Onde Está Micael? Esse Folgado!

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— Então... Você vai sair da sua casa? — Estava na casa de Chay. Annora e Laurel brincavam sob vigia.

Micael não a deixaria sozinha.

— Irei me mudar. — Bebeu uma cerveja. — Gostaria de comprar o apartamento?

— Eu não! — Deu de ombros. — Eu não aguentaria pagar aquilo tudo, trabalharia anos e anos e ainda não aguentaria manter.

— E Dinah? Como está?

— Reclamona como sempre. — Bufou. — Minha casa virou um campo de batalha, Laurel xinga a mãe, Dinah chora nos cantos e eu... Só trabalho! — Degustou a cerveja. — Adoro trabalhar, adoro ficar longe de casa e não ter que aturar essas duas.

— Que horror! — Micael riu leve. — São a sua família.

— Falando em família. — Pausou. — Então irá ser pai de novo?

— Irei. — Sorriu. — Por isso quero sair daqui, conhecer novos ares.

— Ah pronto. — Revirou os olhos. — Começou com o papinho de menina sem destino.

— É sério! Não quero que Sophia fique aqui, depois de tudo que aconteceu. — Pensou. — A mente dela deve estar a mil.

— Imagino. — Beberam suas cervejas. — O que fez ontem?

— Já te disse um milhão de vezes. — Micael respondeu, rindo.

No apartamento Sophia e Rosa ajuntavam as coisas, a mulher contou oitenta caixas no total.

— Faltam mais quantas? — Sophia fechou uma caixa com a fita isolante.

— Sete caixas. — Rosa respondeu. — As bonecas da Annorinha vão lá também?

— Coloque todos os brinquedos junto com as etiquetas. — Rosa assentiu. — Cadê o Micael, hein? Era pra ele estar aqui, esse folgado! — Fechou outra caixa.

— Ele disse que ia na casa de algum amigo que eu esqueci. — Pegou uma etiqueta.

— Muito folgado! — Bufou. Encarou o apartamento todo bagunçado.

Odiava bagunças. Sophia havia mudado!

— A senhora gostou da idéia de mudar? — Rosa abriu outra caixa, arrumou as roupas de Annora lá dentro.

— De verdade? Até que gostei! — Sorriu. — Vamos morar em frente à praia, Califórnia é sensacional!

— Seu Micael pagou caro na casa, não foi?

— Usou o seguro desemprego de Bottin e ainda o seguro desemprego da agência, junto com o dinheiro que eu havia guardado, e junto com meu seguro desemprego. — Encaixotou os sapatos do marido.

— Ainda tem dinheiro, não tem?

Sophia ficou em silêncio.

— Eu realmente não sei, Rosa. — Preocupou-se. — Se não tivermos eu corto o pinto preto do Micael com aquela tesoura. — Rosa gargalhou.

A porta se abriu revelando o mesmo. Annora correu até a mãe.

[Sinais Annora] — Senti saudade, mamãe!

[Sinais Sophia] — Eu também, meu amor! — Beijou a filha. — Como foi no tio Chay?

[Sinais Annora] — Legal.

As duas sorriram.

[Sinais Sophia] — Por que não ajunta todos os seus brinquedos, hein? A mamãe vai guardar. — Annora assentiu.

Andou até o antigo quarto, sumindo.

— Conseguiu achar o caminho de volta pra casa? — Sophia ainda encaixotava os objetos de Micael.

— Eu estava no Chay, conversando sobre coisas importantes. — Encarou a mulher.

— Estou sentindo o cheiro de Stella Artois daqui. — Observou Micael de canto. — Vamos! Tire a TV do painel e dê um jeito de arrumar.

— Muito mandona pro meu gosto. — Brincou.

— Você ainda não viu nada. — Escutou Micael rir, enquanto estava na sala, tirando a TV do suporte.

— Dona Sophia, e essas meias? Pode colocar? — Mostrou à patroa que negou.

— Pode jogar fora, Rosa! Os pés de Annora nem cabem mais aí. — Disse. — Amor, posso doar? O seu braço não cabe mais nelas. — Mostrou a camisa de botões azul escura.

Micael observou a blusa.

— Pode. — Deu de ombros. — Mesmo eu gostando muito dessa camisa... — Grunhiu.

— Pare de chorar! Compramos outra quando chegarmos. — Voltou a arrumar. — Tudo certo com a Dinah? — Dobrava as cuecas do marido.

— Chay e ela estão brigando demais, a casa dele virou um ringue. — Rosqueou os parafusos com a chave de fenda. — Laurel está teimosa como sempre.

— Sempre achei aquela menina sem educação. — Revirou os olhos. — Antipática e chata. Só Annora pra gostar dela.

— São amigas, temos que respeitar. — Tirou a TV do suporte. — Onde eu coloco isso?

— Vamos enrolar em uma toalha e guardar em uma caixa especial, a TV é frágil, pode quebrar no caminhão. — Assentiu.

— Sim, senhora! — Estava gostando de ver.

O trabalho não iria acabar por ali tão cedo.

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