Asquerosa

2K 143 20
                                    

— MEU DEUS! A FADA VAI TER UMA POLLY OU UM MINI KEN. — O maquiador deu pulinhos de alegria. — MEUS PARABÉNS!

— Obrigada gente! — Sophia sorriu. — Estamos muito felizes, de verdade.

— Convida a gente pro chá de bebê, é sério!

— Pode deixar. — Andou até o espelho do estúdio. — Quem quer maquiar essa pele? Aproveitem que está ótima! — Riu leve antes de pôr as mãos no rosto.

Sua pele estava perfeita! Estar grávida tinha seus privilégios.

Ia se preparando para sentar quando Eli entrou no estúdio, tinha o IPad nas mãos.

— Sophia! Gregori está te chamando, agora! — Não tinha a face muito boa.

— Urgente?

— Agora! — Repetiu e voltou a dar atenção no IPad.

Sophia saiu do estúdio e andou até a sala de Gregori, sentiu um frio na barriga quando entrou na sala refrigerada, avistou Gregori apagando um cigarro.

Sentiu enjoo na hora!

— Mandou me chamar?

— Mandei. — Cruzou as mãos na mesa. — Chegando agora?

— Sim. — Prendeu a respiração quando Gregori acendeu outro cigarro. — Deveria ser proibido fumar aqui.

— Minha sala, minhas regras! — Tragou.

— O que quer comigo? — Estava sem paciência.

E enjoada.

— Você está muito animadinha hoje, seu marido também. — Acomodou-se na cadeira.

— Você quer saber da novidade? Ok. — Assentiu, rápido. — Eu estou grávida!

Gregori ficou em silêncio, deu um murro na mesa assustando Sophia.

— Pelo amor de Deus! — Tragou o cigarro, nervoso. — Não existe camisinha no seu vocabulário?

— Existe mas prefiro fazer sem, com o meu marido.

— Esse moleque é um babaca! Ele vai ganhar fama e vai te largar, com dois filhos. — Exaltou. — Você pediu pro outro vir doente também? Assim combina com a sua filha!

— MEDÍOCRE! — Tacou um copo de plástico na sua cabeça. — Não ouse falar da minha filha desse jeito. — Ameaçou.

— Eu falo como eu quiser. — Deu de ombros. — Você sabe que se deu muito mal. Micael vai ficar famoso, vai participar de eventos, vai ficar muito conhecido pela Calvin Klein e vai te deixar! Você vai ficar sem ninguém, apenas com dois filhos pra encher o saco.

— Micael nunca faria uma coisa dessas.

— Você não sabe como um homem pensa. — Levantou-se. — Ao ver uma mulher nua, com corpo fabuloso e bonita, ele começa a pensar com a cabeça de baixo.

— VAI SE FUDER. — Gritou. Não podia se alterar. — VAI SE DANAR. — Gritou mais uma vez. — VAI SE FERRAR!

— Eu vou, eu vou. — Riu leve. — Mas sei que você vai me procurar, eu não tenho dúvidas disso.

— Eu não preciso de você pra ser feliz! Você é só mais um velho babaca que usa as menininhas.

— Se não fosse por mim...

— É, eu estaria na merda. Já conheço esse seu slogan sujo! — Umedeceu os lábios em nervosismo. — Só vim te avisar que estou grávida e precisarei de cuidados especiais daqui pra frente.

— A única especial aqui é a sua filha.

— Minha filha não é especial! Ela é normal como todo mundo. E preconceito dá cadeia, você sabia, não sabia? — Disse irônica.

— Inútil. — Apagou o cigarro em seu cinzeiro. — Dá um fora da minha sala e vá trabalhar, você tem coisas a fazer.

— Não precisa pedir, eu iria sair por vontade própria. — Passou pela porta, batendo ela com força.

Eli a encontrou no meio do caminho.

— Com raivinha, princesa? — Segurou firme o iPad nas mãos.

— Não é da sua conta!

— Eu fiquei sabendo, seus amigos veados me contaram. — Sorriu falsa. — Deu o golpe da barriga.

— O que? — Riu incrédula. — Desde quando eu dei o golpe na barriga em alguém? Micael é meu marido! Teremos outro bebê, como um casal normal.

— Ele é normal, você não!

— Sério? — Revirou os olhos. — Você deveria casar com o Gregori, bate super bem com ele.

— Ele deve estar uma fera, e eu não tiro a razão dele.

— Por que você não entra lá e lambe ele de uma vez por todas? — A fuzilou com o olhar.

— Porque você sabe que eu não quero ele!

— E quem você quer? — Aproximou de Eli.

— Micael Borges. — Silabou.

Sophia fechou o punho indo pra cima da mulher quando sentiu náuseas e um enjoo fortíssimo. Teve ânsia e jogou seu café da manhã em Eli, que berrou. Deixou o iPad cair no chão que espatifou com o impacto.

— SUA NOJENTA! EU VOU MATAR VOCÊ! — Uma roda se reuniu ao lado das duas, Gregori saiu da sala.

— O QUE ACONTECEU AQUI? QUE GRITARIA É ESSA? — Estava bravo.

— A nojenta da Sophia vomitou em mim, asquerosa! — Teve nojo ao encarar a roupa cheia de vômito. — Eu preciso ir embora, tomar um banho e concertar o meu iPad. — Olhou o objeto no chão.

— Eli, mil perdões. — Abriu as mãos em tom de paz. — Eu não queria...

— Vá trabalhar, imunda! — Pisou duro ao sair da roda.

Estava com vergonha quando correu do mundaréu de pessoas, foi ao banheiro mais próximo soltando tudo. Não conseguia digerir o que Eli disse, sabia que tudo não passava de uma armação, ninguém prestava naquela agência.

Apenas seus amigos gays, isso importava!

Sophia levantou do chão, deu descarga e lavou o rosto. Fez enxágue e saiu do banheiro, ainda estava trêmula pelo nervosismo e vergonha.

— Tá tudo bem com você? — Encontrou Micael, aflito. Segurou Sophia pelas mãos. — Está pálida! Fria. — Sentiu a textura da sua pele.

— Eu preciso ir embora. — Olhou aos redores. — Eu estou... — Se apoiou na parede, suando frio. — Eu estou passando mal. — Respirou fundo.

— Calma, calma! — Micael a segurou novamente. — O que você tá sentindo? Nós vamos pro hospital!

— Um calafrio. — Forçou os olhos. — Tá tudo girando, e girando. — Sua voz falhou.

— Você vai desmaiar? — Não deu tempo! Micael segurou Sophia nos braços, inconsciente. — Ótimo! Eu adorei a resposta.

Andou com Sophia no colo pelos corredores da agência, gerou tumulto quando saiu pela porta principal e teve ajuda para abrir o carro. A levaria no hospital às pressas.

Uma Mãe Para o Meu Bebê Onde histórias criam vida. Descubra agora