Sensato

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— Odiei esse seu novo trabalho. — Entraram no carro, colocavam os cintos.

— Você tá morrendo de ciúmes. — Sophia riu.

— Eu? Claro que não! — Claro que sim.

Deu partida no veículo.

— Tudo bem se passarmos na minha mãe?

Sophia não tinha gostado da idéia, respondeu em um suspiro pesado para Micael.

— Por que vai passar na sua mãe?

— Preciso buscar a sua mochila, Lidiane mandou mensagens mais cedo. — Explicou.

— Eu até tinha esquecido, na hora do nervoso. — Bufou. — Tudo bem, já que é assim! — Deu de ombros.

Micael dirigiu até a casa de sua mãe, Lidiane o recebeu e logo puderam escutar as gargalhadas escandalosas de Chamberling e Antônia. Era cruel, para Sophia.

— Querido! — Antônia sorriu. — Trouxe ela também? — Encarou Sophia.

— Ela é a minha namorada, mãe!

— Não era a sua Barriga de Aluguel? — Bebeu seu uísque. Estava se matando aos poucos.

— Você contratou uma Barriga de Aluguel? — Chamberling apagou o cigarro. Encarava Micael.

— Algum problema? — A fuzilou com o olhar.

— Nenhum. Só achei que você fosse garoto da noite, se é que me entende. — Sorriu, maléfica.

— Adora cutucar o meu passado, não é mesmo Chamberling? — Cruzou os braços.

— O seu passado é como um prêmio pra mim. — Encarou as unhas enormes. — Espero que você esteja realmente bem.

— Estou ótimo!

Sophia observava tudo em silêncio, engoliu seco e decidiu falar.

— Vem cá, alguém pode me dizer o que está acontecendo?

— Ele não te contou, querida? — Acendeu outro cigarro. — Belo namorado você arrumou.

— Soph, esquece essa velha viciada de merda. Tudo que ela diz é poeira! — Encarou a namorada. — Vamos buscar sua bolsa e ir embora. Nem eu quero mais ficar aqui!

Deu as mãos para Sophia, iam subindo as escadas quando Lidiane os parou.

— Mica, pode me ajudar em um negócio na cozinha? Parece que o cano estourou. — Fez uma careta.

— Vá indo, eu vou em seguida. — Beijou Sophia que continuou a subir as escadas, junto com Lidiane agora.

Micael foi até a cozinha vendo o cano, estava pingando, molhando uma parte do cômodo. Franziu o cenho, era o único homem, tecnicamente, teria que arrumar.

— Ajuda? — Chamberling entrou na cozinha.

— Sua? Recuso! — Riu sarcástico. Abaixou-se para ver o cano. — Merda, está minando.

— Sabe, você gostava de receber as minhas ajudas. — Tinha um copo de uísque na mão. — Como cresceu tão rápido.

— Você é tão estúpida, Chamberling.

— Eu te ensinei pra vida. — Sorriu. — Fico feliz em que se tornou, irá ser até pai. — Pausou. — Com uma Barriga de Aluguel? Já não gostei tanto.

— Você sabe que eu nunca gostei de relacionamento sério.

— Desde que a sua outra namoradinha te deu o pé? — Riu. — Você sofre por pessoas que não te merecem.

— E você? Acha que eu te mereço? Claro que não! — Ficou de pé novamente.

— Isso tudo é preconceito? Por que sou velha e amiga da sua mãe?

— Sou sensato quando quero.

— Tô vendo. — Piscou rápido. — Micael, você deve me perdoar, sabe. Eu te ajudei muito, ajudei a sua mãe.

— E contou pra ela quando a merda tava feita.

— Você gostou dos meus carinhos, eu sabia que queria ir até o final.

— Eu estraguei relacionamentos por isso.

— Eu não gostava dele mesmo.

— Chamberling, eu realmente queria que você morresse! Só faz mal a minha família, tá afundando a minha mãe em um monte de porcaria, quantos maços de cigarro ela já fumou? Uns sete? — Trincou o maxilar. — Cai fora daqui!

— Isso não importa. — Aproximou-se de Micael. — O que importa agora é... Se você aprendeu a lição de casa. — Tinha as respirações coladas.

— Aprendi, mas não foi você quem me ensinou.

— Ah, é? — Gargalhou. — Parecia que eu tinha te ensinado, muito bem, fui até elogiada. Me lembro como se fosse hoje!

— Vá se foder. — Passou por Chamberling e saiu, em busca de Sophia.

Encontrou a loira quieta, mexendo em seu celular.

— Vamos embora. — A pegou pela cintura. — Eu não aguento mais ficar nesse lugar!

Uma Mãe Para o Meu Bebê Onde histórias criam vida. Descubra agora