Louca

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— Sabe... As torradas ficam mais gostosas quando você deixa elas fora do pote. — Micael colocou Nutella em sua torrada.

Tinham se amado, tomaram banho e desceram para a cozinha, fazendo um lanche. Afinal, a fome era alta.

E tinham que buscar Annora em uma hora.

— Pra mim tem o mesmo gosto. — Colocou uma colher cheia de Nutella em sua boca, Micael arregalou os olhos.

— Amor, sabe que não pode...

— Micael. Você. É... — Limpou a boca. — Muito chato, que coisa! — Terminou de mastigar.

— Ok, eu sou muito chato? Você quase acabou com o pote de Nutella.

— Eu estou grávida e preciso disso. — Respirou fundo. — Pode me passar o brownie por favor?

— Eu não deveria mas vou. — Passou a pequena bandeja à Sophia. — Eu vou conversar com o seu obstetra.

— Pode conversar, ele vai falar a mesma coisa que eu falo pra você. — Comeu um pedaço.

— Ele vai dizer que você está...

— Grávida! — Fuzilou Micael com o olhar. — E ande logo com a sua comida, você tem que buscar à Annora.

— Por que você não pode ir?

— Esqueceu que eu não dirijo? — Debochou. — Vai! Eu vou arrumar tudo quando você estiver fora.

— Você tá muito saidinha.

— Eu sou saidinha. — Riu. — Estava pensando em uma coisa.

— Em que? — Apoiou-se no próprio braço, encarando Sophia.

— Eu menti pra galera do trabalho, será que elas estão desconfiadas? Quer dizer. — Mordeu a ponta do dedo. — Eu não gosto de mentir, mas foi necessário.

— Seu tesão é mais necessário do que o trabalho? Agora eu entendi. — Riu leve. — Amor, você não pode mais fazer isso.

— Eu sei, é que... Aaaah, que coisa! Eu gosto de ficar com você, elas ficam o dia todo falando do marido delas. — Revirou os olhos.

— Você não fala de mim?

— Raramente. Eu não entendo nada do que elas falam. — Micael achou graça. — Parece que eu sou uma opção, só quando elas querem alguma dúvida.

— Sophia, você chegou agora no trabalho. Não quer que elas virem suas melhores amigas, né?

— Poderiam tentar se enturmar comigo.

— Você mesmo disse que outro dia as três foram comer juntas, pra mim, isso é uma amizade nascendo. — Não houve problemas na visão de Micael.

— O problema não é esse, o problema...

— O problema é os seus hormônios atacando. — Sorriu. — Veja só, dias passados você disse que tinha amigas novas e que elas eram legais. Hoje está me dizendo que elas não querem se enturmar com você. — Mexeu os ombros. — Isso é só uma fase.

— Você sempre acha um jeito de colocar a culpa nos meus hormônios, incrível.

— Sophia, ninguém te entende com esse seu temperamento maluco. — Riu, incrédulo. — Uma hora você quer, outra hora você não quer. — Pausou. — O que realmente você quer?

— De verdade? Eu quero que você saia daqui e vá buscar a sua filha. — Teve uma cara triste. — Mas eu sei que quando você passar por aquela porta, eu vou te querer comigo lá em cima. Sem roupa, de preferência. — Micael riu.

Não podia discutir com a esposa, estava fora de controle.

— Viu só? Adiantou alguma coisa pra você?

— Não! — Bufou. — Eu sei que os meus hormônios estão doidos mas não coloque a culpa em mim. — Quase bateu os pés.

A campainha tocou.

— Quem será? — O moreno franziu o cenho. — Eu atendo! — Andou até a porta de entrada.

Estava de roupão, nem se tocou no detalhe.

— Em que posso ajudar? — Assustou-se.

Afinal, não era todo dia que viam três policiais em sua porta e a equipe do FBI.

— Você é Micael Borges? — A policial encarou sua prancheta.

— Sim, sou eu! — Estava começando a ficar preocupado.

— Nós podemos pegar um pouco do seu tempo? Aconteceu algo importante que você precisa saber.

Uma Mãe Para o Meu Bebê Onde histórias criam vida. Descubra agora