Sophia estava na frente da escola de Annora, o portão abriu e ela pôde entrar. Esperou a filha sair da sala especial, tinha a mochila nas costas e a lancheira nas mãos.
— Boa tarde! A senhora é...? — A professora franziu o cenho.
— Sophia Abrahão, mãe da Annora. — Se cumprimentaram. — Ela foi bem hoje?
— Não tenho reclamações de Annora, ela é agradável e muito inteligente, me impressiona. — Sorriu. — Não sabia que o senhor Borges era casado.
— Ah, nós não somos... Ele é o meu ex-marido. — Explicou.
— Me desculpe...
— Tá tudo bem. — Sorriu. — Bom... Até amanhã então. — Deu tchau para a mulher e saiu.
Não era boa com isso, nunca foi boa com isso. Afinal, nunca teve uma filha.
— Como foi o seu dia, querida? — Observou Annora que brincava com a corrente de vento que vinha.
[Sinais Annora] — Foi super legal, eu fiz um desenho pra você e pro papai. — Explicou.
Mas Sophia não entendeu.
— Querida, querida! — Agachou-se na altura de Annora. — A mamãe ainda não entende o que você fala, eu estou estudando pra isso. É difícil mas sei que vou conseguir. — A menina assentiu, recebeu um beijo no rosto. — Vamos pra casa? Está esfriando!
Sophia andou com a filha até o condomínio, entraram antes do temporal cair, o tempo havia mudado, uma loucura. Ao cair da noite deu um banho em Annora, certificando que ela estaria quente.
— O que você quer jantar hoje? Aproveita que seu pai não está em casa. — Riram.
Annora apontou para a batata, bateu as mãozinhas fazendo Sophia rir.
— Purê de batata? — A menina assentiu. — Ótimo, então... Me ajude a descascar as batatas? — Annora sorriu.
Sophia não seria tão tola assim de deixar Annora descascar as batatas, fez a menina colocar elas em um recipiente com água, amolecendo. Foi divertido fazer o jantar aquela noite, entre risos e mais risos.
Já Micael... Não voltaria tão cedo.
— Tá chovendo muito lá fora. — Amanda encarou as janelas do restaurante.
— Mas aqui dentro não. — Bebeu seu vinho. — Quer ir pra algum lugar melhor?
— Gostaria de ir pra minha casa. — Suspirou. — Sabe, Micael! Eu não tô gostando dessa história. Sua ex-mulher voltou, ela me ameaçou hoje mais cedo.
— O que? Te ameaçou? O que aquela doida te disse? — Embraveceu.
— Vale mesmo te contar?
— Lógico que vale! Ela tá na minha casa, sob o meu teto.
— Não podemos ter uma relação, nossos filhos vão ficar loucos. — Botou as mãos na cabeça. — Não nos envolva assim.
— Assim como? — Não estava entendendo. — Nossa relação é ótima. Eu gosto de você, você gosta de mim, o que tem de errado?
— Micael, eu realmente não posso. — Levantou-se. — Eu ainda consigo ver você feliz ao lado da sua ex-mulher, ela precisa muito de você.
— A Sophia não precisa de mim. — Levantou-se também. — Ela é uma vadia! Ela abandonou a própria filha pra seguir uma carreira de modelo, você tem noção disso?
— As vezes ela fez o certo. Tanto que voltou. — Mexeu os ombros. — Não a culpe por uma coisa que ela fez quando era mais jovem, todos cometem erros.
— Amanda, o que você tá tentando dizer?
— Micael, eu não consigo te ver como um namorado, entende? — Abriu as mãos. — Eu te vejo como um amigo, me ajudando, me apoiando, fazendo as coisas certas.
— Fazendo as coisas certas? Não pareceu há duas semanas atrás.
— Eu estava confusa. — Pausou. — Eu não queria te magoar, ou só ser uma simples foda pra você voltar e contar pra ela que transou comigo, que estava ganhando esse jogo.
— Certo. — Bufou. — Fim do jantar, você conseguiu. — Andou até o garçom, pagou a conta.
— Não quero que fique bravo comigo. — O seguiu até a saída do restaurante.
Chovia muito.
— Eu não vou ficar. — Encarou a mulher. — Preciso ir, até mais! — Correu até o carro.
Micael já era lindo sem estar molhado, imagine ele ensopado... É Amanda, você perdeu uma bela oportunidade.
O moreno entrou no carro dando partida ao condomínio, dirigiu em meio aos trovões que caíam em Nova Iorque. Guardou o carro no estacionamento e pegou o elevador, bufou ao sete ventos por não ter tido algo com Amanda.
— Você é um merda, Micael. — A porta do elevador se abriu, ele gostava de falar consigo mesmo.
Abriu a porta do apartamento, tudo calmo. Annora já estava na cama, e Sophia...
Bebia um vinho na varanda, tinha os joelhos juntos enquanto estava sentada em uma poltrona confortável. O coque frouxo e a camisola de seda acenderam Micael.
— Sua filha já dormiu? — Tirou os sapatos encharcados, Sophia correu até lá.
— Já sim. — Retirou a camisa de Micael. — Tá ensopado! Seu encontro não deu certo? — Achou graça.
— Você tava torcendo por isso. — Sorriu falso.
— Eu? Claro que não! Você já deixou bem claro que não somos um casal. — Encostou as mãos quentes no abdômen definido de Micael. — Desculpa.
— Eu gosto. — Sussurrou.
— Eu vou preparar a banheira pra você tomar um banho, tá muito gelado. — Andou até o banheiro, sumiu das vistas de Micael que agora, tinha retirado sua calça.
Entrou no cômodo vendo Sophia mexer nas torneiras, em uma posição desconfortável à ela.
Mas ótima para Micael.
— Pronto! Tá bem quente, assim você não pega uma gripe. — Virou-se e tomou um susto com ele ali, de pé.
Apenas de boxer.
— Tá assustada? — Achou graça.
— Eu vou dormir, acho que bebi demais. — Desviou o olhar.
— Entra comigo. — Pediu. Sentou ao lado dela, na beirada.
— Por que faz isso?
— Isso o que? — Encostou as mãos no rosto de Sophia.
— Me seduz pra ficar com você. — Fechou os olhos.
— Eu ainda te amo, sabe disso, não sabe?
— Sei. — Sorriu. — Eu também amo muito você, mas preciso te provar.
— Esquece essa merda. — Encarou os olhos azuis de Sophia, inclinou-se para um beijo.
— NÃO! — Disse firme, empurrou Micael com tudo na banheira.
Saiu pisando duro enquanto escutava ele gargalhar do banheiro.
— Tá aprendendo direitinho, Abrahão!
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Uma Mãe Para o Meu Bebê
RomanceMicael, um jovem empresário de marketing tinha um sonho muito estranho, ser pai solteiro. E para isso, teve a incrível idéia de contratar uma barriga de aluguel. Ele achou que seria fácil, só que estava totalmente errado. Baseado no filme Baby Mom.