Annora de Castigo

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Uma semana depois.

Tudo ia bem na casa dos Borges, Micael voltou a trabalhar, Rosa tinha ido embora, e Sophia...

Ok, não estava tudo bem assim. Até dava pra administrar, quando Micael chegava.

— Quem é o bebê da mamãe? Quem é? — Sophia brincou com Liam enquanto dava banho no mesmo, a água morna agitou o pequeno.

Os olhinhos piscaram, atentos.

— O bebê da mamãe é o Liam! — Sorriu. Tirou o mesmo da água. — Agora eu vou ficar cheirosinho. — Deu um cheiro no bebê fazendo com que Liam emitisse barulhos. — Vou ficar cheirosinho pra esperar o papai e a minha irmãzinha. — Ajustou a pomada de assadura, vestiu a fralda e por último encheu Liam com alguma colônia para bebês. — Você é tão lindo, filho! — Estava sorrindo, mesmo sabendo que não teria resposta.


— Corrida até o último poste? — Annora assentiu, tinha chegado da escola. Micael retirou os sapatos e apostou corrida com a filha, que ria.

Estavam na calçada, podiam sentir a areia entre os dedos. Annora sorriu ao escutar as gaivotas e o barulho das ondas.

[Sinais Annora] — Papai, vamos brincar de equilibrar na calçada?

— Essa eu não conheço. — Franziu o cenho.

[Sinais Annora] — É assim, a gente tem que ficar nesse quadrado. E não pode desequilibrar, a gente tem que ficar bastante tempo pra ganhar. — Explicou. — Valendo?

— Valendo! — Micael foi rápido ao se empoleirar no quadrado, era minúsculo.

Seu pé não aguentaria por muito tempo.

Annora gargalhava com as caretas do pai.

— Ok, você venceu! O papai tem pés de gigante. — Os dois riram. Annora se pendurou nos ombros do pai.

Atravessaram a rua e estavam na porta de casa.

[Sinais Annora] — Papai, vamos brincar com a Patsy?

— A Patsy deve estar dormindo, meu amor. Fiquei sabendo que ela é muito festeira. — Fechou a porta, deixou Annora no chão. — CHÃO É LAVA! — Correu e subiu em cima do balcão.

Annora fez o mesmo, ficando em cima do sofá.

Sophia teria uma síncope junto com um surto.

[Sinais Annora] — Papai, você ganhou! — Annora sorriu, ainda estava em cima do sofá.

— Eu ganhei! Uhuuul. — Vibrou. — Eu preciso descer daqui antes que sua ma... — Cerrou os dentes quando viu Sophia na ponta da escada.

— Que bonito! O que estão fazendo? — Colocou Liam no carrinho.

— Brincando de chão é lava. — Micael congelou o sorriso. — Eu vou descer.

— É melhor mesmo. — Segurou o riso vendo Micael descer do balcão. — E você meu amor? Como foi a escola hoje?

[Sinais Annora] — Eu fiquei de castigo.

— Por que? — Sophia ficou curiosa. Teve a menina nos braços.

[Sinais Annora] — Papai comprou um pão de mel pra mim, eu estava com fome, comi na frente dos meus amiguinhos. — Estava cabisbaixa. — A professora disse que não pode comer na frente deles, só pode comer na hora de comer.

— E você desobedeceu a professora? — Annora assentiu, estava triste.

Sophia mexeu em seus cabelinhos.

— Amor, não pode. — Disse à menina. — Tem alguns amiguinhos que ficam com vontade. Por isso você tem que respeitar as regras.

[Sinais Annora] — O papai disse que não teve problema.

— O seu pai nunca vê problema.

— O que tem eu? — Micael encarou Sophia, lambia os dedos. Tinha devorado o pote de Nutella.

— Ensinando coisa errada pra sua filha.

— Eu não vi nada demais. É só um pão de mel. — Deu de ombros. — Eu fazia coisa muito pior.

— Sabe o que é pior? Você está sujando todo o seu uniforme. — Andou até Micael, desfez o nó da sua gravata.

— Filha, por que não sobe e tira essa roupa? Tome um banho. — Micael avisou, Annora subiu as escadas com seu material.

Sophia riu leve.

— Como foi hoje? — Dobrou as mangas da sua blusa social.

— Cansativo. Teddy me encheu de papéis. — Observou a esposa. — E você? Tudo tranquilo por aqui? — Beijou Sophia.

— Tudo. Eu e Liam estamos nos dando muito bem! Quer dizer... Só quando ele não chora. — Micael sorriu.

— Encontrei a Alisson, ela quer fazer uma visita. — Viu Sophia se escorar no balcão, tinha pegado algo.

— E por que ela não vem?

— Não sei. — Deu de ombros. — Vai ver ela não quer incomodar.

— Ela não incomoda. — Negou com a cabeça. — Que bobeira a dela!

Os dois ficaram em silêncio.

— Você está melhor? — Sophia se referiu à recuperação de Micael.

— Estou sim! Parou de doer. — Explicou. — Estou melhor, pronto pra outra.

— Pronto pra outra, é? — Tinha um sorriso brincalhão.

— Uhum. — Beijou o pescoço de Sophia, alisou suas pernas por debaixo da saia.

— Com a sua amante? — Brincou. Micael odiava!

— É, com a minha amante. — Sophia riu. — Vamos tomar banho? Vem!

— Nada disso. Sua filha está em casa. — Conseguia sentir Micael duro sob a calça social. — E está acordada.

— Ela está brincando. — Revirou os olhos. — Esquece! — Bufou.

Lembrou-se de Liam que mordia o mordedor de bichinhos. Emitindo alguns sons.

— Viu só? — Sophia sorriu.

— Gostosa! — Sussurrou e bateu em sua bunda. Ela arregalou os olhos, surpresa.

Micael subiu as escadas, foi até o quarto e buscou uma roupa. Estava cansado! Precisava de um banho.

Uma Mãe Para o Meu Bebê Onde histórias criam vida. Descubra agora