— PORTA DA FRENTE ABERTA.
Sophia passou pela porta, trancou em seguida. Avistou Micael com vários papéis na mesa, o Iphone na mão esquerda e o telefone fixo na mão direita, cansado.
Sentiu um alívio quando viu Sophia com Annora.
— POR DEUS, ONDE VOCÊ ESTAVA? — Voou em cima da mulher, com fúria.
— Eu estava no shopping, fazendo compras. — Disse calma. — Filha, por que não sobe e toma um banho? Escove os dentes, a mamãe já está indo! — Avisou Annora que subiu as escadas, tirando o aparelho.
— No shopping? — Umedeceu os lábios, nervoso.
— Sim, no shopping. — Tirou sua sapatilha. — Algum problema por aqui?
— Algum problema? — Sabia que a esposa estava sendo sarcástica. — Eu fiquei que nem um louco ligando pra todo mundo, pra saber onde você estava. — Apontou. — E você estava no shopping, fazendo compras. — Cada palavra ficava mais nervoso.
— E você no trabalho, tirando fotos com o Jason Derulo. — Visualizou o Instagram quando sentou-se no sofá, tinha seu Iphone nas mãos. — O seu chefe não é tão mau assim!
— Por que não me avisou onde estava?
— Meu celular descarregou, não está vendo ele na tomada? — Foi irônica demais.
— Por que está desse jeito? Eu deveria estar desse jeito! — Cruzou os braços. — Você sai, não me dá nenhuma notícia e depois diz que está no shopping com a Annora.
— Que a propósito, é a minha filha. — Bloqueou o celular, encarou Micael.
— Porra, quantos anos você tem? Dezesseis? — Bufou. — Eu quero saber o por quê disso!
— Você quer saber o por quê? Então vamos lá. — Sophia teve sua bolsa nas mãos, desdobrou o papel com as informações do cartão.
Deu nas mãos do marido que franziu o cenho.
— Eu fui na loja de bebês comprar o enxoval do Liam, e passei a compra no seu cartão. — Andava de um lado para o outro. — O total perfeito de oitocentos dólares. — Pausou. — Minha compra quase foi negada porque você gastou mais de vinte e três mil dólares em lojas caras.
Sophia parou na frente de Micael, brava. Cruzou os braços esperando uma resposta.
— O que? — Riu, nervoso. — Isso está... Errado. Não está?
— Eu que te pergunto.
— Deve ter dado algum problema.
— Ou o problema é que a vadia com quem você está dormindo só gosta de colocar a boceta em panos da Dolce&Gabbana. — Aproximou-se do marido.
— Pera, pera, pera, pera, pera. — Fechou os olhos. — Você não está achando que eu tenho uma amante, não está?
— VOCÊ ESTÁ NERVOSO POR QUE? — Gritou.
— Porque não tem necessidade de você agir desse jeito. — Rendeu as mãos. — Não existe ninguém.
Recebeu um belo tapão no rosto. A palma da mão de Sophia doeu.
— Você gastou na Saint Laurent...
— Amor, eu posso explicar!
— CHANEL. — Gritou. Estava espumando em ódio.
— EU POSSO EXPLICAR, TÁ BEM? — Achou uma linha cultua com Sophia.
Ela não estava deixando ele explicar.
— Então vai, explica! — Estava com os olhos vermelhos, não aguentaria segurar o choro. — Por que esse monte de loja cara está no seu cartão? Tem mulher no meio, Micael! Eu não sou idiota!
Ele preferiu o silêncio.
— São da Michelle. — Silabou, triste.
Sophia virou o rosto, deixou os cabelos caírem em sua face. Chorava muito.
— Ela me pediu o cartão emprestado, quer dizer. — Pausou. — Esse cartão era nosso, quando éramos noivos. Ele ainda está ativo! — Explicou.
— E como ela conseguiu o seu cartão? — Fungou. — Quer dizer que você se encontrou com ela.
— Pra entregar o cartão. — Estava trêmulo. — Sophia...
— Não encosta em mim, Micael. — Afastou-se. — Acabou.
— Não, vem aqui! — A puxou pelo braço. — Você não vai confiar em mim?
— COMO? Você acabou de me dizer que emprestou o seu cartão, o seu algo pessoal pra sua ex-noiva. COMO VOCÊ QUER QUE EU TENHA CALMA? — Exasperou. — Você mentiu pra mim! Mais uma vez, você mentiu pra mim!
— E você nunca mentiu pra mim?
— São coisas diferentes, Micael! — Secou suas lágrimas. — Eu pedi desculpas, e sei que errei. Agora você... Não se culpa nem um pouco de ter errado, tanto que estava escondendo.
— Eu não estava escondendo.
— Estava sim! — Assentiu. Precisava se acalmar. — Eu sou trouxa de dar total confiabilidade em você.
— Claro que não, Sophia! Eu só emprestei o cartão pra ela, nada demais. — Queria cessar aquilo.
— E teve brinde dormindo com ela?
O silêncio voltou.
— Acabou, Micael! — Sophia voltou a dizer. — Eu vou voltar para Nova Iorque e você pode seguir a sua vida aqui.
— Não acabou porra nenhuma!
— ACABOU SIM! — Estava desesperada.
Retirou a aliança do dedo, entregou nas mãos do moreno.
— Entrega pra Michelle, eu sei que esse é o seu maior sonho. — Deu as costas e saiu, subindo as escadas.
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Uma Mãe Para o Meu Bebê
RomanceMicael, um jovem empresário de marketing tinha um sonho muito estranho, ser pai solteiro. E para isso, teve a incrível idéia de contratar uma barriga de aluguel. Ele achou que seria fácil, só que estava totalmente errado. Baseado no filme Baby Mom.