Sophia vs Antônia

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Grávida de novo, era só isso que Micael conseguia processar depois que o IPhone caiu da sua mão.

Levantou-se com todos xingando ao seu redor, nem se importou em Gregori e Eli falando pra ele ficar, estava em transe. Foi até o banheiro dos fundos trocando de roupa, voltou ao estúdio buscando seu Iphone sem ao menos dar justificativa pelo sumiço.

— Micael, o que houve? — Gregori pousou às mãos em seu ombro.

— Eu preciso ir embora. — Decretou. Passou pelo patrão e saiu da agência, entrando em seu carro.

Ótimo, seria pai pela segunda vez!

Dirigiu feito um bobo até chegar em casa. Sorriu, chorou, falou sozinho... Iria ser pai novamente! Pensou até na reação de Annora, conseguiu juntar todas as coisas antes de chegar em casa.

E quando chegou...

Abriu a porta da sala se deparando com Sophia, na varanda, sentada na cadeira confortável que todos brigavam por ela. Andou calmo até a mulher que tinha os cabelos ao vento, estava feliz e ela...

Parecia assustada.

— Oi, meu amor. — Micael ajoelhou-se, sorrindo. — Como você está? — Segurou nas mãos de Sophia.

— Eu já vomitei três vezes. — Micael riu. O desespero de Sophia era cômico. — Não briga comigo, por favor.

— Brigar? — Negou, sorrindo. — Por que eu brigaria com você?

— Por termos outro filho? — Arqueou uma sobrancelha.

— Eu não tenho que brigar com você, meu amor. — Estava sorrindo. — Eu tô muito feliz! De verdade.

— Não tá bravo? — Ele negou novamente. — Eu pensei...

— Pensou que eu ficaria bravo?

— É. — Encarou o céu. — Meu Deus, que loucura! A gente é louco! — Colocou as mãos na cabeça, Micael ria. — Micael, eu tô grávida. — Estava sem acreditar, tirando bons risos do marido.

— Não somos loucos, somos apaixonados! E eu ainda vou fazer muitos filhos em você, quantos eu puder. — Beijou as mãos de Sophia. — Eu te amo! — Beijou os lábios de Sophia, sentiu o gosto salgado do seu choro.

Ela secou as lágrimas.

— Micael, eu juro! Eu estava tomando os meus anticoncepcionais daí... — O moreno segurou o riso. — Meu peito começou a doer muito, por isso que eu não deixei você mexer. E ontem eu quase desmaiei. — Mordeu a ponta dos dedos. — Você vai ficar bravo?

— Meu amor, eu não estou bravo! — Beijou ela novamente. — A família vai crescer, isso é maravilhoso. — Levantou-se junto com ela, abraçou a esposa entrando no apartamento. — Precisamos contar à minha mãe.

— NÃO! — Ficou na frente do marido. — Pra sua mãe, não!

— Por que não, Sophia? — Não entendeu.

— Ela me odeia, quando soube da Annora ela quase me matou e te matou. — Apontou a Micael que bufou. — Eu não quero que conte à sua mãe.

— Ela precisa saber, ficar escondendo é ridículo. — Deu de ombros.

— Tá, fala com ela. — Fechou os olhos, cansada. — Podemos contar pra ela hoje. — Optou.

— Eu vou tomar um banho e iremos buscar Annora, pode ser? — Sophia assentiu.

Micael tomou seu banho e partiu para buscar Annora, junto de Sophia.

Estava se preparando ao falar com sua mãe, não seria nada fácil lidar com Antônia Borges, a que surtava por mais um neto.

Mas não negava que adorava mima-los, tanto que ficava com Annora parte do dia.

Entraram na casa de Antônia que se assustou ao vê-los.

— Pensei que estava trabalhando. — Encarou o filho surpresa. — Como estão?

— Mãe, precisamos te contar uma coisa. — Micael tirou uma cadeira, sentou ao lado da mãe, junto com Sophia.

— Quem morreu? — Piscou rápido aos dois.

— A Sophia está grávida! — Sorriu.

Antônia ficou sem reação, mas acabou sorrindo.

— De novo? — Surpreendeu. — Você parece eu quando tive meus filhos.

— Mãe, pega leve com ela!

— Tudo bem. — Rendeu-se. — Isso vale uma comemoração, vamos beber!

— Nós não vamos beber. — Pausou. — Sério que você tá de boa? — Micael franziu o cenho.

— É CLARO QUE EU NÃO ESTOU DE BOA! — Bateu na mesa assustando Sophia. — Você é um porra, Micael! Sua irmã A MESMA COISA. — Andou de um lado para o outro. — Fica fazendo filhos e depois eu que tenho que olhar, misericórdia! — Exaustou. — Eu não me importo de olhar as crianças mas eu já estou farta de tanto problema. Depois todo mundo se separa e olha aí. — Cruzou os braços. — Como eu fico?

— Se o problema é olhar Annora... Eu contrato uma babá. — Sophia disse. — Não precisa prensar a barra.

— Garota, olha o jeito que você fala comigo!

— Me desculpe mas. — Levantou-se. — Eu sou a mulher do seu filho, eu não tenho culpa se você não me aceita! E enquanto a minha filha, pode ficar despreocupada que a partir de hoje, Annora não coloca mais os pés aqui! — Decretou.

Micael encarou a mulher surpreso, nunca teria coragem de falar aquilo.

— Está proibindo de ver a minha neta?

— Estou! Assim a senhora pode ficar feliz da vida, bem sozinha. — Respirou fundo. — Micael, eu vou subir e buscar ela, pode conversar o que quiser com a sua mãe.

Sophia saiu da sala e subiu as escadas, Antônia balbuciou alguma coisa mas não conseguiu dizer.

— Vai deixar ela falar assim comigo? Que audácia!

— Mãe, eu não tiro a razão da Sophia. — Levantou os ombros. — Você não gosta dela e nunca gostou. E fiquei triste com o que disse sobre seus netos, Lidiane se estivesse aqui ficaria muito magoada.

— Filho... Você entende a mãe, não entende?

— Não. — Pausou. — Você não liga pra ninguém, mãe! Quer ficar sozinha nessa casa, superar tudo o que você já passou.

— Você é igual ao seu pai, se merecem!

— Você deveria buscar ajuda, de verdade. — Encarou a mãe. — Eu tô cansado de ser o cara que socorre todo mundo, eu cresci, eu tive escolhas e estou muito feliz!

— Tá feliz mesmo? Você jogou a sua vida no lixo! Deveria ter se casado com a Michelle e não com essa vaca.

— Por favor, não fala mais nada, tá? — Estava cheio de sua mãe. Deu graças ao ver Sophia trazendo Annora nos braços, dormindo tranquila.

Micael pegou a filha, diminuindo o peso à Sophia.

— Fique bem, mãe! — Disse antes de deixar a casa de Antônia.

Entraram no carro e partiram ao condomínio, estavam cheios de discutir.

Uma Mãe Para o Meu Bebê Onde histórias criam vida. Descubra agora