Dois dias depois.
Final de semana, finalmente! Para uns, ótimo. Para Sophia, um inferno. Não queria ganhar o chá de bebê surpresa, não queria que sua sogra estivesse lá, não queria convidados.
Resumindo: queria paz!
— Micael, você convidou muita gente? — Sophia observou o pequeno buffet arrumando as coisas, se chocou.
— Eu não mas a minha mãe... Ela exagera um pouco. — Sorriu ao olhar a decoração.
Uma decoração unissex.
— Sei bem como exagera. — Revirou os olhos.
— Soph, Mica. — Lidiane chegou, tinha duas sacolas de presente nas mãos. — Trouxe pra você, um presentinho da titia. — Entregou para a cunhada que sorriu. — Como estão por aqui?
— Tem certeza que não exageraram demais?
— Claro que não! Fiz minha mãe se segurar, ela queria convidar a Chamberling, vê se pode?
Micael ficou bravo na hora.
— Sua mãe precisa de uma ajuda profissional. — Sophia sussurrou, esperando que ninguém escutasse.
— O que disse? — Lidiane franziu o cenho.
— Disse que a sua mãe precisa de um bom vinho hoje à tarde, não é mesmo? — Sorriu falsa.
— E como... Ela vai chegar numa loucura só. — Lidiane foi até a mesa do bolo. — Ainda bem que conseguimos alugar o terraço do condomínio, a vista é tão bonita aqui de cima. — Encarou o redor.
— Gosto daqui, fizemos um aniversário meu, se lembra? — Micael sorriu, arrancando risos da irmã.
— Como não lembrar, a mamãe encheu a cara. — Terminou de rir. — Bons tempos.
E falando nela...
— Olha só, vocês estão aí. — Antônia aproximou-se dos três. — Como está indo? Eu quero beber.
— Eles já estão terminando, os convidados devem chegar daqui a pouco. — Micael avisou.
— Ótimo, eu não vejo a hora de beber nessa merda. — Procurou um garçom. — Gracinha! Me vê um uísque com gelo, três pedras.
— Já vai começar, mãe?
— Você sabe que sim, eu não aguento ficar sóbria pra isso. — Mostrou ao redor.
Sophia se preparou.
— Se não aguenta ficar sóbria então por quê me deu uma festa surpresa? — Cruzou os braços.
— Pra você ver como a família Borges adora um mico. — Antônia sorriu, bem falsa. — Assim você pode desistir e ir embora mais rápido.
— Por que não gosta de mim? O que eu te fiz?
— Você conheceu o meu filho, foi isso o que você fez. — O garçom trouxe a ela um copo de uísque, Antônia virou tudo. — Durante vinte anos eu planejei toda a vida do Micael, e ele conheceu você, uma desmilinguida que morava no Brooklyn.
— COMO É QUE É? — Sophia embraveceu, partiu pra cima mas foi parada pelo namorado.
— É isso mesmo que você ouviu, agora por favor, tenha modos diante dos meus amigos. Eu preciso os recepcionar. — Antônia saiu fora, Lidiane negou com a cabeça e saiu também, logo após.
Sophia grunhiu, mordendo a ponta dos dedos.
— Tá vendo porquê eu não queria essa porcaria? — Passou a mão no rosto. — Sua mãe consegue me deixar em uma maré de nervos.
— Fica calma, tá bem? É só não ligar pro que ela fala.
— Você nem me defendeu.
— Você queria que eu falasse o que? Não adianta discutir com a minha mãe, ela é louca e sempre vai achar que está certa e com razão.
— Tanto faz. — Tinha uma mão na barriga, ninando.
Os convidados finalmente chegaram, o terraço estava cheio e os donos da festa tentavam ser gentis e conversar com quase todo mundo, menos Sophia que apenas sorria e acenava, não queria muito contato.
Não queria contato porque não conhecia quase ninguém, todos eram amigos de Antônia, a festa praticamente foi dela. E não tinha com o que opinar!
— Sophia, Micael! Que prazer em vê-los. — Sophia fingiu estar conhecendo a mulher, nunca tinha visto na vida. — Como tá o bebê? — Tocou na barriga de Sophia.
— Estamos bem, ansiosos pra chegada! — Sorriu junto com Micael.
— Essa fase é uma...
— AÍ CAMBADA, A FESTA ACABOU! — Todos olharam pra porta.
Karl passou por ela, alterado, teve Ken atrás de si mas não conseguiu interromper o inconveniente.
— O que esse cara tá fazendo aqui? Eu vou matar ele. — Micael foi pra cima. O seguraram.
— Quanta gente de classe, não é, Sophia? — Chegou mais perto da loira. — Essa piranha aqui tá mentindo, viu gente? Ela não tá grávida coisa nenhuma!
— Karl, para, por favor! — Sophia cerrou os dentes.
— Eu parar? Você deveria parar! — Riu maléfico. — Eu tenho a prova Micael, ela não tá grávida coisa nenhuma, olha só. — Levantou a blusa de Sophia se chocando com o tamanho da barriga.
A loira encarou Karl, cansada. Fechou os olhos e respirou fundo, nada de pânico. Ao contrário do ex namorado.
— Tá de bucho mesmo? Que porra é essa, Sophia? — Estava em transe, não podia ser real.
Não pra ele.
— Micael, eu tenho que te contar uma coisa. — Sophia se preparou. — O filho não é seu, é do Karl.
Todos se chocaram, Micael ficou sem entender.
— Como assim é do Karl? — Franziu o cenho. — O bebê é meu, fizemos a inseminação.
— Nós fizemos mas nunca deu certo. Eu menti pra você esse tempo todo! — Pausou. — Karl e eu queríamos dar um golpe em você, eu menti naquele dia que te liguei, dizendo que o teste de gravidez tinha dado positivo. Vim morar na sua casa me escondendo, eu não estava grávida, nunca estive grávida. Eu enjoava por conta das comidas ruins que você comprava, a gente começou a se relacionar e ao mesmo tempo comecei a me relacionar com o Karl também. A última vez em que transamos foi um mês antes da consulta, onde descobri que realmente estava grávida. Eu queria transar sem parar por conta dos hormônios, mas me perdi nessa conta entre você e o Karl. — Secou suas lágrimas. — Micael, eu sinto muito! — Aproximou-se dele mas o mesmo esquivou.
— Ken, chame a polícia e tire essa piranha da minha frente. — Foi a última coisa que disse, antes de sumir.
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Uma Mãe Para o Meu Bebê
RomanceMicael, um jovem empresário de marketing tinha um sonho muito estranho, ser pai solteiro. E para isso, teve a incrível idéia de contratar uma barriga de aluguel. Ele achou que seria fácil, só que estava totalmente errado. Baseado no filme Baby Mom.