— A conta, por favor. — Sophia pediu ao garçom que assentiu, demorou alguns minutos até entregar a pequena pasta de couro.
— Já podemos ir? — Micael se espreguiçou, encarou Sophia com deboche.
— Claro que podemos. — Levantou-se, arrumou o vestido. — Irei pagar, me espere no carro?
— Pera, eu vou ter que te levar? — Riu incrédulo.
— Eu não vou me mudar pra sua casa? — Teve medo da resposta.
— Amanhã. Hoje tá muito tarde, e eu preciso buscar a Annora na minha mãe.
— Annora ficou com a louca da sua mãe?
— Menos um ponto. — Suspirou.
— Tá, tá! Desculpa. — Rendeu-se. — Eu pego um táxi, amanhã estarei no seu apartamento.
— Ok. — Deu as costas e saiu do restaurante, tinha que buscar Annora e achar um jeito de contar à ela.
E isso seria um caos.
Teve a menina no carro quando saiu da casa de sua mãe, ela estava acordada, esperando que o pai conversasse com ela, Micael sempre dizia onde ia.
Menos quando voltava de motéis e tinha que se explicar à Annora.
[Sinais Micael] — O que você jantou na vovó? — Abriu a porta, teve Annora no colo.
[Sinais Annora] — Bolo e suco.
[Sinais Micael] — Bolo e suco? Nós já conversamos sobre isso. — Sentou a menina no sofá. — O papai precisa te contar uma coisa.
[Sinais Annora] — O que, papai?
[Sinais Micael] — Sua mãe veio te procurar, ela quis te tirar de mim. — Annora se desesperou. — Não, não, não precisa ficar com medo, já está tudo bem. — Sorriu. — Sua mãe quer te conhecer, ela vai morar aqui com a gente, já que não tem lugar pra ficar.
[Sinais Annora] — Eu vou conhecer a minha mãe?
[Sinais Micael] — Vai sim! Ela está bem ansiosa pra conhecer você.
[Sinais Annora] — Ela sabe conversar comigo?
[Sinais Micael] — Não! Por isso quero que... escreva pra ela o que souber, eu sei que você ainda não sabe de muita coisa mas... Tente conversar com ela, vocês vão se dar bem. — Micael sorriu, abraçou Annora.
[Sinais Annora] — Você vai brigar comigo? — Os olhinhos castanhos fizeram Micael rir.
[Sinais Micael] — Hoje não, mas falarei com a sua avó sobre comer bolo no jantar. — Fez cócegas em Annora. — Escove os dentes e cama!
Annora assentiu, correu até seu quarto e fez o que seu pai mandou. Micael sentiu-se aliviado por contar para a filha, um peso a menos.
Micael levantou no dia seguinte, a campainha fazia um barulho irritante. Abriu a porta da sala vendo Sophia, tinha duas malas na mão, sorriu à Micael.
— Bom dia. — Mexeu os ombros. — Posso entrar?
— Péssimo dia. — Deixou Sophia passar pela porta. — Isso tudo é seu? — Olhou as malas.
— Só tem duas malas.
— Que parecem um continente americano. — Cruzou os braços.
— Onde eu vou ficar?
— No quarto de hóspedes. A esquerda. Acho que você se lembra. — Sorriu falso.
— Eu me lembro sim.
— Ótimo.
— Eu gostaria de ver ela. — Pediu, meio sem jeito.
— Annora? Está dormindo, e não pretendo acorda-lá. — Disse confiante, mas esqueceu-se de virar a cabeça e ver a filha, com os pés descalços no chão frio da sala. Coçou os olhos e encarou Sophia, franziu o cenho.
A loira estava chorando, doeu em sua alma ver Annora ali, tão linda. Uma mistura de Sophia e Micael, encantadora! Agachou-se para ficar do tamanho da filha. Abriu os braços.
[Sinais Micael] — Dê um abraço em sua mãe, Annora!
Annora andou até ela, ainda com medo, abraçou Sophia que chorou mais ainda, cheirou a filha e a beijou, matando sua saudade.
— A mamãe te ama! A mamãe te ama! — Beijou o rosto da pequena. — Como você está?
Annora encarou o pai sem entender.
— Ela está sem os aparelhos. — Explicou. [Sinais Micael] — Sua mãe perguntou se você está bem?
[Sinais Annora] — Estou sim. — Encarou Sophia. — Você é muito bonita, mamãe. Eu te amo! — Sorriu.
Sophia sorriu também, mas sem entender.
— O que ela disse? — Encarou Micael.
— Ela disse que você é feia.
— Micael...
— Tá. — Bufou. — Ela disse que você é muito bonita. E que ama você. — Engoliu seco.
Observou Sophia abraçar Annora.
— Se eu fosse você, me matricularia o mais rápido em algum curso de libras. — Andou até a cozinha. — Eu separei o melhor curso de Nova Iorque, você deve ver.
— Eu verei sim. — Pegou a menina no colo. — Como eu vou me comunicar com ela quando você não estiver mais aqui?
— Sabe, eu vou te fazer uma pergunta retórica agora. Tudo bem? — Sophia assentiu.
Micael estava em um tom, debochado.
— Você sabe o que os bebês devem tomar quando nascem? — Sophia assentiu. — Poderia me responder?
— O leite materno?
— Exatamente! Eu não tenho um par de seios. — Deu de ombros. — Então, me virei.
— Quer dizer que...
— Se vira! — Pegou uma xícara de café. [Sinais Micael] — Arrume-se, nós vamos tomar café no Starbucks. — Sorriu à Annora que fez o mesmo.
[Sinais Annora] — A mamãe pode ir?
[Sinais Micael] — Acho melhor não! Ela está cansada.
— Annora disse alguma coisa?
— Ela quer que você arrume o quarto dela. — Pausou. — Nós vamos ao Starbucks e depois eu irei trabalhar.
— E eu?
— Bom... Você conhece essa casa como a palma da sua mão. — Sorriu falso. — Boa sorte! — Teve Annora nos braços antes de sair pelo apartamento.
Iria ser duro.
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Uma Mãe Para o Meu Bebê
RomanceMicael, um jovem empresário de marketing tinha um sonho muito estranho, ser pai solteiro. E para isso, teve a incrível idéia de contratar uma barriga de aluguel. Ele achou que seria fácil, só que estava totalmente errado. Baseado no filme Baby Mom.