Adeus!

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— Tá tudo bem? — Micael deitou na cama com Sophia, ligaram os abajures. Ela lia um livro.

Ok, isso era muito estranho! Sophia lendo?

— Só um pouco cansada. — Deixou o objeto de lado. — Tem certeza que não quer me contar?

— Sobre o que? — Franziu o cenho.

— Nada. — Balançou a cabeça. — Estou bem triste com a sua mãe.

— Não liga! Ela é assim mesmo. — Deu de ombros. — Fora isso, seu dia foi bom?

— Tirando a sua mãe e a amiga secreta dela? É, seu sobrinho me salvou. — Micael riu. — Ele é um fofo.

— Gosto bastante daquele garoto, Lidiane teve filhos de sorte.

— O que quer dizer com isso? — Se arrumou nos travesseiros.

— Nada, só fiz uma observação. — Beijou Sophia. — Quero te contar uma novidade.

— Conta!

— Eu estive pensando em... Na verdade é uma surpresa. — Sua face era a melhor! — Eu não quero descobrir o sexo do bebê.

— Como assim, Micael? Ficou maluco?

— Não, nem um pouco!

— Por que não quer saber? E o quarto? Como vai ficar?

— Ficando. — Riu leve. — Vamos deixar com cores neutras.

— Cores neutras? Tá bom. — Virou-se novamente. — O filho é seu, você pode fazer o que quiser.

— Ei, o filho é seu também.

— Claro que não, você me contratou, você deu a sua porra num potinho e colocou em mim. Tecnicamente o filho é o seu, eu apenas tô brotando com ele.

— Para de ser chata! A gente teve relações.

— EU JÁ ESTAVA GRÁVIDA, MICAEL! ISSO NÃO TEM NADA A VER. — Se irritou. — Quer saber? Eu nem sei porque tô opinando. — Deu de ombros. — Faça o que quiser.

— Sophia, o que tá pegando? — Cruzou os braços. — Tá acontecendo alguma coisa ou você acordou chata essa semana?

— Chata essa semana? — Abismou. Saiu da cama rapidamente. — Tá dizendo que eu estou chata?

— Tô sim! Pra você, nada tá bom.

— Ah, é? — Abriu o guarda roupa jogando seus cabides no chão. — Se eu tô chata, eu vou ser chata fora do seu apartamento de riquinho. — Abriu uma mala.

Micael correu até ela.

— Vai embora? Que covarde! — Cruzou os braços, morrendo de medo.

— Tá duvidando de mim? — Encarou o namorado com deboche. — Olha que eu vou hein!

— Tá esperando o que pra ir?

— Você parar de encher o meu saco. — Guardou as roupas dentro da mala. Tudo sem jeito. — Seu idiota mauricinho.

— Pobre sem estilo.

— O QUE? — Abriu a boca, perplexa. — VOCÊ NEM SABE FODER DIREITO.

— Ah, não? Que mentirosa! Eu fodo como ninguém.

— Vá se foder! — Fechou a mala, arrastou até a porta. — Você é um sínico, idiota, mauricinho, capacho da mamãe, corno, sem amigos e ainda por cima USA CUECA COLORIDA NO MELHOR DIA DA SUA VIDA. — Surtou.

— Eu pelo menos tenho estilo, e você? QUE USA TAMANCO PRA IR NOS LUGARES!

— É SUPER CONFORTÁVEL!

— PARECE UMA GIRAFA COM CABELO DESCOLORIDO. — Micael recebeu um vaso de vidro na cabeça. Esquivou-se. — TÁ ME DEVENDO UM VASO!

— COMPRA VOCÊ UM VASO! TEM TANTO DINHEIRO. — Esbraveceu. — Que raiva de você, garoto! EU TE ODEIO.

— EU QUE TE ODEIO, E POR QUE VOCÊ NÃO FOI AINDA? TÁ ESPERANDO O QUE?

— TO ESPERANDO VOCÊ CALAR A SUA BOCA IMUNDA. — Abriu a porta. — ATÉ MAIS, MICAEL BORGES CORNÃO. — Saiu porta a fora, batendo em seguida.

Micael estava sozinho, verificou o chão com cacos de vidro. Estava uma bagunça. Bufou! Tinha que arrumar e ver onde aquilo iria.

A campainha tocou. Micael foi atender.

— Oi, posso voltar? — Sophia fez uma carinha, Micael a beijou.

— Claro que pode!

Uma Mãe Para o Meu Bebê Onde histórias criam vida. Descubra agora