sophia.

— Eu não iria aceitar porque estou com raiva de você. — Pausou. — Mas eu vou, pra não te deixar na mão.

— Obrigada.

— E a louça do jantar é sua hoje! — Como todos os dias desde que chegou.

Sophia dormiu feliz aquela noite, muito feliz!


— Sophia, eu te odeio! — A assessora andava na frente, estavam em uma loja na Times Square. — Ele pelo menos é bonito?

— Ele é o amor da minha vida, e eu vou ir com ele! — Viram os vestidos.

— Você tá apaixonada? Deus me livre! — Observou os tecidos. — Jerey, avisa que eu não vou comprar o vestido da Sophia nessa pindaíba de loja. — Falou em seu microfone, andava sempre com um ponto na orelha, conversando com outros assessores.

— Enquanto ele? — Queria saber. — Preciso de um traje pro Micael.

— Ele que se vire. — Encarou Sophia. — Que inferno! Eu mando um traje pra ele também. Mais alguma coisa? — Era muito debochada.

— Por que você fica com raiva de tudo?

— Meu amor, você é uma estrela, a menina que estampa a capa das revistas por aí. — Gesticulou. — A Sexy tá me enchendo o saco pra você posar nua, você tem que aceitar!

— Eu não vou posar nua, eu tenho uma filha!

— Querida, milhares de celebridades tem filhos. E elas posam nuas o tempo todo. — Irritou-se. — E outra, você tem silicone, me poupe!

— Eu não quero posar!

— Você tem que aceitar antes que seu contrato acabe. — Cerrou os dentes. — E você vai posar sim! Sem discussão.

— Qual foi a parte que você não entendeu? — Sophia conhecia aquela voz, seu coração acelerou.

— Desculpe mas eu não conheço você. — A assessora franziu o cenho.

— Eu sou Micael Borges, ex-marido da Sophia, pai da filha dela. — Deu as mãos para a mulher. — E se você ainda não entendeu, ela não vai posar nua.

— Você é ex-marido dela.

— Mas só eu posso ver ela pelada! Você ainda não entendeu ou eu vou ter que entrar com um pedido de posses contra você? — Sorriu falso, Sophia segurou o riso.

— Me desculpe eu... Sophia é assim mesmo, mas sei que ela não aceitaria. Essa revista é uma perdição, ela não precisa disso!

— Ainda bem que você sabe. — Encarou Sophia. — Está precisando de alguma coisa? Vim em uma loja comprar algumas roupas, estava com o tempo livre.

— Annora está bem? Está na escola?

— Aham, eu irei buscá-la hoje, pra não te atrapalhar.

— Ah, ok! — Sorriu. — Eu quero uma carona até em casa, você poderia me dar?

— Claro! Eu também estou indo pra lá, preciso guardar essas sacolas.

Sophia ajudou Micael a carregar as sacolas, andaram até o carro deixando sua assessora falando sozinha.

— Jerey? Eu preciso de um traje perfeito pro homem da Sophia. O cara da até calor na xota!

Uma Mãe Para o Meu Bebê Onde histórias criam vida. Descubra agora